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Ações da CVC tentam decolar após queda de 66%

Maior operadora de turismo do país vê perspectiva de retomada após enfrentar ondas da pandemia e um ataque hacker que parou vendas por duas semanas

CVC

Empresa diz que números tendem a melhorar com avanço da vacinação e queda do contágio da ômicron | Foto: Getty Images

A CVC, maior operadora de turismo no País, enfrenta o desafio de convencer os investidores de que pode voltar a ser uma boa opção no mercado. Desde o início da pandemia, os papéis da empresa amargam desvalorização de 66%. A situação piorou ainda mais quando, em plena pandemia, um ataque hacker tirou o sistema da empresa do ar por duas semanas, em outubro do ano passado

Analistas dizem que as ações da CVC tendem a continuar sofrendo com alta volatilidade no curto prazo devido ao avanço da variante ômicron, mesmo com a empresa bem posicionada.

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 Após o ataque, as vendas retomaram, mas o avanço do contágio de covid-19 voltou a afetar o mercado. Para completar, o cancelamento de diversos cruzeiros, assim como a paralisação das operações da companhia aérea ITA, causaram prejuízos para os cofres da CVC.

“Somos os maiores representantes do setor, então de 20% a 25% do turismo passa por aqui. Logo, fomos bem atingidos por esses cancelamentos. Mas nossa visão é extremamente otimista, pois estamos muito mais perto do fim da pandemia”, afirma Leonel Andrade, presidente da CVC Corp.

O executivo se apoia na premissa de que, como o setor foi o mais afetado pela pandemia, será o mais beneficiado daqui em diante. Alguns números positivos começam a aparecer. Em dados divulgados em sua prévia operacional, a CVC teve crescimento de 64% em suas reservas confirmadas no quarto trimestre de 2021, em comparação ao mesmo período do ano anterior. Mas também é possível olhar esses números com viés negativo: ele representa apenas 66% do total vendido de outubro a dezembro de 2019.

CVC quer sair da pandemia mais eficiente e digital

Mesmo com números ainda negativos, Andrade acredita que a CVC é uma empresa muito melhor hoje do que era antes da pandemia. “Minha preocupação, quando assumi em abril de 2020, era de fazer a empresa sobreviver. Agora, o nosso foco é transformar a CVC em uma companhia mais eficiente e digital”, diz o executivo.

Uma das investidas da empresa ocorreu na noite da quinta-feira. Depois de comprar a empresa norte-americana VHC, voltada para a gestão de locação de residências (modelo similar ao do Airbnb), a CVC decidiu investir na WeTrek, também nos Estados Unidos, que tem como principal negócio um aplicativo voltado com dicas de viagens para turistas independentes.

O aplicativo também ajudará a empresa a trazer mais serviços para o seu programa de fidelidade, que deve ser lançado no segundo semestre e é a principal aposta de Andrade para fortalecer o braço digital.

Segundo ele, a ideia é, além de benefícios com milhas e descontos, ter um serviço similar ao de empresas como Netflix e Spotify. “Queremos oferecer a viagem certa para o cliente antes de ele se dar conta, por meio de dados”, diz Andrade.

O analista Guilherme Domingues, da Eleven Financial, diz que as ações da CVC devem continuar sofrendo com uma alta volatilidade no cur to prazo devido ao avanço da ômicron. Mas, segundo ele, a empresa está bem reposicionada para uma retomada do turismo, o que pode valorizar as ações. (AE)

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