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Calote deve crescer menos, mostra pesquisa Febraban

Instituições reviram para baixo as expectativas de dívidas em atraso de mais de 90 dias, segundo pesquisa da Federação Brasileira de Bancos

Crédito

Segundo a pesquisa, 69,1% dos representantes dos bancos acreditam que o Banco Central só volte a subir juros em maio | Foto: Getty Images

O setor financeiro inicia 2021 mais otimista em relação aos calotes de clientes que tomaram empréstimos e financiamentos.

Após sinais positivos nos últimos meses de 2020, diminuiu a expectativa de aumento dos índices de inadimplência.

Os atrasos superiores a 90 dias, que em dezembro chegaram ao menor nível da história, em razão das renegociações feitas durante a pandemia, devem subir em 2021, mas menos do que se imaginava, segundo pesquisa da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

Agora, os bancos estimam que a taxa de inadimplência para o crédito concedido com recursos livres, sem estímulos do governo, deve chegar a 3,7%. Se confirmado, o índice voltará ao nível do último mês de 2019, antes da pandemia chegar ao Brasil.

Na pesquisa anterior, publicada em dezembro, a expectativa dos bancos era de taxa de 4%, similar ao pico do início da crise.

“Apesar de os analistas esperarem aumento da inadimplência, a elevação não deve ser tão significativa quanto se acreditava no início da pandemia”, explica o economista-chefe da Febraban, Rubens Sardenberg.

Pesquisa Febraban mede expectativas

A pesquisa da federação, medida em pesquisa a cada 45 dias com analistas de bancos, sempre após a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, também identifica que a maioria das instituições (69,1%)  espera que o BC só volte a subir juros em maio.

A Selic, que caiu a 2% durante a pandemia, no menor nível da história, deve terminar 2021 a 3,75%, segundo a mediana das previsões.

“Neste patamar, a taxa básica de juros mantém a política monetária estimulativa para a atividade econômica. Mas sem o grau extraordinário utilizado ao longo de 2020, dado que a economia não se encontra mais em nível tão deprimido”, avalia Isaac Sidney, presidente da Febraban e ex-diretor do BC.

Para a economia, a pesquisa da Febraban indica que metade dos entrevistados (47,6%) estima que o PIB deve crescer entre 3% e 3,5% em 2021. Uma parcela menor, de 38,1%, está mais otimista e espera expansão superior a 3,5%. O crescimento do PIB em 220 deve fechar em torno de 4%, segundo a pesquisa boletim do Focus, do BC.

Carteira de crédito cresce 7,3%, diz pesquisa

A carteira total de crédito, afirma a pesquisa da Febraban, deve crescer 7,3% em 2021, reduzindo pela metade a expansão registrada no ano passado, de 15,5%, quando os bancos contaram com programas de estímulos do governo para ampliar o crédito e, assim, atenuar efeitos da crise causada pela pandemia.

Sem os mesmos estímulos, a expectativa é que em 2021 o crédito cresça com mais força nos recursos livres. A estimativa dos bancos é de aumento de 9,9% para esta categoria. O crédito direcionado, deve ter avanço em ritmo mais lento, de 3,7% em 2021, depois de ter crescido 15,9% no ano passado.

“Neste ano, o crédito continuará a ser fator relevante para impulsionar os negócios e alavancar a retomada das atividades. 2021 deve ser um ano igualmente desafiador, mas com boas expectativas de crescimento também robusto do mercado de crédito, liderado pelas linhas com recursos livres, que devem crescer novamente perto de dois dígitos”, afirma Sidney. (AE)

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