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Congresso muda ICMS de combustíveis após megarreajuste

Maior aumento dos combustíveis desde 2016 provoca filas em postos de gasolina e Congresso aprova mudança no calculo de ICMS para amortecer impactos do petróleo

Motoristas correm aos postos para abastecer antes de reajuste

Motoristas enfrentam longas filas em posto de combustível em São Paulo após o anúncio de reajustes | Foto: Agência Brasil

O Congresso deu aval para mudanças no ICMS sobre os combustíveis, depois de a Petrobras anunciar o maior reajuste no preço dos combustíveis desde 2016. O objetivo é criar um sistema que amorteça as altas do petróleo para impedir o repasse imediato para os preços nos postos de combustíveis.

O projeto aprovado no Senado e referendado pela Câmara nesta madrugada cria um fundo de estabilização de preços, que prevê auxílio-gasolina no valor de R$ 300 para motoristas de baixa renda e reforço no vale-gás. O projeto ainda precisa ser sancionado pelo presidente da República.

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Com o aumento anunciado ontem, o preço médio do litro da gasolina deve subir para R$ 7,02. O reajuste deve adicionar 0,6 ponto à inflação, mas não cobre a defasagem dos preços da Petrobras em relação ao mercado internacional.

Depois de quase dois meses com os preços congelados e duas semanas de disparada na cotação do petróleo em meio à guerra, a Petrobras anunciou o reajuste da gasolina em 18,7%; do diesel, em 24,9%; e do gás de cozinha em 16%, a vigorar a partir de hoje.

Reajuste reduz defasagem dos combustíveis em relação à cotação do petróleo

Para a Petrobras, o reajuste reduz a defasagem em relação ao mercado internacional, que já beirava os 50%. Para a população, representa inflação ainda mais alta. Para o governo e o Congresso, uma pressão mais forte em busca de alternativas para amenizar o impacto geral nos preços.

A conta de estabilização dos preços, a ampliação do vale-gás a famílias carentes e o auxílio-gasolina de R$ 300 a motoristas de baixa renda terá custo de R$ 3 bilhões e beneficiaria motoristas autônomos, taxistas e motociclistas de aplicativo com renda familiar mensal de até três salários mínimos. O benefício, porém, esbarra na lei eleitoral, que proíbe a criação de novos subsídios em ano de eleição.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que a estatal poderia ter deixado o reajuste para a semana que vem – ou seja, para depois da votação do pacote.

De última hora, o relator do projeto, Jean Paul Prates (PT-RN), incluiu dispositivo que força a Petrobras a usar os lucros na amenização dos preços – uma cobrança de que a petrolífera ofereça sua “parcela de contribuição”. (Com AE)

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