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Retirada do fim do JCP do projeto das offshores dá alívio às ações dos bancos

Confira os destaques do dia no mercado financeiro na análise técnica do Banco Safra

O Ibovespa apresentou leve alta ontem de +0,17% no último pregão, cotado a 113.607,45 pontos; O Dólar Futuro apresentou leve queda de -0,25% no último pregão, cotado a 5.173 pontos | Foto: Getty Images

A retirada do fim dos Juros sobre Capital Próprio (JCP) do projeto das offshores, que teve votação adiada para 24 de outubro, trouxe alívio para as ações dos bancos ontem. Porém, segundo relator do projeto, apesar de JCP ter sido retirado do projeto, o tema será abordado pelo Congresso ainda em 2023. A agenda de indicadores econômicos é vazia. Destaque para participação do diretor de política monetária do BC, Gabriel Galípolo, em evento às 9h.

O Ibovespa apresentou leve alta ontem de +0,17% no último pregão, cotado a 113.607,45 pontos. O ativo está em tendência neutra no médio prazo e no curto. Na alta, o ativo possui primeira resistência em 120.000 pontos e, caso rompa esse patamar, poderá alcançar sua próxima resistência em 122.700 pontos. Do lado da baixa, o primeiro suporte se encontra na região de 113.300. O próximo fica na faixa de 110.850 pontos.

O Dólar Futuro apresentou leve queda de -0,25% no último pregão, cotado a 5.173 pontos. O ativo se encontra em tendência neutra no médio prazo e no curto de alta. Do lado da baixa, o primeiro suporte fica na região de 5.040 pontos. Se perder esse patamar, poderá alcançar o suporte seguinte em 4.870. Já do lado da alta, a primeira resistência do contrato fica na região de 5.230 e a segunda em 5.340.

Exterior:

ADP mostrou variação criação de vagas menor que o esperado a contribuiu para a queda dos yields das treasuries e para o alívio do mercado. Bolsas na Ásia fecharam em alta, na Europa operam no campo positivo, enquanto os índices futuros nos EUA apontam para uma abertura em leve baixa. O dia conta com fala ao longo do dia de dirigentes do Fed e dados semanais de pedidos de auxílio desemprego e a cautela dos investidores permanece.

Commodities:

Petróleo segue em baixa após queda de mais de 5% ontem com receio de desaceleração global afetando o consumo (USD84,5/b; -1,49%)
Minério de ferro registra baixa (USD114,9/t; -0,49%)

Empresas:

Banco do Brasil: O banco, por meio de sua unidade Grand Cayman, informa o início da oferta para recompra, em dinheiro, de até US$ 1 bi em Notas Subordinadas Juniores Perpétuas de 9,000% em circulação, segundo comunicado
Telecom: Tribunal da Câmara Arbitral homologou um acordo entre Oi, TIM Brasil, Telefônica Brasil e Claro sobre o valor final do preço de aquisição da UPI Ativos Móveis / Oi receberá R$ 723,7 milhões adicionais pela venda dos ativos e todas as pendências relacionadas ao preço serão encerradas

Gerdau: Cia vê investimentos em capex estratégico de R$ 8,6 bilhões no período 2024-2026 e consequente crescimento potencial no Ebitda anual

Vale: Vale Base Metals e BluestOne assinam acordo de mineração circular

Helbor: CFO Franco Gerodetti Neto renuncia

Nubank: Ação rebaixada a neutra por New Street Research

Tenda: Cia propõe redução de capital de R$ 419,5 mi

Agenda do Dia:

09:30 – EUA – Balança Comercial/Agosto
09:30 – EUA – Pedidos de Auxílio Desemprego

Fechamento dia anterior

Ibovespa: 113.607 (+0,17%)
S&P: 4.264 (+0,81%)
Dólar Futuro: R$5,17 (-0,25%)

Atualizações Safra:

Imobiliário: Conclusões da nossa J. Safra Brazil Conference 2023

Nos dias 26 e 27 de setembro, realizamos nossa J. Safra Brazil Conference 2023. O evento contou com a presença dos administradores das principais empresas listadas do setor: Cyrela, MRV & Co, Eztec, Direcional, Cury, Plano&Plano, Lavvi, Multiplan, Iguatemi, Allos, JHSF e LOG CP. Resumimos abaixo os principais destaques dos encontros.

As construtoras residenciais de baixa renda devem continuar a superar o desempenho do setor. As mudanças implementadas no programa habitacional Minha Casa, Minha Vida (MCMV) continuam incentivando todas as incorporadoras de baixa renda que participaram de nossa conferência a aumentarem sua atividade de lançamentos, dada a consequente melhoria em seu desempenho de vendas. Enquanto isso, os executivos das empresas destacaram os benefícios dos novos incentivos a serem implementados, como o “futuro FGTS” (previsto para novembro), que poderá aumentar em ~40% o poder de compra das famílias abrangidas pelo nível 1 do programa (renda familiar). de até R$ 2.640), aumentando ainda mais o mercado endereçável das empresas. Por outro lado, os investidores também estavam preocupados com uma potencial mudança no retorno exigido do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) de TR+3% para TR+6% (poupança), o que poderia ter um impacto negativo na sustentabilidade do programa no futuro. os termos atuais. O Supremo Tribunal Federal (STF) marcou sessão para 18 de outubro para decidir sobre o assunto.

Ambiente mais favorável para construtores de habitações média/alta renda, mas taxas hipotecárias mais elevadas deverão perdurar no curto prazo. A esperada flexibilização do ciclo monetário aumenta o apetite das empresas pelos seus futuros lançamentos. Dito isto, as vendas podem continuar pressionadas pelas altas taxas hipotecárias, uma vez que a taxa Selic mais baixa não deverá ter um impacto imediato nas taxas hipotecárias do mercado, dado o saldo de poupança mais fraco (SBPE) – a fonte de financiamento mais barata para os bancos. Enquanto isso, no 3T a Cyrela deve entregar mais um trimestre de atividade de lançamentos aquecida, mantendo o sólido impulso de vendas dos trimestres anteriores, enquanto Eztec e Lavvi devem entregar uma atividade de lançamentos trimestral mais suave, concentrando os demais lançamentos de desenvolvimento no 4T.

O ímpeto operacional dos shoppings permanece sólido. Apesar de uma base de comparação mais rígida, as três operadoras de shoppings reforçaram a expectativa otimista em relação às vendas de seus lojistas, especialmente aquelas relacionadas aos segmentos de serviços e alimentação, compensando o desempenho mais fraco de alguns varejistas de vestuário. Dessa forma, a forte atividade de vendas deverá se traduzir em custos de ocupação saudáveis, o que, combinado com menores taxas de inadimplência, permitirá que as empresas continuem pressionando por aumentos reais de aluguéis, contrabalançando assim o índice IGP mais baixo, que é utilizado para reajuste dos contratos de aluguel. Com base nas perspectivas para as empresas, a Iguatemi deverá apresentar o melhor desempenho de vendas no trimestre, enquanto seus robustos leasing spreads nas renovações também deverão se traduzir no maior SSR do segmento.

Saúde: Notas da nossa J. Safra Brazil Conference 2023

Nos dias 26 e 27 de setembro, realizamos nossa J. Safra Brazil Conference 2023 com mais de 100 empresas, incluindo Hapvida (classificação de Compra), Rede D’Or (classificação de Compra), Fleury (classificação de Compra), Oncoclínicas (classificação de Compra), Viveo (classificação de Compra) e Mater Dei (classificação de Compra). A impressão geral que obtivemos dos investidores foi que as discussões foram construtivas para as empresas participantes, especialmente no que diz respeito à tendência de melhoria da sinistralidade para as operadoras de saúde. Abaixo fornecemos uma visão geral de cada empresa, e dentro do relatório incluímos mais detalhes das reuniões.

Hapvida. A melhor visibilidade na melhoria da sinistralidade, que deve começar a se materializar no 3T23 e ganhar força no 4T23, é o principal impulsionador da ação, em nossa opinião, e deve compensar as perdas de adesão nos próximos trimestres. A partir de meados de 2024, acreditamos que o crescimento orgânico do número de associados se tornará muito mais importante para que a ação sustente um P/L ajustado próximo de 15x.

Rede D’Or. Existem alguns obstáculos de curto prazo que levam a uma desaceleração no crescimento da receita e limitam a expansão das margens na divisão de hospitais, o que pode ofuscar uma melhoria da sinistralidade (MLR) na SulAmérica.

Fleury. A integração com a Pardini parece estar ocorrendo sem problemas, o crescimento orgânico no core business de diagnóstico não mostra sinais de mudança e a expansão dos novos links deverá dar um novo impulso ao faturamento. A tese permanece praticamente inalterada, a nosso ver, o que é positivo.

Oncoclínicas. Vemos a Oncoclínicas bem posicionada para continuar entregando receitas líquidas sólidas e aumentando margens por meio de ganhos de eficiência, bem como firmando parcerias que deverão beneficiar o resultado operacional da empresa.

Viveo. Vemos uma tendência de melhoria no crescimento da receita e do capital de giro no futuro. Além disso, as fusões e aquisições não devem ser um gatilho imediato, mas a partir do próximo ano poderão ser retomadas como um impulsionador adicional de valor para as ações. O principal risco que vemos neste momento são as potenciais alterações no regime fiscal que podem eliminar importantes benefícios fiscais de que a empresa desfruta.

Mater Dei. As perspectivas de rendimentos a curto prazo implicam algum abrandamento das receitas e incertezas, como o piso salarial dos enfermeiros. No entanto, a integração dos ativos adquiridos e o arranque do hospital de Salvador parecem estar no caminho certo e esperamos que estes fatores sejam impulsionadores de valor de médio e longo prazo.

Vamos: Conclusões da reunião com a administração; Reforçando a recomendação de compra

Tivemos uma reunião com os executivos da Vamos Gustavo Couto (CEO), Aline Saenz (Diretora de RI) e Juliana Matos (Analista de RI), na qual percorremos os principais temas relativos ao desempenho recente da empresa e seus desafios e oportunidades de curto prazo. A reunião reforçou o nosso otimismo sobre a tese de investimento da empresa, ao mesmo tempo que vemos o recente desempenho negativo das ações como uma grande oportunidade para os investidores construírem uma posição sobre o nome. Desde seu pico no ano de R$ 16,20/ação, as ações da Vamos caíram cerca de 46%, aumentando seu potencial de valorização para 100%. Com base em nossas projeções, a Vamos está sendo negociada atualmente a 7,9x P/L para 2024, 60% abaixo de seu múltiplo médio de 3 anos de 19,9x.

Os desafios já eram esperados. Tal como antecipamos na nossa última atualização “O bom tempo segue-se à tempestade”, havia desafios a curto prazo a considerar, uma vez que a nova tecnologia obrigatória de veículos (Euro6) obrigaria a empresa a reduzir os seus rendimentos para acomodar veículos mais caros (+10 %–15%). Porém, entendemos que o ROIC spread da empresa retornaria gradativamente aos níveis normalizados acompanhando a queda esperada no custo médio da dívida, impulsionado pela queda nas taxas de juros que não seriam repassadas aos aluguéis. Além disso, a demanda tende a se recuperar para níveis normalizados com a atenuação do efeito negativo da compra antecipada de veículos, enquanto o fim do estoque de caminhões Euro-5 reduziria a competição desigual por rendimentos.

Melhoria do desempenho operacional a partir do 3T23. A administração da empresa afirmou que o desempenho de aluguéis da Vamos vem melhorando gradativamente mensalmente ao longo do 3T23, com a implantação de novos contratos que estão reduzindo seu estoque e aumentando seu faturamento, e que espera um desempenho normalizado a partir do 4T23. A empresa enfrentou diferentes desafios no 2T23, devido ao crédito mais rigoroso e caro, além de eventos não recorrentes que pesaram no fluxo de caixa de seus clientes (por exemplo, adiamento da venda da colheita e filas nos portos), o que levou à inadimplência dos clientes e forçou reintegrações de posse pontuais de bens. No entanto, em nossa opinião, as perspectivas de longo prazo da Vamos não mudaram, e a empresa deve apresentar um crescimento de receita ainda impressionante no ano fiscal de 2023 (presumimos + 50% em relação ao ano anterior). Couto disse que a empresa deve cumprir o que prometeu ao mercado – implementar ~R$ 2,5 bilhões em investimentos no 2S23, reduzindo seu nível de estoque para ~2-3 meses, retomando as aquisições de novos ativos no 4T24. Ele pareceu satisfeito com a estratégia de antecipar compras de caminhões Euro-5, afirmando que o desconto de ~40% no preço de mercado dos caminhões mais do que compensou o maior custo de transporte de inventário.

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