Petróleo volta a subir, mas ações da Petrobras aceleram queda
No início da semana, o barril chegou a bater US$ 140. Em um ano, o petróleo já subiu 61,24% e variou, em 52 semanas, de US$ 60,27 a US$ 139,13
11/03/2022O petróleo operou em alta nesta sexta-feira, 11. O barril do Brent, o referência mundial, para entrega em maio, subia 2,04% até o meio-dia. No final da sessão, o óleo subiu 3,05%, na Intercontinental Exchange (ICE), a US$ 112,67, tendo queda semanal de 4,60%.
As ações da Petrobras (PETR 4), contudo, não sentiram essa mudança de humor caíram 3,59%, a R$ 32,49. Na quinta-feira, após o anúncio do rajuste dos combustíveis, as ações da estatal chegaram a subir mais de 6%. No fechamento, PETR3 subiu 2,80%, a R$ 35,65, e PETR4 subiu 3,50%, a R$ 33,70.No início da semana, com o agravamento do conflito na Ucrânia, o barril chegou a bater US$ 140. Em um ano, o petróleo já subiu 60,27% e a variou, em 52 semanas, de US$ 60,27 a US$ 139,13 o barril.
O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, também fechou em baixa de 1,72% nesta sexta-feira, a 111.713 pontos, depois de oscilar entre 111.331 e 114.627 pontos. Na semana, o índice caiu 2,41%.
Saiba mais
- Petrobras reajusta a gasolina em 18,7% e o diesel em 24,9%
- Como operar na bolsa de valores com a solidez da Safra Corretora
- Com alta dos combustíveis, Petrobras segura queda maior do Ibovespa
Para Marcelo de Assis, da Wood Mackenzie, disse que parte dessa alta foi especulação de mercado e aos poucos foram ocorrendo ajustes. “Os investidores precificaram mais alto o preço do barril e fizeram um ajuste ao longo da semana”, disse Assis. “Essa volatilidade nos preços deve permanecer enquanto existir o conflito e vai depender, também, de novas sanções ou novos embargos russos.”
Segundo ele, a Rússia exporta 5 milhões de barris por dia, desse volume de 3% a 5% é enviado aos Estados Unidos. “EUA já informaram que estão procurando novas fontes e devem aumentar a produção de gás de xisto para suprir o petróleo russo”, afirmou. “No entanto, o volume que a Rússia envia para o mercado mundial, não tem como ser substituído no curto prazo, mesmo com o aumento da produção no Irã e na Venezuela.”
Aumento de exportação da Venezuela e Irã não substituem petróleo russo
Assis ressaltou que na Venzuela, por exemplo, o aumento da produção demanda grandes investimentos em infraestrutura. “Com alguns ajustes, ela consegue colocar no mercado de 200 mil a 300 mil barris por dia, mas não dá pra voltar aos 3 milhões dos tempos áureos”, afirmou. “Tem muito problema de infraestrutura.”
O Irã, segundo ele, pode exportar a mais de 500 mil a 700 mil barris por dia. “Não tem alternativa para cobrir a oferta russa e o mercado já vinha operando com oferta restrita antes da guerra”, disse Assis. “Essa volatilidade deve continuar.”