Reino Unido deve testar passaporte de vacinas
Eventos esportivos e culturais devem ser retomados com criação de "passaporte covid-19" e testagem obrigatória em entradas e saídas
04/04/2021O Reino Unido se prepara para testar uma série de medidas para retomar algumas atividades no país após o pico da pandemia de covid-19. Entre elas está uma espécie de passaporte de vacinas da covid-19, que deve mostrar histórico de vacinação e testes de infecção da pessoa.
Além disso, é discutida a implementação de testagem das pessoas nas entradas e saídas de eventos esportivos, shows e boates.
A proposta do passaporte está sendo debatida em todo o mundo, inclusive na União Europeia, nos Estados Unidos e em Israel.
A crítica é sobre a privacidade médica das pessoas e também sobre a possibilidade de discriminação de pessoas e nações mais pobres, que não têm acesso imediato às vacinas.
Política entorno do passaporte de vacinas
Dezenas de políticos britânicos, incluindo alguns do próprio Partido do primeiro-ministro, Boris Johnson, são contrários a essas medidas.
O ministro Michael Gove, que liderou a força-tarefa responsável pela elaboração dos planos, reconheceu que os passaportes para vacinas levantaram “uma série de questões práticas e éticas” que precisavam ser resolvidas antes de qualquer implementação mais ampla.
Mas o ministro dos esportes do Reino Unido, Nigel Huddleston, enfatiza que “os primeiros pilotos quase certamente não envolverão nenhum elemento de certificação”, mas envolverão testes antes e depois dos eventos.
Segundo ele, Boris Johnson deve dar mais detalhes sobre os passaportes do coronavírus amanhã.
Os primeiros eventos que funcionarão desta forma serão a semifinal da FA Cup (Copa da Inglaterra de futebol masculino), programada para o fim do mês no Wembley Stadium, em Londres, e a final do evento, que vai ocorrer em 15 de maio.
A previsão é de que no primeiro teste haja 4 mil pessoas no estádio, que tem capacidade para 90 mil. No segundo caso, poderão participar até 21 mil pessoas.
Flexibilização para viagens
Também nesta semana, o governo deve definir maneiras de flexibilizar as restrições a viagens internacionais.
Na semana passada, o Reino Unido adicionou mais quatro países à sua lista vermelha de proibições de viagens. Em 9 de abril, a lista vermelha do Reino Unido deve ter até 39 países.
O objetivo é evitar que mais variantes do vírus – especialmente aquelas detectadas pela primeira vez no Brasil e na África do Sul – cheguem ao território britânico.
As autoridades dizem que cerca de 47% da população do país recebeu a primeira dose da vacina contra o coronavírus, e mais de 5 milhões de pessoas receberam a segunda dose.
Apesar do sucesso na vacinação, a Grã-Bretanha ainda tem o maior número de mortes por covid-19 da Europa, em torno de 127 mil. (AE)