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Alta dos títulos do tesouro dos EUA e guerra reduzem otimismo com Ibovespa

Juros futuros dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos indicam piora das expectativas do mercado e abalam projeções para a Bolsa brasileira

Investidores Ibovespa

Especialistas avaliam ser prematuro traçar um cenário para o Índice Bovespa antes de o Federal Reserve sinalizar o rumo dos juros nos EUA | Foto: Getty Images

A disparada dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos começam a colocar sob revisão as projeções de até 140 mil pontos para o Ibovespa neste ano, elevando ainda mais as dúvidas em relação a 2024. O cenário turvo ganhou um ingrediente extra: o conflito entre Israel e os terroristas do Hamas, que já deixou centenas mortos e pressiona o petróleo para perto de US$ 90 o barril. Isso tende a elevar a possibilidade de políticas monetárias restritivas por mais tempo do que o imaginado.

Ainda que a valorização do petróleo beneficie as ações do setor petrolífero, os preços mais caros elevam os riscos inflacionários. Os efeitos da guerra nos mercados dependerão do quanto vai durar o conflito e qual será sua intensidade, além da dúvida sobre se a guerra escalará para outras regiões e se mais países vão aderir.

Saiba mais

Algumas instituições ainda mantêm suas expectativas de 140 mil pontos para o Índice Bovespa no fim de 2023, mas já não escondem que o número pode terminar em menor nível não só neste ano, mas também no seguinte. Com uma política monetária apertada no exterior, o espaço para cortes de maior intensidade da taxa Selic tende a diminuir, bem como um eventual ciclo de queda menor.

A Guide Investimentos, por exemplo, colocou sob revisão o preço-alvo do Ibovespa. Antes, a casa esperava 140 mil pontos para o fim de 2023, mas viu que o ambiente de aversão a risco se acentuou lá fora e dificultou uma melhora local, mesmo com o início de trajetória da queda da Selic.

Maior parte dos gestores esperava de 130 mil a 140 mil pontos para o Ibovespa este ano

Na última pesquisa do Bank of America (BofA), a maior parte dos gestores esperava o Ibovespa entre 130 mil pontos e 140 mil pontos no fim de 2024, colocando como maior risco a este cenário um aumento dos juros americanos.

Neste ambiente, especialistas ouvidos pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) avaliam ser prematuro traçar um cenário para o Índice Bovespa antes de o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) sinalizar o rumo da sua política monetária.

Ainda que muitos considerem que há ativos “descontados” na carteira do Ibovespa, a força da atividade dos EUA e o sinal de uma inflação que custa a ceder rumo à meta de 2,00% reforçam a cautela. Com isso, estima-se que o Fed deixará os juros em nível elevado por mais tempo do que o esperado – isso se não optar por um novo aumento dos Fed Funds ainda em 2023.(AE)

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