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Acelerar vacinação é vital para retomada econômica

Para o Safra, vacinas são prioridade, assim como medidas para garantir o bom funcionamento da economia no pós covid

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País tem cerca de 8 milhões de doses até o momento, mas avanço de vacinação dos idosos pode desafogar hospitais e reduzir número de mortes | Foto: Getty Images

O Banco Safra considera primordial que o Brasil acelere a vacinação e faça um diagnóstico claro sobre o impacto da Covid-19 sobre a economia e nas condições de vida das pessoas mais vulneráveis.

O Safra também considera fundamental que o governo desenhe e implemente resposta adequadas e compatíveis com o bom funcionamento da economia no período pós-Covid.

A análise faz parte do cenário traçado para 2021 destinado a clientes e investidores. A evolução da pandemia, segundo o banco, ainda é incerta, apesar da aparente efetividade das vacinas e avanço da vacinação..

Quando serei vacinado?

Milhões de brasileiros se fazem esta pergunta, enquanto assistem cenas que mostram as primeiras vacinas chegando aos que estão na fila das prioridades.

O número de vacinas para distribuição no Brasil tem crescido, abrindo a possibilidade da vacinação dos 15 milhões de idosos acima de 70 anos nas próximas 4 a 6 semanas.

A vacinação contra a Covid-19 iniciou-se no Brasil no dia 17 de janeiro com a aplicação da Coronavac, produzida pelo Butantan. A partir daí, distribuíram-se cerca de 8 milhões de doses (6 milhões da Coronavac e 2 milhões da vacina de Oxford).

Mais recentemente noticiou-se que mais doses sendo importadas, além de insumos da China para a produção de mais doses, o que pode elevar o número de doses disponíveis para 50 milhões até o final de março.

Com o material de vacinas já no Brasil, todos os idosos acima de 70 anos poderiam ser vacinados em poucas semanas.

País tem 8 milhões de doses de vacina

Há cerca de 8 milhões de doses já distribuídas para serem aplicadas. Além disso, há poucos dias chegaram 5,4 mil litros de insumos da China, e outros 5,6 mil litros são esperados para breve.

Essas vacinas poderiam ser distribuídas ainda em fevereiro ou início de março. Aproximadamente 28 milhões de doses de Coronavac estariam disponíveis até meados de março, permitindo que 14 milhões de pessoas já possam ter recebido duas doses até lá.

A vacina de Oxford/AstraZeneca, processada na Fiocruz, tem um calendário mais complexo, mas com boas expectativas. O país já recebeu 2 milhões de doses iniciais, mas ainda não há uma data para recebimento de 10 milhões de doses que estariam para serem recebidas na primeira quinzena de fevereiro.

Outras 14 milhões de doses deverão ainda ser disponibilizadas pelo consórcio Covax Facility nas próximas semanas, ficando disponíveis para serem aplicadas a partir de março.

Com isso haveriam outras 26 milhões de doses, suficiente para vacinarmos 13 milhões de pessoas, o que poderia cobrir a população entre 60 e 70 anos. Juntando tudo, chegar-se-ia a 12,8% da população brasileira até meados de março, cobrindo a população de maior risco.

A aplicação de 54 milhões de doses das diversas vacinas poderá ter grande impacto sobre o comportamento da pandemia e da economia brasileira no primeiro trimestre de 2021.

Vacinação de idosos deve reduzir mortes

Considerando a distribuição etária da população, caso os mais velhos tenham prioridade (depois dos trabalhadores da linha de frente da saúde), seria possível vacinar toda a população acima de 70 anos de idade em poucas semanas.

Esse grupo, equivalente a apenas 7,0% da população, mas tem correspondido por cerca de 55% dos óbitos de Covid-19 no país.

A vacinação dessa população deve levar a uma redução das mortes por Covid-19 com uma defasagem de semanas, até haver queda do número de novos casos, e as pessoas atualmente hospitalizadas se recuperarem ou irem a óbito, sendo a segunda opção infelizmente muito frequente, especialmente entre os que chegam a ser entubados – 80% de óbito.

Essa queda de óbitos deve, portanto, se dar a partir de meado de março, tornando-se mais visível em abril, a não ser que surja uma nova cepa extremamente contagiosa e resistente às vacinas.

No caso de Israel, a queda no número de óbitos deu-se quase 6 semanas depois do início da vacinação, quando quase metade de população já estava vacinada.

Mas ela pode ser observada com proporções mais baixas da população vacinada, se os mais velhos tiverem prioridade.

Cerca de 55% dos óbitos por covid-19 estão entre as pessoas com mais de 70 anos de idade, que correspondem a 8% da população (pouco mais de 15 milhões de pessoas).

Isso significa que a vacinação desse grupo de alto risco, que se pode dar em menos de 1 mês, tenderia a aliviar os hospitais e cortar—com defasagem de algumas semanas—o número de óbitos totais, dando nova esperança quanto ao segundo trimestre.

Recuperação na economia e as expectativas para a vacinação.

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