Lucro das empresas supera expectativas no 2º trimestre
Relatório do Banco Safra aponta que 55% das empresas analisadas superaram as expectativas em termos de resultados financeiros no período
20/08/2021O Safra divulgou nesta sexta-feira, 20, um balanço sobre os resultados corporativos do 2º trimestre das empresas de capital aberto analisadas pelo banco.
De acordo com a instituição, a maioria dos números reportados nas últimas semanas surpreendeu positivamente, ficando acima das estimativas.
No relatório, o Safra destaca que no período de abril a junho, a economia brasileira chegou mais perto de sua normalidade, com a dissipação dos efeitos da pandemia de covid-19.
Sendo assim, 55% dos balanços corporativos vieram acima das expectativas do banco. Outros 15% em linha com as estimativas.
Por outro lado, 30% dos resultados ficaram abaixo do esperado.
Das 84 empresas analisadas, 8% apresentaram prejuízo no 2º trimestre, bem melhor do que os 24% de um ano atrás.
Na comparação interanual, foi observada uma alta de 45% nas vendas, de 105% no Ebitda e de 521% no lucro.
Retirando a Petrobras (PETR4) da conta, o lucro líquido cresceu 89%, ainda assim mostrando uma forte bateria de resultados.
Embora tenha sido um trimestre muito positivo, os números reportados não devem bastar para mudar a tendência de queda do mercado, imposta pelas incertezas políticas e fiscais.
Fatores positivos elencados pelo Safra
Na visão do banco, contribuiu para a boa expansão em todas as linhas dos resultados a baixa base de comparação interanual, uma vez que o mesmo trimestre em 2020 foi atingido em cheio pelas medidas de combate ao coronavírus.
Quando comparada com as expectativas, a receita das empresas analisadas pelo Safra ficou 0,5% acima do esperado.
Em seguida, o Ebitda e o lucro líquido ficaram 9% e 31% acima.
Entre as principais surpresas positivas no trimestre estiveram os setores de petróleo e gás, com destaque para a Petrobras, em meio a uma forte recuperação nos preços do petróleo e melhora no volume de vendas.
Adicionalmente, inclui-se o setor de transportes, em que todas as empresas vieram com resultados mais fortes, sobretudo as locadoras de veículos.
Outro destaque positivo foram as construtoras, beneficiadas pela aceleração nos lançamentos e consequente melhora de vendas.
Em contrapartida, a surpresa negativa foi o setor de saúde. As empresas integradas apresentaram fraca performance, dado o forte aumento de sinistralidade pelo aumento das internações por covid-19, efeito que deve se dissipar nos próximos trimestres.
O setor de bens de capital também veio bem abaixo, uma vez que a Aeris (AERI3) foi afetada por um adiamento de pedidos devido a forte alta nos preços das commodities.