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Você está tomando menos banho na pandemia?

Pesquisa indica que 17% britânicos aboliram o banho diário no isolamento social, assim como franceses e americanos

Mulher sorrindo no chuveiro

Entre os argumentos de quem economiza banhos está a preocupação com a pele e o meio ambiente | Foto: Getty Images

Novas mudanças de comportamento na pandemia estão sendo identificadas por especialistas, e algumas delas são polêmicas, como a economia nos banhos diários.

Segundo uma reportagem do jornal New York Times, a pandemia provocou mudanças nos hábitos alimentares e de consumo. As pessoas também estão usando menos calças com zíper, entre outras inúmeras mudanças em relação ao que todos estavam acostumados.

Mas agora há agora indícios de que a pandemia também levou muitas pessoas se tornassem mais espartanas quando se trata de abluções – hábito de lavar o corpo total ou parcialmente.

Pais reclamam que seus filhos adolescentes estão esquecendo os banhos diários e o assunto vem sendo debatido nas redes sociais.

17% deixaram banho diário na pandemia

Uma pesquisa do YouGov que mostrou que 17% dos britânicos abandonaram a visita diária ao chuveiro durante a pandemia. Após a divulgação da notícia, muitas pessoas de diferentes países confessaram nas redes sociais que estão fazendo o mesmo.

No ano passado, uma pesquisa do Instituto Francês de Opinião Pública constatou que a população relaxou consideravelmente os hábitos de higiene na quarentena, já em meados de abril. 67% declararam tomar banho diariamente, 10% a menos do que antes da pandemia.

A reportagem do jornal americano cita o exemplo de Robin Harper, assistente administrativa em uma pré-escola americana que cresceu tomando banho todos os dias.

Durante o isolamento social forçado pela pandemia, ela passou a tomar banho uma vez por semana.

Harper declara que ainda usa desodorante e faz uma lavagem diária das “partes que precisam “, na pia, e afirma estar confiante de que não está ofendendo ninguém.

Sua filha de 22 anos, que ainda toma banho duas vezes por dia, não fez comentários sobre seu novo hábito de higiene da mãe, segundo o jornal, e nem as crianças da escola.

Banho diário é conquista histórica recente

Banhos diários de chuveiro são um fenômeno recente da humanidade, segundo a ambientalista e escritora britânica Donnachadh McCarthyem, que cresceu tomando banhos semanais.

“Tomamos banho uma vez por semana e nos lavamos na pia no resto da semana – sob nossas axilas e nossas partes íntimas”, disse McCarthy, 61 anos.

A ambientalista conta que abandonou os banhos diários depois que uma visita à selva amazônica em 1992.

Ela disse ter ficado preocupada com a devastação ambiental, e começou a reconsiderar como seus hábitos diários estavam afetando o meio ambiente e seu próprio corpo.

“Não é muito bom lavar com sabão todos os dias”, disse McCarthy, defensora de banhos semanais.

Médicos recomendam lavar as mãos

Médicos e especialistas em saúde disseram ao NYT que banhos diários não são essenciais. Lavar o corpo com sabão todos os dias pode tirar a os óleos naturais da pele e deixá-la seca. Mas, eles destacam a importância de lavar frequente das mãos.

No passado, as cidades eram mais sujas, e então os moradores sentiam que tinham que se lavar com mais frequência, e a fabricação de sabão se tornou mais comum. A água encanada facilitou o hábito dos banhos diários.

Para se diferenciarem das massas, pessoas ricas começaram a investir em sabonetes e shampoos mais chiques e começaram a tomar banho com mais frequência, explicam os especialistas.

Banho de chuveiro gasta 17 galões de água

Andrea Armstrong, professora assistente de ciências ambientais e estudos na Faculdade Lafayette, na Pensilvânia, declarou que passou a repensar a necessidade de banhos diários durante a pandemia.

Um banho de chuveiro de oito minutos usa até 17 galões de água, de acordo com o Water Research Fund. A água corrente por até cinco minutos usa tanta energia quanto a execução de uma lâmpada de 60 watts por 14 horas, de acordo com a Agência de Proteção Ambiental.

E se lavar frequente significa usar mais frascos plásticos e embalagens, que utilizam petróleo e madeira de florestas para a fabricação.

Por esse motivo, a frequência dos banhos também começa a virar argumento de ambientalistas que pedem mais medidas contra as mudanças climáticas.

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