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Petrobras cai e derruba a Bolsa com incerteza sobre rumo da política dos combustíveis

Ibovespa caiu 1,01%, aos 103.325 pontos, depois de oscilar entre 103.320 e 104.912 pontos; o volume financeiro do dia foi de R$ 25,85 bilhões

Investidor analisa gráfico em tela de computador

Investidores ficaram de olho nos indicadores econômicos do Brasil e da China e na gestão da Petrobras | Foto: Getty Images

Fechamento: O Ibovespa fechou o dia em queda esta quinta-feira, após o resultado da Petrobras. A estatal, mesmo apresentando um balanço positivo, com lucro líquido recorde de R$ 188,3 bilhões em 2022, teve um dia de realizações e isso pressionou a Bolsa.

O referencial brasileiro caiu 1,01%, aos 103.325 pontos, depois de oscilar entre 103.320 e 104.912 pontos. O volume financeiro do dia foi de R$ 25,85 bilhões.

A Petrobras fechou com perdas de 2,33% (PETR4) e 2,43% (PETR3). O papel chegou a se recuperar, mas aprofundou a queda no final da sessão.

“O resultado foi relativamente bom, mas os dividendos que foram anunciados podem não ser pagos. Essa é uma incerteza de curto prazo, ele será submetido à aprovação em assembleia”, disse Cauê Pinheiro, estrategista do Banco Safra.

Ao reportar o resultado financeiro, a empresa informou que a parcela destinada aos acionistas poderia chegar a R$ 35,8 bilhões, ou R$ 2,75 por ação. Mas a nova direção da estatal, presidida por Jean Paul Prates, propôs a retenção de R$ 6,5 bilhões em uma reserva estatutária para investimentos, que será avaliada pelos acionistas em assembleia no dia 27 de abril.

Outro fator que afetou o papel da Petrobras, foi a fala do presidente da estatal, Jean Paul Prates, em relação a política de preços de combustíveis a ser definida pela nova diretoria.

Segundo ele, a empresa poderá seguir outros parâmetros para definir o valor do litro da gasolina e não somente a regra da Paridade de Preços e Importação (PPI), usada atualmente.

Os piores desempenhos, no entanto, foram de Qualicorp, que perdeu 4,91%, Hapvida, 3,97%, Banco do Brasil, que recuou 4,18%, Rede D’Or, 3,61% e 3R Petroleum, 3,93%.

No lado positivo, o destaque foi a Energias do Brasil, que disparou 14,52%. A EDB anunciou que poderá fechar o capital da empresa visando trazer maior flexibilidade na gestão financeira.

Seguem na lista das maiores altas do dia, a Meliuz, que subiu 5,06%, BRF, com evolução de 4,16%, Embraer, 3,20% e Braskem, 3,70%.

17h21 O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira, 2, que a pasta vai concluir esta semana os trabalhos sobre a nova âncora fiscal que vai substituir o atual teto de gastos. As conclusões serão levadas para aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

De acordo com Haddad, a ideia é que o novo arcabouço seja de conhecimento público já em março para que o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) seja enviado com formato final, atualizado pela nova regra fiscal, evitando “retrabalho” por parte do Congresso.

“A gente quer evitar retrabalho por parte do próprio Congresso. Porque se Congresso aprova LDO e arcabouço destoante, discrepante, ele vai ter retrabalho de reavaliar LDO”, disse o ministro aos jornalistas. Ele explicou que as duas peças, LDO e arcabouço, vão caminhar juntas no Congresso.

A LDO tem que ser enviada pelo Executivo ao Congresso até o dia 15 de abril e aprovada pelo Legislativo até o dia 30 de junho. (AE)

17h Dólar fecha em alta de 0,24%, vendido a R$ 5,20, depois de oscilar entre R$ 5,18 e R$ 5,22. Com o resultado desta sessão, a moeda americana acumula queda de 1,38% no ano. Na semana, no entanto, a divisa ganha 0,13%. Já a Bolsa segue no vermelho e perde 0,84%, aos 104.030 pontos.

16h28 Os países da América Latina tiveram um quadro fiscal equilibrado em 2022, mas o cenário deve se dificultar este ano, prevê a Fitch Ratings. A expectativa da agência é a de que Brasil e Chile puxem a deterioração das contas públicas na região, em meio à desaceleração do crescimento econômico e à reversão do efeito positivo gerado pela escalada da inflação.

Em relatório, a instituição explica que, no ano passado, a maior parte das economias locais teve balanços fiscais em linha com ou o superior aos níveis de 2019, o último ano antes da pandemia de covid-19. O desempenho é atribuído principalmente ao crescimento das receitas.

“Ganhos inesperados com commodities ou as reformas tributárias explicam muito dessa melhora, mas ela é visível até mesmo entre os soberanos que não se beneficiaram desses fatores e podem, portanto, refletir melhorias administrativas”, ressalta a agência.

A agência acrescenta que vários governos conseguiram reduzir as despesas, com ajuda de regras fiscais e inflação elevada, entre eles os de Brasil, Costa Rica e Uruguai. “Mas os gastos permanecem acima dos níveis pré-pandemia na maioria dos outros, particularmente aqueles que continuaram com transferências sociais relacionadas à pandemia ou energia subsidiada”, ressalta. (AE)

16h04 Ibovespa se mantém no campo negativo, mas em quase estabilidade. Bolsa perde 0,18%, aos 104.202 pontos. Petrobra retorna a operar em baixa e perde 0,83% (PETR4) e 0,73% (PETR3). Dólar sobe 0,39%, vendido a R$ 5,19.

14h Bolsa segue no vermelho e recua 0,22%, aos 104.153 pontos, mesmo com a Petrobras retomando a trajetória de alta. Estatal sobe 0,43% (PETR4) e 0,31% (PETR3). Dólar desacelera e sobe 0,50%, vendido a R$ 5,20.

11h52 Ibovespa inverte o sinal e passa a cair com a pressão da Petrobras e do exterior. Bolsa recua 0,34%, aos 104.028 pontos. Estatal aprofunda queda e recua 2,65% (PETR4) e 2,43% (PETR3). Lá fora, os índices americanos operam mistos, com somente Dow Jones no azul, 0,21%. S&P500 perde 0,40% e Nasdaq, 0,63%. O dólar segue em trajetória altista e avança 0,72%, vendido a R$ 5,21.

11h38 A Petrobras afirmou nesta quinta-feira, 2, em esclarecimentos às notícias divulgadas da mídia, que no âmbito da Diretoria e do Grupo Executivo de Mercado e Preços, não há qualquer discussão para que a companhia altere sua Política de Preços.

Em documento enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa reitera seu compromisso com a prática de preços competitivos e em equilíbrio com o mercado, ao mesmo tempo em que evita o repasse imediato da volatilidade externa e da taxa de câmbio causadas por eventos conjunturais.

“Qualquer alteração deverá ser debatida pelos órgãos internos de governança da Petrobras, especialmente a diretoria e o Conselho de Administração, e será divulgada ao mercado”, afirma a estatal. (AE)

11h10 Os pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos caíram 2 mil na semana passada, a 190 mil, informou nesta quinta-feira, 2, o Departamento do Trabalho. O resultado foi diferente do esperado por analistas ouvidos pelo The Wall Street Journal, que previam alta a 195 mil.

O total de pedidos da semana anterior não foi revisado e permaneceu a 192 mil. (AE)

10h23 O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, opera em alta nesta quinta-feira. O referencial brasileiro sobe 0,25%, aos 104.662 pontos. Na véspera, a Bolsa caiu 0,52%, aos 104.384 pontos, depois de oscilar entre 103.104 e 105.497 pontos. O volume financeiro do dia foi de R$ 31,77 bilhões. Com o resultado desta sessão, o referencial brasileiro acumula queda de 1,34% na semana e de 1,885 no ano.

A Petrobras, que tem grande participação no Ibovespa, opera em queda forte neste momento, mesmo após divulgação do resultado recorde em 2022. A estatal recua 1,15% (PETR4) e 0,43% (PETR3).

Ontem, após o fechamento do mercado, a Petrobras anunciou lucro líquido recorde de R$ 188,3 bilhões em 2022. Trata-se do maior resultado já obtido por uma empresa no Brasil, segundo a consultoria TradeMap. O lucro supera os R$ 129,1 bilhões anunciados pela Vale em 2021, em valores corrigidos pelo IPCA, até então o maior já registrado por uma companhia brasileira, segundo o economista Einar Rivero, da TradeMap.

O resultado da Petrobras em 2022representou um crescimento de 77% em relação ao lucro líquido de 2021. Somente no 4º trimestre de 2022, o lucro líquido da companhia foi de R$ 43,3 bilhões, 38% superior ao mesmo período do ano anterior.

10h10 A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, reafirmou nesta quinta-feira, 2, esperar uma elevação de 50 pontos-base (pb) nos juros na reunião de março da instituição. Além disso, ela enfatizou que as próximas decisões dependerão dos indicadores disponíveis, mas disse ser “possível que continuemos por esse caminho” de mais aperto monetário. (AE)

10h02 Moeda americana vira para alta. Dólar sobe 0,53%, vendido a R$ 5,20. A divisa se valoriza no exterior frente às outras moedas com a expectativa de elevação mais agressiva dos juros pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano) e pelo Banco Central Europeu (BCE).

9h15 O dólar abriu em queda esta quinta-feira seguindo a trajetória do dia anterior. A moeda americana recua 0,09%, vendida a R$ 5,18.

Na véspera, a divisa encerrou a sessão com recuo de 0,62%, cotada a R$ 5,19. Com o resultado desta quarta, a moeda americana acumula queda de 0,11% na semana. No ano, o recuo é de 1,62%.

O bom momento das commodities no mercado mundial deu força para o real se valorizar frente ao dólar. O Brasil é um grande exportador de commodity, principalmente minério de ferro, cujo maior consumidor é a China.

Isso ocorreu após os dados industriais da China indicarem que o país pode se recuperar mais rápido do que o mercado imaginava.

Ontem, foi divulgado o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) industrial da China subiu de 49,2 em janeiro para 51,6 em fevereiro, da S&P Global Ratings, em parceria com a Caixin. O dado veio acima das projeções de mercado de 50,5 no mês. O resultado acima de 50 indica que a atividade saiu do território de contração pela primeira vez nos últimos sete meses.

No Brasil, as atenções se voltam para a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) de 2022. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a economia brasileira evoluiu 2,9%, alcançando R$ 9,9 trilhões. No quarto trimestre, o resultado foi de uma queda de 0,2% em relação ao trimestre imediatamente anterior, interrompendo uma sequência de cinco trimestres positivos.

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