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Copom deve manter taxa de juro de 2% ao ano

Apesar da alta recente da inflação, instituições financeiras apostam em manutenção da taxa, segundo levantamento do Banco Central

Presidente do Banco Central

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, abre hoje a primeira reunião do ano do Copom / Foto: Agência Brasil

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central conclui nesta quarta-feira, 20, a primeira parte da reunião para definir a taxa básica de juros, a Selic.

A decisão sai no fim da tarde, após a segunda parte da reunião.

Apesar da alta na inflação nos últimos meses, as instituições financeiras apostam na manutenção da taxa em 2% ao ano, no menor nível da história. A projeção consta do boletim Focus, pesquisa com instituições financeiras divulgada toda semana pelo Banco Central.

O Copom reúne-se a cada 45 dias. No primeiro dia do encontro, são feitas apresentações técnicas sobre a evolução e as perspectivas das economias brasileira e mundial e o comportamento do mercado financeiro.

No segundo dia, os membros do Copom, formado pela diretoria do BC, analisam as possibilidades e definem a Selic.

Controle da inflação

Desde a última reunião do comitê, em 8 e 9 de dezembro, existe a expectativa de quando deverá ocorrer a retirada do “forward guidance” da comunicação BC, encerrando o “compromisso” de não elevar os juros básicos da economia brasileira. Forward guidance é a prescrição futura no jargão em inglês – na decisão que manteve a taxa Selic em 2% ao ano na semana passada.

Desde agosto, o Copom passou a usar um forward guidance, se comprometendo a não elevar os juros de acordo com três condições que, segundo a diretoria do BC, seguem satisfeitas: projeções de inflação abaixo da meta no horizonte relevante, manutenção do regime fiscal e expectativas de longo prazo ancoradas.

Analistas afirmam que o BC deve reforçar que o fim do instrumento não tem “relação mecânica” com o começo do ciclo de aperto monetário e que essa decisão volta a depender das projeções de inflação e do balanço de riscos, o “receituário” do regime de metas.

Selic e as metas de inflação

A Selic representa o principal instrumento do governo para controlar a inflação, garantindo que ela fique dentro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional.

Para 2021, a meta está em 3,75%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. Ou seja, o limite inferior é 2,25% e o superior, 5,25%.

Para 2022, a meta é 3,5%, também com margem de 1,5 ponto percentual.

Até alguns meses atrás, as instituições financeiras projetavam inflação abaixo do centro de meta. A situação, no entanto, mudou com a recente alta no preço dos alimentos.

Os analistas consultados no boletim Focus agora projetam que a inflação oficial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) terminará o ano em 3,43%. Para 2022, a estimativa está em 3,5%.

Os economistas do Banco Safra projetam desaceleração significativa do IPCA já em janeiro, como consequência da redução das cobranças extras nas contas de luz. Para eles, a inflação deve seguir pressionada pelos preços de alimentos e combustíveis. Com isso, a previsão inicial de inflação de 3,2% para 2021 tem agora um viés de alta.

Controle da demanda

O Banco Central atua diariamente por meio de operações de mercado aberto – comprando e vendendo títulos públicos federais – para manter a taxa de juros próxima ao valor definido na reunião.

A Selic, que serve de referência para os demais juros da economia, é a taxa média cobrada em negociações com títulos emitidos pelo Tesouro Nacional, registradas diariamente no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia.

Ao manter a Selic no mesmo patamar, o Copom considera que as alterações anteriores nos juros básicos foram suficientes para chegar à meta de inflação, objetivo que deve ser perseguido pelo BC.

Ao reduzir os juros básicos, a tendência é diminuir os custos do crédito e incentivar a produção e o consumo.

Quando o Copom aumenta a Selic, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.

Relatório Safra Especial

Para os economistas do Banco Safra, ampla vacinação da população a partir dos próximos meses permitirá ao país aproveitar o impulso trazido pelo gasto fiscal e o relaxamento monetário do ano passado, criando oportunidades de emprego e renda.

Esta é uma das conclusões do relatório especial com as perspectivas para o cenário pós-pandemia, elaborado pelo diretor de Estratégia Econômica e Relações com Mercados do Safra, Joaquim Levy, e pela economista Priscila Deliberalli, em conjunto com a equipe de economistas do banco.

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