O ex-ministro Sergio Moro desembarcou no Brasil para se filiar ao Podemos e será lançado pré-candidato ao Palácio do Planalto para as eleições de 2022. Deltan Dallagnol, o Justiceiro da Operação Lava-Jato, abandonou o Ministério Público para assumir o que sempre foi: um político. Ele deve concorrer a deputado federal pelo Paraná.
O ex-ministro Ciro Gomes, ainda em outubro, deu um “piti” com o PDT e suspendeu – sabe-se lá o que isso significou – a sua candidatura à Presidência. Tudo por conta do apoio dos deputados do partido à PEC dos Precatórios, cuja aprovação ajudaria o governo.
Lula, em um movimento estratégico, assumiu um flerte com Geraldo Alckmin sonhando tê-lo como vice em sua chapa no PT. Circula na imprensa que o ex-presidente teria até afirmado que Alckmin “é o único tucano que gosta de povo”.
No entanto, os setores mais radicais da esquerda e os aliados do ex-governador de São Paulo são históricos adversários, o que, por ora, tende a dificultar a construção da chapa Lula-Alckmin.
No PSDB, os governadores Eduardo Leite (RS) e João Doria (SP) disputam, palmo a palmo, as prévias da legenda, a serem realizadas no próximo dia 21. Nos bastidores, considera-se que Leite disputa com ligeiro favoritismo. Porém, como se sabe, Doria é incansável e deve resistir até o fim.
No PSD, que recepcionou Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, como potencial candidato, existem ainda algumas indefinições que envolvem o PSDB. Se João Doria vencer as prévias, Alckmin sai do ninho tucano e pode ir para o PSD. Para fechar a resenha, há a União Brasil, que tinha José Luiz Datena como potencial pré-candidato, mas o noivo desistiu antes da festa.
A profusão de candidatos e de movimentações indica uma clara elevação da temperatura eleitoral, que se encontrará com a “tempestade tropical” de temas ainda indefinidos no Congresso: precatórios, Bolsa Família, reforma administrativa, Orçamento, preço dos combustíveis, entre outros. A agitação chega até o Supremo Tribunal Federal, onde se debate a questão do Orçamento Secreto, com sérias repercussões políticas.
Novembro marca, de fato, o início da temporada eleitoral, quando tudo e todos no mundo político passam a funcionar de olho nas eleições. O mercado deve estar atento, já que em política nem tudo é o que parece. A volatilidade trará tanto oportunidades quanto riscos, e a temporada mal começou.