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Taxa básica de juros tem nova alta e vai a 5,25% ao ano

Copom promove alta de 1 ponto porcentual na taxa Selic, cita pressões de preços, conta de luz e variante delta e sinaliza com mais uma alta na próxima reunião

juros em alta

Reajustes da conta de luz e alta de preços de alimentos decorrentes da crise hídrica são citados entre as justificativas para o aperto dos juros | Foto: Getty Images

Com inflação acelerada e a volta do risco fiscal, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a Selic (a taxa básica de juros) em 1 ponto porcentual, de 4,25% para 5,25% ao ano.

Este foi o quarto aumento consecutivo dos juros e representa uma aceleração do aperto monetário. Nas três decisões anteriores, o BC havia subido a taxa em 0,75 ponto porcentual. Para a próxima reunião, o Copom aantecipou a decisão de uma nova alta de 1 ponto, para 6,25%.

Com a decisão desta quarta-feira, 4, a Selic está no maior patamar desde outubro de 2019 – antes da pandemia de covid-19. Com a crise sanitária, o BC fez um primeiro movimento no sentido de acelerar os cortes da taxa, que se manteve no mínimo histórico de 2% ao ano de agosto do ano passado a março deste ano. Em um segundo movimento, iniciado em março, o BC recomeçou a elevar a Selic, numa tentativa de controlar a inflação.

Alta dos juros se reflete no crédito

O aumento do juro básico da economia reflete em taxas bancárias mais elevadas, embora haja uma defasagem entre a decisão do BC e o encarecimento do crédito (entre seis meses e nove meses). A elevação da taxa de juros também influencia negativamente o consumo da população e os investimentos produtivos.

Os aumentos sucessivos da Selic são uma tentativa do BC de segurar a inflação no Brasil. A escalada dos preços de alimentos, combustíveis e energia elétrica levam o mercado a projetar inflação de 6,79% para 2021, bem acima da meta para este ano.

O Copom fixa a taxa básica de juros com base no sistema de metas de inflação. A projeção do BC para a inflação já é superior ao teto da meta para este ano. O centro da meta para 2021 é de 3,75%, com margem de 1,5 ponto (de 2,25% a 5,25%). Já a meta de 2022 é de 3,50%, com margem de 1,5 ponto (de 2,00% a 5,00%). O parâmetro para 2023 é de inflação de 3,25%, com margem de 1,5 ponto (de 1,75% a 4,75%).

Brasil é vice-líder em juros reais

Com os quatro últimos aumentos da Selic, o Brasil voltou a registrar uma das maiores taxas de juros reais (descontada a inflação) do mundo. Cálculos do site MoneYou e da Infinity Asset Management indicam que o juro real brasileiro está agora em +2,52% ao ano.

O País possui o segundo juro real mais alto do mundo, considerando as 40 economias mais relevantes. Atualmente, o País só registra uma taxa real inferior à da Turquia (+6,40%).

Copom sinaliza com nova alta da mesma magnitude

Ao aumentar o ritmo de ciclo de alta da Selic, o Comitê de Política Monetária avisou em seu comunicado oficial que pretende manter o pé no acelerador. O colegiado sinalizou um novo aumento de mesma magnitude na próxima reunião. Com isso, a Selic pode chegar a 6,25% já em setembro.

“Neste momento, o cenário básico e o balanço de riscos do Copom indicam ser apropriado um ciclo de elevação da taxa de juros para patamar acima do neutro”, destacou o Copom.

Apesar dessa sinalização em manter o novo ritmo de aumento da taxa em 1 p.p. – após três altas de 0,75 p.p. – o Copom enfatizou que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar o cumprimento da meta de inflação.

Mais uma vez, o colegiado afirmou que as próximas decisões dependerão da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação para o horizonte relevante da política monetária.

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