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Inflação em queda e emprego estável nos EUA anima as Bolsas

Resultado do Payroll mostra um mercado de trabalho ainda fortalecido, mas em desaceleração, reforçando a expectativa de corte dos juros em 2024

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Contratações fortes e mais pessoas no mercado de trabalho diminuem a preocupação de que a economia possa começar a desacelerar mais rapidamente | Foto: Getty Images

As bolsas de Nova York ganharam fôlego no começo da tarde desta sexta-feira e os índices acionários passaram a exibir alta uniforme. Após um relatório do mercado de trabalho dos EUA (“payroll”) praticamente todo em linha com o que o mercado projetava, a forte queda nas expectativas de inflação no curto prazo dos consumidores americanos impulsionou as ações.

Por volta de 12h20 (de Brasília), o índice Dow Jones tinha alta de 0,37%, a 36.251,87 pontos, o S&P 500 subia 0,43%, a 4.605,28 pontos, e o Nasdaq avançava 0,49%, a 14.409,95 pontos. O Ibovespasubir 0,61% aos 126,7 mil pontos.

O movimento deste início de tarde contrasta com a queda moderada vista logo após a abertura, quando o mercado avaliava os números do payroll de novembro. O relatório mostrou que os Estados Unidos adicionaram 199 mil empregos à economia no mês passado, apenas 9 mil a mais que o previsto. Já os ganhos salariais confirmaram as expectativas ao subirem 0,3% na base mensal e 4%, na anual. Por outro lado, a taxa de desemprego voltou a 3,7%, após aumentar para 3,9% em outubro, o que contrariou a expectativa dos economistas por manutenção.

Estimativa mediana em pesquisa da Bloomberg apontava para a criação de 185.000 vagas e taxa de desemprego de 3,9%. Apesar dos resultados mais fortes que o esperado, o mercado de trabalho arrefeceu ao longo do ano, com sinais de que as margens do mercado de trabalho estão se deteriorando. As vagas temporárias diminuíram e os trabalhadores despedidos demoram mais tempo a encontrar novo emprego.

O resultado do emprego influi da decisão do Federal Reserve, o BC dos EUA, sobre o rumo dos juros, na reunião da próxima quarta-feira. Nas últimas semanas, as apostas para o início do ciclo de relaxamento monetário nos EUA foram antecipadas para março de 2024. Conforme dados do CME Group com base nos futuros dos Fed Funds, porém, após a divulgação do boletim de empregos, a aposta majoritária em cortes passou para maio do ano que vem.

Dado mostra crescimento ainda robusto da economia

Os empregadores dos Estados Unidos criaram 199 mil empregos em novembro, um número que reflete em parte o retorno dos trabalhadores automotivos em greve. A taxa de desemprego caiu para 3,7%.

Os dados mostram que a economia americana continuou a gerar um crescimento robusto de empregos em novembro, sugerindo que o mercado continua forte, embora desacelerando lentamente desde a recuperação da pandemia no ano passado.

O mercado esperava cerca de 183 mil vagas, mas qualquer número abaixo de 200 mil reforçaria a expectativa de que o Federal Reserve possa iniciar o ciclo de corte dos juros em 2024, segundo o estrategista do Banco Safra, Cauê Pinheiro.

O resultado do emprego (payroll) foi divulgado nesta sexta-feira pelo Departamento do Trabalho. O aumento no emprego inclui aproximadamente 41 mil trabalhadores automotivos e trabalhadores que retornaram aos seus empregos após greves, e outros em negócios relacionados que haviam sido paralisados pelas mobilizações trabalhistas.

A descida da taxa de desemprego é particularmente notável, destaca o The New York Times, porque vinha em alta nas medições anteriores. Isso foi motivo de preocupação para muitos economistas porque, historicamente, mesmo pequenos aumentos na taxa de desemprego têm sido associados a recessões.

Payroll reduz temor de recessão nos Estados Unidos

Contratações fortes e mais pessoas entrando no mercado de trabalho diminuem a preocupação de que a economia possa começar a desacelerar mais rapidamente, disse George Gonçalves, estrategista macro do MUFG, em entrevista ao NYT. “É um número sólido”, disse. “Isso tira a pressão da ideia de que as coisas poderiam desacelerar mais rapidamente.”

O emprego na indústria automobilística cresceu 30 mil, refletindo o retorno dos trabalhadores em greve. Em outubro, a greve cortou em 32 mil empregos no setor. Excluindo essas grandes oscilações, o crescimento geral do emprego desacelerou de 262.000 em setembro para 182.000 em outubro e 169.000 em novembro.

As revisões das estimativas dos meses anteriores foram modestas. O grande ganho de setembro foi revisado para baixo em 35 mil, para um ganho de 262 mil. O ganho de outubro ficou inalterado em 150 mil postos de trabalho, arrastado pelas greves.

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