Opep+ deve anunciar corte de 1 milhão de barris por dia na produção de petróleo
Corte deve ser anunciado na reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados na quarta-feira e deve elevar a pressão inflacionária global
02/10/2022A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) deverá anunciar um corte de mais de um milhão de barris de petróleo por dia na reunião da próxima quarta-feira, dia 5. A informação foi divulgada pela agência Bloomberg, neste domingo.
O consumo mundial é de cerca de 100 milhões de barris por dia, e o corte indica a preocupação do cartel do petróleo com a desaceleração da demanda, tendo em vista o aperto monetário nas principais economias para segurar a inflação global.
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Os contratos futuros de petróleo fecharam em queda na sexta-feira, 30, com a expectativa pela reunião Opep. O petróleo WTI para novembro fechou em baixa de 2,14% (US$ 1,74), em US$ 79,49 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), com alta semanal de 0,95%. Já o Brent para dezembro recuou 2,34% (US$ 2,04), a US$ 85,14 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE) e perdeu 1,17% na semana.
No início da guerra da Ucrânia. o petróleo do tipo Brent ficou acima de US$ 125 por barril. Desde então, caiu para cerca de US$ 85. O corte pode provocar nova elevação na cotação, aumentando a pressão inflacionária no mundo.
De acordo com o economista da Oanda Edward Moya, as perspectivas de demanda de petróleo não estão recebendo nenhum favor de dados econômicos ou relatórios corporativos. Além disso, ele ressalta que a Opep+ terá um trabalho fácil, “mas os preços do petróleo não subirão até que os comerciantes de energia estejam confiantes de que uma redução agressiva da produção em cerca de 1 milhão de barris de petróleo será entregue”, analisa.
Para a Capital Economics, a Opep+ está preocupada com a queda dos preços desde sua última reunião e com o enfraquecimento da demanda, já que a economia global parece prestes a entrar em recessão. “No entanto, muitos membros da Opep+ estão produzindo muito menos petróleo do que suas cotas. Como resultado, o impacto real no fornecimento será marcadamente menor do que o corte principal da cota do grupo”, explica a consultoria. (Com AE)