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Dólar recupera perdas e acumula alta de 10,15% em junho

No último dia do mês, a moeda americana subiu 0,80% e foi cotada a R$ 5,23; no primeiro semestre, a divisa acumula perda de 6,12% frente ao real

Dólar

Investidores ainda monitoram a situação fiscal no Brasil e a economia nos Estados Unidos | Foto: Getty Images

Depois do tombo de ontem, o dólar fechou em alta nesta quinta-feira, 30. No último dia do semestre, a moeda americana foi cotada a R$ 5,23 – em alta de 0,80%.

Com o resultado do último dia do mês, o dólar terminou junho em valorização de 10,15% e no primeiro semestre acumula perdas de 6,12% frente ao real.

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Os investidores estão de olho nos dados de inflação nos Estados Unidos, medido pelo índice mensal de preços de Despesas de Consumo Pessoal (PCE, na sigla em inglês) o indicador que é usado como referência pelo Federal Reserve (Fed, Banco central americano) para definir a condução da sua política monetária.

De acordo com os dados, núcleo do PCE desacelerou para 4,7% ao ano em maio. Na comparação mensal, o índice subiu 0,3%.

O resultado veio em linha com o esperado pelo mercado e representa uma desaceleração em base anual frente ao mês de abril, quando o PCE registrou crescimento de 4,9%.

O núcleo do PCE exclui preços mais voláteis, como os de alimentos e energia. Quando considerados estes preços, a inflação americana foi de 0,6% na base mensal e 6,3% na anual.

“Os dirigentes dos principais bancos centrais alertaram sobre a persistência da inflação, o que levantou preocupações de que um aperto monetário mais agressivo levará as economias à recessão”, disse o Banco Safra em relatório.

Ontem, o presidente do Fed, Jerome Powell, disse que que a autoridade monetária não pode assumir que as expectativas de inflação permanecerão indefinidamente ancoradas nos Estados Unidos. Segundo ele, se houver aumento desenfreado dessas métricas, o Fed “ficará atrás da curva”. No entanto, na visão dele, o risco principal é de que a estabilidade de preços não seja restaurada.

O presidente do Federal Reserve afirmou ainda que os mercados financeiros têm precificado uma trajetória de juros semelhante à projetada por dirigentes da instituição, com a taxa básica no pico de cerca de 4%.

No cenário interno, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) dos Combustíveis continua do radar dos investidores. O impacto do projeto é de R$ 38 bilhões fora do teto e, se aprovada, corre o sério risco do governo não cumprir as metas ficais neste ano com a medida.

Além disso, o Banco Central do Brasil informou que a probabilidade de a inflação superar o teto da meta neste ano passou de 88%, em março, para 100% em junho. Para 2023, o Banco Central estimou que a probabilidade de superar o teto do sistema de metas avançou de 12% para 29%. Em 2022, a meta central de inflação é de 3,50% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar entre 2% e 5%.

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