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África do Sul suspende uso da vacina AstraZeneca

Vacina igual à que está sendo processada no Brasil pela Fiocruz, no Rio, mostrou-se ineficaz contra nova cepa do vírus identificada no país

AstraZeneca

Vacinação começaria nos próximos dias para profissionais de saúde após o país ter recebido um primeiro lote de imunizantes | Foto: Getty Images

A África do Sul suspendeu o uso da vacina coronavírus AstraZeneca-Oxford depois que surgiram evidências de que a vacina não protege os participantes de ensaios clínicos de doenças leves ou moderadas causadas pela variante do vírus mais contagioso identificada no país.

As descobertas foram um golpe devastador para os esforços do país para combater a pandemia.

A vacina Oxford/AstraZeneca é a mesma que está sendo processada na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro.

País recebeu 1 milhão de doses

O governo pretendia iniciar esta semana a aplicação da vacina contra a covid-19 em profissionais de saúde, depois de ter recebido 1 milhão de doses na semana passada.

Cientistas na África do Sul disseram no domingo que a imunidade das pessoas vacinadas não parece protegê-las de casos leves ou moderados quando reinfectados pela variante, conhecida como B.1.351.

Mais de 46 mil pessoas morreram pelo vírus na África do Sul. A variante B.1.351 descoberta no país já se espalhou por pelo menos 32 países, incluindo os Estados Unidos.

O baixo número de casos avaliados como parte dos estudos delineados por cientistas sul-africanos no domingo dificultou a identificação do efeito preciso da variante. E não ficou claro se a vacina AstraZeneca-Oxford protege contra doenças graves da variante B.1.351.

Os participantes do ensaio clínico que foram avaliados eram relativamente jovens e saudáveis, tornando impossível para os cientistas determinar se a variante interferiu na capacidade da vacina AstraZeneca-Oxford de proteger contra casos graves de Covid-19, internações ou mortes.

No entanto, com base nas respostas imunes detectadas em amostras de sangue de pessoas que receberam a vacina, os cientistas disseram acreditar que a vacina ainda poderia proteger contra casos mais graves.

Se outros estudos mostrarem que sim, autoridades de saúde sul-africanas dizem que consideram retomar o uso da vacina AstraZeneca-Oxford.

Mesmo assim, o fato de ter mostrado eficácia mínima na prevenção de casos leves e moderados da nova variante acrescentou à evidência crescente de que o B.1.351 torna as vacinas atuais menos eficazes.

Vacinas são menos eficazes contra nova cepa

A Pfizer e a Moderna disseram que estudos laboratoriais preliminares indicam que suas vacinas, embora ainda protetoras, são menos eficazes contra B.1.351. Novavax e Johnson & Johnson também sequenciaram amostras de testes de seus participantes de testes clínicos na África do Sul, onde a variante causou a grande maioria dos casos — e ambos relataram menor eficácia lá do que nos Estados Unidos.

As autoridades de saúde sul-africanas disseram que vão vacinar os profissionais de saúde nas próximas semanas com a vacina Johnson & Johnson, que tem forte eficácia na prevenção de casos graves e internações causadas pela nova variante.

Johnson & Johnson solicitou uma autorização de uso de emergência na África do Sul. Mas as autoridades de saúde já indicaram que, mesmo antes da liberação, alguns profissionais de saúde podem receber a vacina como parte de um teste em andamento.

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