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Empresas dos EUA registram resultado abaixo da média dos últimos 5 anos

Números consolidados das empresas dos EUA no segundo trimestre deixam analistas de Wall Street mais céticos quanto aos próximos meses

S&P 500

Lucro do S&P 500 é o menor desde os efeitos dos bloqueios nas economias para conter a propagação da covid-19 | Foto: Getty Images

As maiores empresas de capital aberto nos Estados Unidos entregaram no segundo trimestre a menor taxa de crescimento nos lucros desde o quarto trimestre de 2020, quando o mundo era chacoalhado pela covid-19.

Como pano de fundo, um cenário de subida de juros para controlar a maior inflação em mais de quatro décadas no país já produz impactos nos negócios e faz Wall Street revisar para baixo as projeções para os lucros futuros, sob o temor de uma recessão à vista – ainda que o mercado de trabalho americano sinalize o contrário. Além disso, o dólar forte também atuou como um vento contrário para multinacionais americanas.

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Nas últimas semanas, até cresceu o número de empresas que superaram as projeções do mercado nos EUA, com destaque para os setores de energia e de saúde.

Até o momento, 87% das empresas do S&P 500 (que reúne os maiores nomes de capital aberto no país) já divulgaram seus números do segundo trimestre, de acordo com a empresa de análise financeira FacSet. Dessas, 75% entregaram lucro por ações (EPS, na sigla em inglês) superior às projeções do mercado. No entanto, a maioria (ou 77%) apresentou resultado abaixo da média dos últimos cinco anos.

Luco das empresas dos EUA leva o S&P 500 aos menor lucro desde o fim de 2020

Como consequência, o S&P 500 entregou até agora o menor lucro desde o quarto trimestre de 2020, quando as empresas sentiam os efeitos dos bloqueios nas economias para conter a propagação da covid-19.

Dos 11 setores do índice, seis reportaram crescimento nos lucros, com destaque para energia, indústria e materiais. Na ponta contrária, cinco segmentos entregaram resultados em queda, entre eles, empresas dos segmentos financeiro, de consumo e de telecomunicações.

“O consumidor (nos EUA) está fazendo escolhas e está sendo muito racional sobre os gastos. Quando olhamos para o desdobramento dos gastos do consumidor, onde houve um choque inflacionário maior, observamos uma redução no equilíbrio entre gastos reais e quantidade de produtos”, observou a economista-chefe do Mastercard Economics Institute para os EUA, Michelle Meyer.

Os números consolidados do segundo trimestre deixaram os analistas de Wall Street mais céticos quanto aos próximos meses. “Embora a temporada de resultados do segundo trimestre tenha permitido outra rodada de ganhos modestos, os analistas estão reduzindo suas estimativas para o segundo semestre deste ano e para o ano 2023”, afirmam os estrategistas do banco americano Jefferies, Kenneth Chan e Sean Darby. (AE)

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