A poderosa F1 é uma importante empresa do mundo do esporte, de propriedade do grupo Liberty Media. Desde a aquisição em 2017 a estratégia da categoria mudou e os resultados são impressionantes, muito impulsionados pela pandemia.
O foco passou a ser conquistar o mercado dos EUA e principalmente o público jovem.
Durante muito tempo a F1 era focada apenas nos apaixonados pela velocidade, com a adição de milhões de fãs de acordo com o êxito de pilotos. O caso mais emblemático foi o de Ayrton Senna, que fazia um país acordar mais cedo aos domingos para assistir ao piloto.
A categoria foi perdendo espaço e seu público principal era de fora dos EUA e acima de 50 anos. As audiências foram caindo ou estagnaram e desde 2019 as audiências televisivas regrediram.
Por outro lado, graças ao trabalho realizado, a transformação digital da categoria possibilitou uma mudança de rota, que foi extremamente positiva. Em 2020 o engajamento nas redes sociais subiu 99% frente a 2019 e, somado a isso, um 2021 eletrizante impactou ainda mais os números.
O faturamento da F1 cresceu bastante de 2018 para 2019 e sofreu muito com a pandemia. O ano de 2021 foi marcante, um grande salto e seguramente para 2022 os números serão maiores ainda.
A F1 atingiu US$ 2,14 bilhões de faturamento, o maior da história, frente aos US$ 2,02 bilhões de 2019. Já em 2020 as receitas caíram 43%, para US$1,15 bilhão. O crescimento de 2021 foi de impressionantes 87%.
Receitas F1 – US$ bilhões
Desde a sua série da Netflix “Drive to Survive”, até competições de eSports e atuação mais criativa em redes sociais, o fato é que a F1 conseguiu rejuvenescer sua marca, ampliar o público consumidor e crescer em receitas. Outro ponto fundamental foi a expansão definitiva da marca para o mercado dos EUA. Neste caso, a Netflix foi fundamental: mais de 47% das casas dos EUA têm Netflix.
Em 2021, a audiência do Grande Prêmio (GP) dos EUA gerou aumento de 40% na audiência, injetando 73 milhões de novos telespectadores do principal mercado do mundo, foco da Liberty Group. Esta foi a maior audiência da história da F1 nos EUA. Sem falar que foram mais de.400 mil pessoas autódromo na semana da corrida.
A série da Netflix foi decisiva para a construção de uma audiência jovem, que se apaixonou pela F1 depois de assistir a série “Drive to Survive”. Jovens conectados à categoria pela Netflix.
O grupo que detém os direitos da F1 Liberty Media fechou 2021 com faturamento de US$ 11 bilhões. Eles são donos do time de beisebol Atlanta Braves, que fatura mais de US$ 560 milhões por ano.
A F1, além do seu negócio principal, gera enormes impactos econômicos por onde passa. Aqui apresento dados do impacto econômico do GP de São Paulo de 2021.
Impacto econômico GP Brasil
A F1 há muito tempo tem o Brasil e São Paulo como importante destino do seu “circo”. O autódromo de Interlagos presenciou corridas históricas, títulos e decepções, e está na história do automobilismo mundial.
Para a cidade de São Paulo, a etapa da F1 é o maior evento da capital. Segundo cálculos da Fundação Getúlio Vargas (FGV) para a Prefeitura de São Paulo, o GP de 2021 gerou mais de R$ 960 milhões de impacto econômico total, sendo R$ 577 milhões de impacto direto e outros R$ 383 milhões induzidos.
Do total de impacto econômico, R$ 550 milhões foram de gasto das pessoas, R$ 220 milhões da organização do evento, R$ 127 milhões de ativações/marketing e outros R$ 65 milhões de transmissão e mídia. A arrecadação de impostos, em diferentes esferas, chegou a R$ 144 milhões.