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Vendas no varejo crescem pelo quinto ano seguido com alta de 1,4% em 2021

Resultado positivo foi impulsionado por setores como artigos farmacêuticos, vestuário e calçados e artigos de uso doméstico

Duas mulheres lado a lado escolhendo roupas em arara de loja, alusivo às vendas do varejo brasileiro

Resultado das vendas do varejo foi bem próximo dos dois anos anteriores, que registraram alta de 1,2% (2020) e de 1,8% (2019) | Foto: Getty Images

As vendas do varejo brasileiro registraram estabilidade (-0,1%) em dezembro, mas fecharam o último ano acumulando crescimento de 1,4% em relação a 2020.

Assim, 2021 foi o quinto ano consecutivo de resultados positivos para o volume de vendas do varejo.

O resultado foi bem próximo dos dois anos anteriores, que registraram alta de 1,2% (2020) e de 1,8% (2019). O último ano a acumular perdas em relação ao ano anterior foi 2016 (-6,2%).

Os dados são da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada nesta quarta-feira, 9, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O comércio vinha registrando crescimento na primeira parte de 2021 (6,7%), mas teve uma sequência de quedas no segundo semestre, que acabou sendo encerrado com recuo de 3%.

O comportamento foi inverso ao ano de 2020, que teve queda no primeiro semestre (-3,2%) e alta no segundo (5,1%).

“Como o primeiro semestre de 2020 foi marcado pelo início da pandemia de covid-19 no Brasil, com o fechamento do comércio durante vários meses em boa parte do País, a base de comparação para o primeiro semestre de 2021 era baixa e, portanto, o crescimento nesse período era esperado. Já a segunda metade de 2020 foi marcada pela retomada das atividades, enquanto que o mesmo período de 2021 não teve tanta força para o volume de vendas no varejo”, explica o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.

Vendas do varejo por setores

Cinco setores fecharam o segundo semestre em queda. São eles:

  1. Móveis e eletrodomésticos (-19,4%)

  2. Livros, jornais, revistas e papelaria (-9,7%)

  3. Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-8,6%)

  4. Combustíveis e lubrificantes (-3,1%)

  5. Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-2,6%)

Desses mencionados acima, quatro setores fecharam o ano de 2021 com retração: 

  1. Livros, jornais, revistas e papelaria (-16,9%)

  2. Móveis e eletrodomésticos (-7%)

  3. Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-2,6%)

  4. Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-2%)

“A atividade de Móveis e Eletrodomésticos teve queda também na passagem de novembro para dezembro (-17,6%). A atividade registra sete meses consecutivos de resultados negativos na comparação interanual, tendo exercido o maior impacto (-1,8 ponto percentual) no total do varejo para o ano. A perda de 7,0% com relação ao ano de 2020, inverte a trajetória de alta (10,6%) registrada na passagem de 2019 para 2020 com relação a 2019”, ressalta Santos.

Segundo o pesquisador, o segmento passa ainda por dificuldades para se adaptar ao rearranjo no consumo que ocorreu para esses produtos em decorrência da pandemia.

“Houve uma antecipação de compras por parte dos consumidores, que resultou em um crescimento rápido seguido de queda. Além desse deslocamento do consumo, o setor sofre interferência da alta do dólar e da redução da renda e, portanto, do poder de consumo da população”, avalia.

Por outro lado, tiveram resultados positivos na comparação com o segundo semestre de 2020:

  1. Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (4,3%)

  2. Tecidos, vestuário e calçados (3,8%)

  3. Outros artigos de uso pessoal e doméstico (0,7%)

E essas atividades também encerraram o ano com resultados positivos (9,8%, 13,8% e 12,7%, respectivamente), assim como os Combustíveis e lubrificantes (0,3%)

“De modo geral, o volume de vendas no varejo se aproxima do patamar pré-pandemia. Sendo que alguns setores já se encontram bem acima, como é o caso dos Artigos Farmacêuticos, que já cresce há cinco anos”, explica Cristiano Santos.

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Varejo ampliado

Já o varejo ampliado, que inclui Veículos, motos, partes e peças e Material de construção, encerrou 2021 com crescimento acumulado de 4,5%, invertendo a perda de 1,4% registrada em 2020.

Na passagem de novembro para dezembro de 2021, na série com ajuste sazonal, a o volume de vendas no varejo ampliado registrou variação de 0,3%.

“A inflação continua exercendo impacto nos indicadores, uma vez que a variação de receita nominal de vendas do varejo é positiva em 0,3%, na passagem de novembro para dezembro”, conclui Santos.

Vendas do varejo em queda em 21 Estados

Na passagem de novembro para dezembro de 2021, a taxa média nacional de vendas do comércio varejista de -0,1% foi acompanhada de um predomínio de resultados negativos em 19 das 27 unidades da Federação, com destaque para: Mato Grosso (-4,7%), Acre (-4,5%) e Rondônia (-4,3%). 

Por outro lado, no campo positivo, figuram oito Estados, com destaque para: Tocantins (1,3%), Santa Catarina (0,8%) e Espírito Santo (0,6%).

Frente a dezembro de 2020, a variação foi de -2,9%, com predomínio de resultados negativos em 21 unidades da Federação, com destaque para: Bahia (-12,9%), Pernambuco (-11,4%) e Sergipe (-11,1%).

Por outro lado, pressionando positivamente, figuram: Mato Grosso do Sul (4,1%), Rio Grande do Sul (3,8%) e Espírito Santo (3,8%).

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