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País tem superávit recorde em maio com queda de importações

Pandemia reduz importações, enquanto o agronegócio favorece exportações em momento de alta de preços das commodities

Colheita de trigo colheitadeira

A balança comercial registrou saldo positivo de US$ 8,1 bilhões em maio | Foto: Getty Images

Com impulso do agronegócio, o Brasil registrou superávit de US$ 3,8 bilhões em maio, informou o Banco Central. Este é o melhor resultado para meses de maio desde o início da série histórica do BC.

Os dados refletem os efeitos da pandemia do novo coronavírus, que desde março do ano passado tem reduzido o volume de importações de produtos. Ao mesmo tempo, o Brasil tem se aproveitado da maior demanda global por commodities. O BC projetava para o mês passado superávit de US$ 3,6 bilhões na conta corrente.

Agronegócio impulsiona superávit

A balança comercial registrou saldo positivo de US$ 8,1 bilhões em maio, enquanto a conta de serviços ficou negativa em US$ 1,6 bilhão. A conta de renda primária também ficou deficitária, em US$ 2,8 bilhões. No caso da conta financeira, o resultado ficou positivo em US$ 4,1 bilhões. A entrada de dólares de exportações derruba a cotação do dólar.

No acumulado do ano até maio, o rombo nas contas externas soma US$ 6,213 bilhões. A estimativa atual do BC é de superávit em conta corrente de US$ 3 bilhões em 2021. O cálculo foi atualizado no último Relatório Trimestral de Inflação (RTI), publicado na quinta-feira.

Nos 12 meses até maio deste ano, o saldo das transações correntes está negativo em US$ 8,367 bilhões, o que representa 0,55% do Produto Interno Bruto (PIB).

Remessa de lucros e dividendos

A rubrica de lucros e dividendos do balanço de pagamentos apresentou saldo negativo de US$ 1,5 bilhão em maio, informou o Banco Central. A saída líquida é superior aos US$ 1 bilhão que deixaram no Brasil em igual mês do ano passado, já descontadas as entradas.

No acumulado do ano até maio, houve saída líquida de recursos via remessa de lucros e dividendos, de US$ 5 bilhões. A expectativa do BC é de que a remessa de lucros e dividendos de 2021 some US$ 28 bilhões. Esta projeção foi atualizada no último RTI, divulgado ontem.

O BC informou também que as despesas com juros externos somaram US$ 1,3 bilhão em maio, ante US$ 1,2 bilhão em igual mês do ano passado. No acumulado do ano até maio, essas despesas alcançaram US$ 9,6 bilhões.

Viagens internacionais

O Banco Central também informou, por meio da nota de Estatísticas do Setor Externo, que a conta de viagens internacionais registra déficit de US$ 156 milhões em junho até o dia 22. O dado parcial para o mês leva em conta os efeitos da segunda onda da pandemia do novo coronavírus sobre a economia.

Com as restrições de viagens aéreas em vários países, os brasileiros gastaram no exterior apenas US$ 324 milhões em junho até o dia 22. Já os turistas em viagem ao Brasil tiveram despesas de US$ 167 milhões no período.

Dívida externa

A estimativa do Banco Central para a dívida externa brasileira em maio é de US$ 298,843 bilhões. Segundo a instituição, o ano de 2020 terminou com uma dívida de US$ 310,807 bilhões. A dívida externa de longo prazo atingiu US$ 235,744 bilhões em maio, enquanto o estoque de curto prazo ficou em US$ 63,100 bilhões no fim do mês passado. (AE)

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