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Queda dos juros fica para agosto e Selic deve continuar em 13,75% na próxima reunião do Copom

Banco Central destaca que conjuntura demanda 'paciência e serenidade', e indica uma postura ainda austera na próxima reunião do Copom

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Comunicado do Copom adverte para continuidade de riscos inflacionários | Foto: Getty Images

O Banco Central afirmou que a desaceleração da atividade segue conforme esperada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) e a inflação continua acima do intervalo compatível com a meta. As projeções de inflação no cenário de referência não mudaram desde o último Copom, sendo que a estimativa para este ano está em 5,8% e para o próximo ano, em 3,6%.

Esse cenário utiliza a hipótese de que o preço do petróleo seguirá em patamar condizente com o mercado futuro da commodity nos próximos seis meses e subirá 2% ao ano posteriormente. O comitê adotou taxa de câmbio de R$ 5,05 por dólar (ante R$ 5,25 em março), evoluindo, a partir daí, segundo a paridade de poder de compra.

Para a taxa de juros, as projeções utilizam a premissa de que a taxa Selic cairá para 12,50% ao ano no final deste ano e para 10,00% ao ano ao final 2024. No cenário alternativo, com juros estáveis em 13,75% ao ano em todo o horizonte, a projeção para o IPCA de 2024 diminuiu marginalmente de 3,0%, previstos na reunião anterior, para 2,9%.

O comitê descreveu que os principais riscos altistas para a inflação são uma maior persistência da inflação mundial, a incerteza sobre o desenho final do arcabouço fiscal a ser aprovado pelo Congresso e uma desancoragem “maior, ou mais duradoura” das expectativas de inflação.

Copom não descarta apertar ainda mais os juros

Por outro lado, dentre os riscos baixistas, destacou uma queda adicional do preço das commodities, uma desaceleração mais acentuada da atividade global e uma desaceleração mais intensa da concessão de crédito no país. Adicionou a informação de que a reoneração dos combustíveis e a apresentação do arcabouço fiscal reduziram parte da incerteza fiscal, mas que a deterioração das expectativas de inflação ainda “demanda maior atenção da condução da política monetária”.

O comunicado afirmou ainda que, “apesar de ser um cenário menos provável, não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado”. Esse trecho também foi levemente suavizado em relação à comunicação anterior.

Por fim, avaliou que “a conjuntura demanda paciência e serenidade”, o que indica uma postura austera da autoridade monetária para a próxima reunião. O Comitê de Política Monetária do Banco Central tem nova reunião em 20 e 21 de junho, e depois em 1 e 2 de agosto.

Considerando as informações do Banco Central, o Banco Safra acredita que o balanço de riscos deve melhor ao longo dos próximos meses. Mas, o afrouxamento monetário só virá em agosto.

Baixe aqui a íntegra da análise semanal de macroeconomia do Banco Safra.

Em primeiro lugar, a aprovação do arcabouço fiscal pelo Congresso e novas medidas que fortaleçam a arrecadação tributária ajudarão a reduzir a incerteza fiscal, com possíveis efeitos benéficos sobre as expectativas de inflação de longo prazo.

Em segundo lugar, a queda dos preços de commodities em moeda local estão gerando deflação consistente no atacado desde meados do ano passado, o que contribui para amenizar os custos de produção de bens.

O Safra estima que o índice de preços no atacado (IPA) apresentará deflação de 2% nesse ano, com viés baixista (Gráfico Box 1). Por fim, a estabilização da população ocupada desde o quarto trimestre do ano passado tem colaborado para a desaceleração do rendimento médio nominal (Gráfico Box 2). O arrefecimento dos salários também contribui para o desaquecimento dos custos de produção de bens e serviços, o que beneficiará a dinâmica da inflação no médio prazo.

Fontes: FGV/IBGE/Banco Safra

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