close

Federal Reserve faz reunião extraordinária após quebra do Silicon Valley

O Fed vai discutir o impacto da quebra do Silicon Valley Bank, que sofreu intervenção; trata-se da segunda maior falência da história dos EUA e a maior desde a crise de 2008

Silicon Valley

O Silicon Valley Bank tinha cerca de US$ 209 bilhões em ativos até o fim de 2022, o que o tornava o 16º maior banco dos EUA | Foto: Getty Images

O Federal Reserve convocou reunião extraordinária para esta segunda-feira, 13, às 11h30 de Washington (12h30 de Brasília), quando o Conselho de Governadores da instituição deve revisar e determinar o valor das taxas de adiantamento e de desconto a serem cobradas pelas unidades distritais do Fed. A reunião de emergência ocorre após o colapso do Silicon Valley Bank, na última sexta-feira.

O Silicon Valley Bank (SVB) financiava empresas do setor tecnológico nos Estados Unidos. Ele foi criado em 1983 e fornecia crédito a várias startups. Segundo o Wall Street Journal, trata-se da segunda maior falência da história dos Estados Unidos e a maior desde o colapso no sistema financeiro americano em 2008, que, à época, gerou uma crise mundial. O Silicon Valley Bank tinha cerca de US$ 209 bilhões em ativos até o fim de 2022, o que o tornava o 16º maior banco dos EUA, segundo o Federal Reserve. O valor dos ativos equivale a mais de R$ 1 trilhão, o que significa que o Silicon Valley tinha o tamanho do Santander no Brasil.

Saiba mais

A ameaça de turbulência decorrente da situação do banco californiano Silicon Valley Bank (SVB), e o risco de a crise se espalhar e contaminar bancos menores nos Estados Unidos, levou o governo americano a fechar suas portas em apenas dois dias.

Apesar da rápida ação do governo dos EUA, a falência deve deixar um rastro de perdas a empresas startups, principais clientes do SVB, grupo que inclui algumas novatas brasileiras.

A intervenção não elimina o risco de que outras instituições do setor bancário dos EUA venham a cair, sobretudo, bancos de menor porte, embora especialistas acreditem que o caso não é suficiente para desencadear uma “crise sistêmica”.

Em Wall Street, a rápida eclosão do SVB levou a mais um dia de tensão e perdas na sexta-feira, o que afetou a Bolsa brasileira. Ações de bancos como First Republic, PacWest e Signature fecharam com queda de dois dígitos, entre 14,65% e 37,91%.

Horas depois de as ações da controladora do SBV terem sido interrompidas na Nasdaq na manhã de sexta, a Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC), uma espécie de FGC dos EUA, surpreendeu e decretou a falência do banco. A rápida derrocada do SVB começou na quarta-feira, dia 08, quando anunciou um plano de capital para cobrir um rombo de cerca de US$ 2 bilhões com a venda de títulos. O movimento assustou startups, suas principais clientes e desencadeou uma corrida de saques junto à instituição.

Embora o SVB já enfrentasse uma situação mais delicada, sua falência pegou todos de surpresa. Poucos dias antes de ter sua falência decretada, a instituição comemorava o fato de estar no ranking da Forbes dos melhores bancos americanos pelo quarto ano consecutivo. Em novembro do ano passado, o JPMorgan via o SVB como overweight, ou seja, com desempenho acima do mercado.

Antes de o governo dos EUA anunciar o fechamento do SVB e assumir o seu controle como forma de proteger os clientes do banco, figurões do mercado já alertavam para a necessidade de um socorro caso a venda à iniciativa privada não fosse bem-sucedida.

Os quatro maiores bancos dos EUA chegaram a perder US$ 52 bilhões em valor de mercado na sexta-feira, com o impacto da crise do SVB.

Startups brasileiras que tinham reservas no Silicon Valley Bank (SVB) começaram a se movimentar ainda na quinta-feira, 9, para tentar retirar o dinheiro do banco norte-americano. A orientação para os saques partiu de empreendedores e de gestoras de investimento – quem optou por esvaziar as contas ainda na quinta-feira conseguiu completar a transação sem maiores problemas. (Com AE)

Abra sua conta

Assine o Safra Report, nossa newsletter mensal

Receba gratuitamente em seu email as informações mais relevantes para ajudar a construir seu patrimônio

Invista com os especialistas do Safra