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Venda de eletrônicos cai até 30% na Black Friday

O presidente da Eletros atribui o fraco desempenho à insegurança do consumidor para comprar bens duráveis e à inflação

Cai a venda de eletrônicos na Black Friday

Nos eletroportáteis e na linha de áudio e vídeo o tombo foi menor, de 10% e 12%, respectivamente | Foto: Getty Images

As vendas de eletroeletrônicos na Black Friday deste ano caíram 30% em relação ao ano passado, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros).

A maior retração nos volumes ocorreu nas vendas de aparelhos de ar-condicionado (30%) e da linha branca – geladeiras, fogões e lavadoras (25%). Nos eletroportáteis e na linha de áudio e vídeo, o tombo foi menor, de 10% e 12%, respectivamente.

Em receita, houve um aumento nominal de 7% a 9%, mas, com uma inflação acumulada no ano de mais de 10%, a queda foi real. A expectativa de vendas da indústria para a data era de elevação do faturamento em cerca de 5%, já descontada a inflação.

“Tivemos queda no volume e um pseudo crescimento de faturamento, estamos muito preocupados”, afirmou o presidente da Eletros, José Jorge do Nascimento.

A preocupação é especialmente com o início do ano que vem. Em períodos normais, depois da Black Friday as lojas começam a fazer os pedidos para janeiro, pois geralmente negociam um único pacote de mercadorias para a promoção de novembro e o Natal. Neste ano, no entanto, como o varejo ficou estocado devido à frustração nas vendas, os pedidos para janeiro estão baixos ou nem estão sendo feitos.

O presidente da Eletros atribui o fraco desempenho da Black Friday à insegurança do consumidor para comprar bens duráveis, à concorrência com outras despesas, como os gastos com serviços, em razão da reabertura da economia, e sobretudo à inflação. Os preços dos eletroeletrônicos foram reajustados entre 12% e 15% no varejo neste ano.

Nascimento diz que o setor aumentou preços porque enfrenta forte alta de custos. Segundo ele, o aço, por exemplo, subiu 90% em 2021 e o plástico, 50%.

O preço do frete marítimo de um contêiner, que era de US$ 1 mil, hoje está em US$ 15 mil, depois de ter atingido US$ 30 mil ao longo do ano. Além disso, pesam na produção os custos com energia elétrica e a desvalorização do câmbio, uma vez que boa parte dos insumos é importada. “Seguramos 85% dos aumentos”, afirma o dirigente.

A indústria vê as expectativas de vendas para o ano e Natal minguarem. Até setembro, as quantidades vendidas cresciam neste ano entre 10% e 12% sobre 2020. Agora, o cenário realista é repetir o Natal do ano passado e fechar 2021 sem crescimento. (AE)

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