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AstraZeneca enfrenta desconfiança no Brasil

Autoridades temem que a falta de informação sobre a segurança do imunizante aumente os índices de abstenção na vacinação

AstraZeneca é aplicada no Brasil desde janeiro

Vacina da AstraZeneca é aplicada no Brasil desde janeiro de 2021, ampliando a distribuição de imunizantes | Foto: Getty Images

A previsão da chegada da oitava leva do princípio ativo da vacina do consórcio Oxford/AstraZeneca para esta semana encontra novos desafios para os programas de vacinação no Brasil: desconfiança e desinformação.

A nova remessa traz quantidade suficiente para que o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos, da Fundação Oswaldo Cruz, produza cerca de 9 milhões de doses da vacina contra a covid-19.

Em nota, a Fiocruz informou que está preparada para iniciar a produção do imunizante assim que receber o lote. “Com o recebimento, Bio-Manguinhos garante entregas da vacina até o início de junho”.

Desconfiança da população com vacina da AstraZeneca pode aumentar abstenção

A vacina da AstraZeneca encontra, agora, receio e desconfiança de parte da população diante das notícias de ocorrência de trombose (coágulos) registrados em pessoas que receberam o imunizante.

Esta semana, porém, agência reguladora de medicamentos da União Europeia foi categórica em garantir a segurança e eficácia da vacina.

Segundo a agência, “não há evidência que aponte o imunizante como responsável pelos casos de coágulos sanguíneos em pessoas que receberam a vacina da farmacêutica britânica”.

Em 20 milhões de pessoas vacinadas, há só 25 registros dos sintomas e coágulos podem ser causadas pelo vírus, segundo dados da agência.

Muitos brasileiros de grupos elegíveis não estão comparecendo para receber a vacina, tanto a primeira como a segunda dose. Ou desistindo na fila, ao tomar conhecimento da marca da farmacêutica.

As autoridades temem que a falta de informação e a desconfiança quanto à segurança da vacina da AstraZeneca aumente os índices de abstenção.

Segundo o Ministério da Saúde, não é possível escolher o fabricante no momento da vacinação.

Calendário da produção nacional da vacina

A Fiocruz programou o recebimento de 14 remessas do ingrediente farmacêutico ativo (IFA) ao longo do primeiro semestre, cada uma delas com insumo suficiente para produzir 7,5 milhões de doses, meta que vem sendo superada.

Após a nacionalização do IFA, a Fiocruz poderá produzir mais 110 milhões de doses, podendo chegar a 210,4 milhões até o fim de 2021.

Estudos mostram que vacina é segura e eficaz

Estudo da Universidade de Oxford divulgado na sexta-feira, 23, mostrou que há forte resposta imunitária depois da primeira dose da vacina, que tem intervalo de três meses entre as aplicações.

A universidade britânica garante ainda que o imunizante apresenta cobertura de 65% ou mais contra contágio e de 100% contra hospitalização.

O Programa Nacional de Imunização brasileiro garante que a probabilidade de ser infectado por covid-19 diminui após a primeira dose da vacina, que que é importante tomar a segunda dose.

No momento, o Brasil só aplica as vacinas Coronavac, da farmacêutica Sinovac, produzida pelo Instituto Butantan, e a vacina da Universidade de Oxford com a farmacêutica AstraZeneca, produzida pela Fiocruz.

O imunizante da Pfizer/BioNTech tem registro definitivo de uso no país. A da Janssen (Johnson & Johnson) tem autorização para uso emergencial.

Novo aumento de mortes

O Brasil registrou 2.986 mortes por covid-19 e 69.302 novos casos da doença neste sábado (24). Com isso, o país chega a 389.609 óbitos e a 14.307.412 pessoas infectadas desde o início da pandemia.

Após seis dias consecutivos de queda, a média móvel de mortes aumentou e ficou em 2.531 por dia no sábado, 24.

Em números absolutos, foram registradas 2.986 mortes e 69.302 novos casos de infecção por covid-19 no Brasil. Com isso, o país chega a 389.609 óbitos por e a 14.307.412 pessoas infectadas.

Neste sábado, foram aplicadas 441.103 doses das vacinas, sendo mais segundas doses (237.036) do que primeiras (204.067).

No total, o Brasil aplicou 41.418.622 doses (28.969.324 da primeira dose e 12.499.298 da segunda), de acordo com levantamento feito com as secretarias de Saúde.

No sábado, o Ministério da Saúde atualizou o cronograma de recebimento de doses com 22,5% abaixo do previsto. Segundo pesquisa da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), faltam vacinas em quase um quarto das cidades brasileiras.

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