Pfizer confirma eficácia de pílula oral contra a ômicron
A pílula Paxlovid, já autorizada para uso emergêncial nos Estados Unidos, reduz risco de hospitalização ou morte em cerca de 90% dos casos
19/01/2022A farmacêutica Pfizer informou que estudos realizados em laboratório sobre o tratamento com a pílula oral Paxlovid contra o novo coronavirus demonstraram eficácia contra a variante ômicron.
Em nota, a empresa informou que as pesquisas sugerem que o tratamento “tem o potencial de manter concentrações de plasma muito superiores à quantidade necessária para evitar que a variante se replique nas células”.
A Paxlovid, que obteve autorização de emergência nos Estados Unidos e em outros países, reduz risco de hospitalização ou morte em cerca de 90%, comparado com placebo em doentes de alto risco, quando são tratados nos cinco primeiros dias desde o aparecimento dos sintomas.
O tratamento combina Nirmatrelvir, que bloqueia a replicação do vírus mediante inibição da enzima proteasa, e o Ritonavir, cuja função é aumentar a duração do efeito.
“Desenhamos especificamente Paxlovid para manter a atividade face ao novo coronavirus, bem como às variantes que atualmente causam preocupação e que têm predominantemente mutações nas proteínas das espículas”, disse o chefe científico da Pfizer, Mikael Dolsten.
Pílula oral da Pfizer age contra enzima que replica o coronavírus
Estudo in vitro feito pela Pfizer provou a eficácia da Nirmatrelvir contra a enzima Mpro, que o novo coronavirus necessita para se replicar e que é partilhada pelas distintas variantes, incluindo a ômicron.
“Os resultados mostraram, em todos os casos, que o Nirmatrelvir é potente inibidor”, segundo o texto.
Para Kris White, professor de microbiologia do Centro Icahn do Hospital Monte Sinai, em Nova York, é animador ver como os primeiros dados mostram que o tratamento oral mantém “atividade viral in vitro” contra a ômicron.
O Centro Icahn realizou, com a Pfizer, outro estudo de laboratório para determinar a efetividade do tratamento com paxlovid contra a ômicron e outras variantes.
Em dezembro, a Agência Europeia de Medicamentos assegurou que o Paxlovid pode ser usado para tratar os adultos com covid-19 que não requeiram oxigênio suplementar e que tenham maior risco de desenvolver forma grave da doença. (Agência Brasil)