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Mercado reage à desaceleração da inflação ao consumidor nos EUA

Entre os destaques do dia, dirigentes do Fed devem ajustar as expectativas do mercado quanto à política monetária

O Dólar Futuro apresentou leve alta de +0,08% no último pregão, cotado a 4.916,00 pontos | Foto: Getty Images

Bolsas na Europa e futuros nos EUA apresentam leve alta à espera de dado de inflação ao consumidor nos EUA que mostra desaceleração. O Índice de Preços ao Consumidor (CPI, da sigla em inglês) de outubro ficou estável em relação a setembro, desacelerando em relação aos 0,4% do mês anterior e também em relação aos 0,6% registrados em agosto, informou o Departamento do Trabalho. Quatro dirigentes do Fed também devem discursar ao longo do dia e poderiam ajustar as expectativas do mercado quanto à política monetária. Dados de produção industrial e de vendas no varejo saem na parte da noite na China.

O Ibovespa apresentou leve queda de -0,13% no último pregão, cotado a 120.410,17 pontos. O ativo está em tendência de alta no médio e no curto prazo. Na alta, o ativo possui primeira resistência em 122.600 pontos e, caso rompa esse patamar, poderá alcançar sua próxima resistência em 125.000 pontos. Do lado da baixa, o primeiro suporte se encontra na região de 119.550. O próximo fica na faixa de 117.000 pontos.

O Dólar Futuro apresentou leve alta de +0,08% no último pregão, cotado a 4.916,00 pontos. O ativo se encontra em tendência de baixa no médio prazo e neutra no curto. Do lado da baixa, o primeiro suporte fica na região de 4.880 pontos. Se perder esse patamar, poderá alcançar o suporte seguinte em 4.810. Já do lado da alta, a primeira resistência do contrato fica na região de 5.070 e a segunda em 5.220.

Doméstico:

Agenda de indicadores econômicos vazia no Brasil. Destaque fica para a discussão sobre a meta fiscal e LDO, que terão prazo para entrega ao Congresso na sexta-feira. De acordo com noticiário local, o ministério da fazenda está estudando formas de resgatar a proposta que acaba com o juros sobre o capital próprio.

Commodities:

Petróleo apresenta ligeira alta após AIE informar que as revisões positivas para a demanda são superadas por aumentos na oferta (USD82,7/b; +0,21%)
Minério de ferro apresenta alta (USD128,6/t; +0,34%)

Empresas:

Cosan: Ebitda ajustado no 3º trimestre supera estimativas
CSN: Receita líquida no 3º trimestre frustra estimativas
Natura: Lucro líquido no 3º trimestre supera estimativas
XP: Lucro líquido ajustado da XP superou estimativas

Agenda do Dia:

10:30 – EUA – CPI/Outubro
23:00 – China – Produção Industrial/Outubro
23:00 – China – Vendas no Varejo/Outubro
Balanços: Azul, JHSF, Marisa Lojas

Fechamento dia anterior

Ibovespa: 120.410 (-0,13%)
S&P: 4.412 (-0,08%)
Dólar Futuro: R$4,91 (+0,08%)

Atualizações Safra:

Viveo: Resultados do 3T23 – Ligeira queda nas despesas gerais (SG&A), administrativas e com vendas à medida que o crescimento orgânico reacelera

O EBITDA ajustado e o lucro líquido ajustado ficaram ligeiramente acima das nossas estimativas. A Viveo reportou uma forte melhoria sequencial nas receitas impulsionada por uma aceleração no segmento de Hospitais e Clínicas, levando a um crescimento orgânico de 17% A/a (de 9% no 2T23). A margem bruta piorou no trimestre devido ao efeito mix, com maiores vendas de medicamentos, vacinas e bolsas de quimioterapia de alto custo no segmento de Serviços. Por outro lado, as despesas SG&A melhoraram à medida que a Viveo vem capturando com sucesso sinergias através das empresas adquiridas (R$ 60 milhões já capturados este ano, ou 90% dos R$ 67,0 milhões estimados para 2023), com uma importante agenda de simplificação da estrutura da empresa, além de benefícios fiscais decorrentes da utilização de ágio. Temos uma classificação de Compra para VVEO, pois nosso crescimento médio anual de EBITDA estimado para 3 anos e LPA que somam 25% e 36%, respectivamente, tornam o valuation atual de 9,0x 2024E P/L atraente, em nossa opinião.

JBS: Resultados do 3T23 – Melhoria sequencial e sem surpresas relevantes
A margem EBITDA ajustada de 5,9% ficou em linha com nossas estimativas e com o consenso. A JBS reportou resultados em linha no 3T23, com uma surpresa positiva na margem EBITDA na Austrália e em carne suína nos EUA, mas margens decepcionantes em Seara e em carne bovina no Brasil. A América do Norte continua a enfrentar margens mais estreitas devido ao ciclo desfavorável do gado nos EUA, mas com uma ligeira melhoria sequencial, sem surpresas. A geração de fluxo de caixa foi mais uma vez destaque no trimestre, tendo como contrapartida a alta alavancagem. No entanto, embora continuemos a ver margens pressionadas na divisão de carne bovina dos EUA, acreditamos que há uma boa probabilidade de que a margem EBITDA consolidada não diminuir mais a partir do 4T23, o que deve levar a algum crescimento A/a do EBITDA e a uma desalavancagem gradual do balanço. Temos uma classificação de Compra para JBSS3 devido à diversificação geográfica e de portfólio, combinada com um valuation atrativo e perspectiva positiva da potencial listagem nos EUA.

Even: Resultados do 3T23 – Trimestre suave com margem bruta abaixo do esperado e maior consumo de caixa
A Even reportou resultados fracos no 3T23, ficando em grande parte abaixo de nossas estimativas. Por outro lado, o sólido desempenho de vendas trimestrais resultou em um faturamento robusto, que, juntamente com um ganho não caixa de R$ 17 milhões de uma reversão de provisão, impulsionou o ROE anualizado de 10% melhor do que o esperado. No entanto, a maior pressão de margem de Melnick levou o ajuste da margem bruta para menos de 22%, enquanto o consumo de caixa no trimestre atingiu R$ 148 milhões acima do esperado.
Em suma, apesar dos resultados mais fracos, reiteramos a nossa classificação de compra para EVEN3, devido à sua estratégia de longo prazo e ao valuation atraente P/VP de 0,6x 2024E – a mais barata entre as empresas sob a nossa cobertura. Enquanto isso, ainda acreditamos que o forte balanço patrimonial, o reconhecimento da marca e a estrutura mais enxuta da Even deverão resistir a qualquer cenário macroeconômico negativo.

Localiza: Resultados do 3T23 – Melhoria impulsionada pelo segmento de Gestão de Frotas
A Localiza divulgou resultado ligeiramente positivo no 3T23. Como esperado, o bom desempenho da divisão de Gestão de Frotas da empresa impulsionou sua receita total de locação, compensando o crescimento mais lento do seu segmento RAC. Por outro lado, a esperada queda nas margens de Seminovos para níveis normalizados, somada à maior participação desta unidade de negócio, reduziram as margens operacionais consolidadas da Localiza. Finalmente, as despesas financeiras líquidas pressionaram o lucro da empresa, para R$664 milhões no 3T23 (-2,7% A/a mas +9,0% vs. Safra).
O lucro líquido ajustado atingiu R$ 703 milhões (+3,1% A/a e +15% vs. Safra), também sendo impactado positivamente por itens não recorrentes como (i) ganho de R$ 28,2 milhões com reversão do valor presente de provisões e ( ii) ganho de R$ 31,9 milhões com descontos recebidos de montadoras, reconhecido como ganho financeiro. Desconsiderando esses efeitos, o lucro líquido da Localiza teria atingido R$ 664 milhões (-2,7% A/a e +9% vs. Safra), acompanhando o aumento de 7% A/a no ajuste. despesas financeiras líquidas, para R$ 943 milhões, impulsionadas pelo aumento da dívida líquida da empresa e parcialmente compensadas pela redução do custo da dívida. Contudo, sua alavancagem medida pela relação dívida líquida/EBITDA permaneceu estável na comparação trimestral, em 2,77x.

Grupo SBF – Resultados do 3T23: Margens maiores superam estimativas
O Grupo SBF registrou uma melhoria robusta de 49% no EBITDA em relação ao mesmo período do ano anterior, devido à maior eficiência nas despesas gerais e administrativas, compensando a menor margem bruta da Fisia. Tal melhoria suportou uma geração de fluxo de caixa operacional de R$ 115 milhões no 3T23, comparado a um consumo de R$ 71 milhões no 3T22. Além disso, a SBFG registrou uma redução trimestral de 0,4x em sua relação dívida líquida/EBITDA. Em termos de vendas, a surpresa positiva foi a Fisia (Nike no Brasil) com crescimento de 47% A/a, 13% acima da nossa estimativa, enquanto o aumento de 2% A/a da Centauro ficou em linha com o número da Safra. Em suma, o 3T23 parece ser um divisor de águas nos resultados da SBFG, principalmente em termos de margens e geração de caixa.

BRF – Resultados do 3T23 – Melhoria sequencial de margem devido ao menor CPV
Melhoria sequencial da margem devido a ganhos de eficiência e preços mais baixos de grãos. A BRF reportou receitas no 3T23 acima da nossa previsão devido ao desempenho melhor que o esperado nos segmentos Internacional e Outros. Além disso, os resultados foram mais beneficiados do que esperávamos pelo programa BRF+ e pela redução dos preços dos grãos, levando a uma surpresa positiva na margem EBITDA do Brasil (e, consequentemente, na margem consolidada), apesar de um equilíbrio ainda fraco entre oferta e demanda globais. Vale destacar que a BRF anunciou que após ter superado os benchmarks de diversos KPIs estabelecidos no programa de eficiência BRF+, está preparando o “BRF+ 2.0”, que deverá focar na evolução constante dos KPIs. Vemos um bom impulso de lucros para BRFS3, embora o EBITDA do 3T23 tenha ficado um pouco abaixo do consenso. Os ventos favoráveis dos custos dos cereais, juntamente com potenciais ganhos adicionais de eficiência, levam-nos a manter uma classificação de Compra para o stock.

Allos: Resultados do 3T23 – Atingindo nossas estimativas de forma geral; Plano de desinvestimento em pleno andamento
A Allos apresentou resultados sólidos no 3T23, mantendo-se em linha com nossas estimativas de forma geral. O melhor desempenho de vendas e mix de lojistas ao longo do ano, que levou ao crescimento real dos aluguéis e à menor concessão de descontos, aliado a menores despesas gerais e administrativas após as sinergias capturadas com a fusão da BR Malls, se traduziram em uma expansão saudável de 5% no FFO anual. Enquanto isso, a empresa anunciou novas vendas de ativos, totalizando inspiradores R$ 1,3 bilhão vendidos nos últimos meses.
Em suma, mantemos nossa classificação de Compra para ALOS3, destacando sua avaliação atrativa, pois prevemos um atraente FFO Yield de 10,3% em 2024E, implicando um desconto de 23% em relação aos 8,0% da Multiplan e praticamente em linha com o rendimento de 10,5% da Iguatemi.

Marfrig: Resultados do 3T23 – Receitas melhores que o esperado com volumes maiores
O EBITDA ajustado da Marfrig de R$ 1.185 milhões ficou apenas 1% abaixo da nossa estimativa. Excluindo a consolidação da BRF, os resultados do 3T23 da Marfrig superaram nossas estimativas de maiores volumes, apesar de terem sido pressionados pelas margens na América do Norte que foram parcialmente compensadas por uma melhoria observada na América do Sul. A comparabilidade com o consenso da Bloomberg não vale muito a pena, pois parte do consenso possui números consolidados, enquanto outra parte possui números ex-BRF. Como esperado, a disponibilidade limitada de gado nos EUA continua a pressionar os spreads, enquanto a América do Sul enfrentou exportações mais baixas, mas uma surpresa de margem positiva devido aos custos mais baixos do gado. No futuro, esperamos que esta tendência continue em ambas as regiões, uma vez que não vemos mudanças significativas na dinâmica do ciclo da pecuária. Possuímos classificação Neutra para MRFG3, baseado em seu perfil de risco-retorno menos atrativo considerando sua alta alavancagem financeira e elevada participação de acionistas minoritários.

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