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Bloqueio britânico faz Ibovespa fechar em baixa

Após três sessões acima dos 119 mil pontos, bolsa brasileira fecha em ligeira queda diante do mau humor do mercado externo

Mercado

Investidores temem avanço da nova cepa do coronavírus, que forçou novo lockdown no Reino Unido / Foto: Getty Images

O Ibovespa fechou a primeira sessão do ano em queda de 0,14%, aos 118,8 mil pontos. Nos Estados Unidos, o S&P 500 perdeu 1,48%, aos 3,7 mil pontos.

O dólar subiu 1,57% e encerrou a R$ 5,27. Já o euro ganhou 1,22%, cotado a R$ 6,45.

A Bolsa brasileira mostrou resiliência na primeira metade dos negócios, mas se inclinou no período da tarde diante da piora do humor externo  por causa da pandemia.

Com a piora do cenário externo, o Ibovespa não conseguiu emendar o quarto fechamento na casa de 119 mil pontos na sessão inaugural de 2021.

Vindo de leve ajuste negativo de 0,33% no dia 30, o Ibovespa se manteve  pela manhã a caminho de ultrapassar a máxima histórica de encerramento, de 119,5 mil pontos, registrada em 23 de janeiro.

Com abertura a 119 mil pontos, oscilou entre mínima de 118 mil e a máxima de 120,3 mil, novo recorde intradia, superando a marca da última sessão de 2020, de 120,1 mil pontos. O giro financeiro do pregão totalizou R$ 33,1 bilhões.

Em meio a avanço do dólar a quase R$ 5,27 e à acentuação das perdas nas ações de bancos (BB ON -3,12%, Bradesco PN -2,62%) – segmento de maior peso no índice -, o desempenho das ações de commodities (Vale ON +4,59% e Petrobras PN +2,01%) e das empresas de siderurgia foi decisivo para suavizar a realização de lucros no Ibovespa neste começo de ano.

Para os especialistas do Banco Safra, a bolsa brasileira tem potencial para alcançar os 13 mil pontos em 2021.

Avanço das siderúrgicas

A CSN fechou em alta de 7,3%, à frente de PetroRio (+6,5%) e de Gerdau PN (+6,5%), com o avanço de Vale e do setor de siderurgia sendo favorecido também pela alta de 3% no minério de ferro, negociado a US$ 165,3 por tonelada nesta segunda-feira no porto de Qingdao, na China. No lado oposto, Embraer cedeu 5,4%, JHSF, 4,7%, e Iguatemi, 4,5%.

No exterior, a aversão a risco contribuiu para reforçar a demanda pela moeda americana.

Desdobramentos negativos sobre a pandemia colocaram os investidores globais na defensiva nesta abertura de 2021.

De acordo com relato da imprensa britânica, o secretário de Saúde do Reino Unido, Matt Hanckock, está “incrivelmente preocupado” com a variante do coronavírus descoberta na África do Sul e recentemente identificada no país europeu, em meio a dúvidas sobre se as vacinas atuais são eficazes contra esta mutação.

O professor John Bell, da Universidade de Oxford, disse que a eficácia contra essa cepa é um “ponto de interrogação”.

Reino Unido anuncia lockdown até fevereiro

No fim da tarde, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, anunciou novo lockdown até meados de fevereiro, a ser iniciado nesta terça-feira.

“Temos que fazer mais para controlar a nova variante do coronavírus”, disse o premiê ao anunciar o novo período de restrições, no qual as aulas em escolas e universidades voltam a ser remotas.

“As próximas semanas serão as mais difíceis da pandemia”, afirmou Johnson, que disse acreditar que se esteja ingressando “na última fase dessa luta”.

“De novembro pra cá, o mercado andou muito até os 120 mil pontos e, embora o cenário seja o de que se caminha para uma normalização gradual, há ainda que observar a eficácia das vacinas – eventual insucesso nesta questão tende a ser um fator de estresse”, aponta Marcio Gomes, analista da Necton Investimentos.

“O ritmo da imunização em massa será fundamental para determinar o grau da retomada econômica, colocando a recuperação até em nível superior ao que o mercado antecipa. Mas o momento ainda envolve riscos, com os Estados Unidos registrando recorde de casos e a pandemia mantendo em aberto a possibilidade de novas restrições à atividade global neste começo de ano, o que teria impacto severo para os mercados, especialmente no curto prazo”, observa Stefany Oliveira, analista da Toro Investimentos.

(Com AE)

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