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Aos 100 dias, Biden diz que ‘crise virou oportunidade’

Em discurso no Capitólio, onde foi senador por mais de 30 anos, Biden pede apoio ao plano de reconstrução da economia

“Temos de provar que a democracia ainda funciona, e que nosso governo ainda funciona – e pode ajudar as pessoas”, disse Biden

Biden discursa no Capitólio
“Temos de provar que a democracia ainda funciona, e que nosso governo ainda funciona – e pode ajudar as pessoas”, disse Biden

Em discurso no Congresso dos Estados Unidos para destacar os primeiros 100 dias de governo, o presidente Joe Biden destacou o papel estatal e a democracia.

“Temos de provar que a democracia ainda funciona. Que nosso governo ainda funciona – e pode ajudar as pessoas.”

Biden fez dois apelos: aos americanos que se vacinem contra a covid e aos parlamentares que aprovem pacotes trilionários para retomar o crescimento econômico.

“Após só 100 dias, posso dizer à nação: os EUA estão em movimento novamente. Transformando o perigo em possibilidades. Crise em oportunidade. Revés em força”

Segundo Biden, os Estados Unidos estão “transformando uma crise em possibilidade”. Ele usou seu discurso transmitido em rede nacional para promover o pacote de gastos de US$ 1,8 trilhão.

Biden diz que vai transformar e expandir fundamentalmente o papel do governo na vida dos americanos comuns.

 

Biden volta ao Capitólio

No discurso, Biden retornou ao Capitólio, onde atuou por mais de três décadas como senador, para buscar maiores gastos para reconstruir a infraestrutura do país, impondo novos impostos sobre empresas e corporações.

O presidente pediu aos legisladores de ambos os partidos que adotem uma visão ampla e abrangente para os benefícios públicos, financiados por impostos mais altos sobre os americanos mais ricos.

Se tiver sucesso, Biden poderá inaugurar uma nova era que expande fundamentalmente o tamanho e o papel do governo federal, impulsionado em parte pelos esforços do governo no combate às crises econômicas e de saúde causadas por uma pandemia que matou mais de 573 mil pessoas e trabalho interrompido, recreação e escolaridade em todo o país.

“Nossa casa estava em chamas”

Biden afirmou que o país ainda tem muito trabalho para vencer o coronavírus, mas está em um bom caminho para consegui-lo. “A nossa casa estava em chamas, mas aprovamos medidas e vemos agora resultados.”

O presidente lembrou que prometeu 100 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 em seus primeiros 100 dias de administração, mas distribuiu 220 milhões de doses no período. “

Noventa por cento dos americanos vivem em uma distância de 5 milhas (cerca de 8 km) de um ponto de vacinação. América, tome a sua vacina, está disponível para todos.”

O democrata mostrou otimismo diante da pandemia, dizendo que “a América está se mexendo novamente. Transformando o perigo em possibilidade. Crise em oportunidade. Retrocesso em força”.

Biden faz seu discurso no prédio onde partidários do ex-presidente Donald Trump encenaram uma rebelião mortal há mais de três meses, na esperança de impedir que legisladores certificassem os resultados eleitorais. A segurança no Capitólio foi extraordinariamente reforçada.

DESTAQUES DO DISCURSO DE 100 DIAS

  • Nos primeiros 100 dias de governo foram enviados 160 milhões de cheques para ajudar os americanos durante a crise provocada pela pandemia do coronavírus. “Com este programa, estamos a caminho de cortar pela metade a pobreza de crianças no país.”
  • Foram criados 1,3 milhão de postos de trabalho, um recorde na história americana. “O FMI diz que os EUA devem crescer 6% neste ano, a maior taxa em quatro décadas. Temos que mover mais, competir e construir melhor novamente.”
  • O país precisa investir muito mais em projetos de infraestrutura, inclusive porque há áreas muito atrasadas, pois há 10 milhões de casas e 400 mil escolas no país onde as instalações hidráulicas têm canos de chumbo. “Precisamos preparar os EUA para o século 21 com milhões de empregos em infraestrutura. Precisamos tomar conta das crianças e inclusive com criação de empregos para quem cuida de pessoas. Precisamos criar nos EUA empregos, empregos e empregos.”
  • Com o apoio do Congresso, o governo vai conceder ajuda com crédito tributário a muitas famílias do país, em uma medida que contemplaria até 65 milhões de crianças.
  • O plano de investimentos em infraestrutura, avaliado em US$ 2,25 trilhões, prevê a construção de 500 mil estações para carregar carros elétricos pelo território americano. “Não há razões para os EUA não liderarem o mundo na produção de baterias de carros elétricos”, afirmou.
  • Os investimentos do governo vão estimular a criação de milhões de empregos com a produção de mercadorias no país, obedecendo ao princípio “Buy American” e respeitando as regras de comércio internacional.
  • “A classe média construiu este país e os sindicatos construíram a classe média. Congresso, vamos elevar o salário mínimo para US$ 15 por hora”, destacou Biden.
  • Os próximos dez anos ocorrerão mais mudanças tecnológicas no mundo do que o registrado nas últimas cinco décadas. “Temos que desenvolver as tecnologias do futuro, como biotecnologia e chips de computador”, disse. “Para vencer a competição no mundo temos que fazer mais para as famílias americanas. Por isso, apresento plano para as famílias nos EUA, inclusive para reforçar a educação. Vamos prover programa de qualidade de planos de cuidados de crianças.”
  • Aumento dos impostos para quem recebe mais de US$ 1 milhão de ganhos de capital por ano. “Não vamos punir ninguém, mas não vou elevar o peso de tributos sobre a classe média”, destacou, no discurso no Congresso. “O corte de impostos de 2017 elevou o déficit público em US$ 2 trilhões e colocou bilhões no bolso de CEOs”, afirmou o líder americano. “Com a pandemia, a desigualdade social piorou. Foram cortados 20 milhões de empregos, enquanto 650 bilionários elevaram suas rendas em total de US$ 1 trilhão.”
  • Não haverá aumento de impostos para quem ganha menos do que US$ 400 mil por ano nos EUA. “Mas precisamos elevar tributos para empresas, para dar sua contribuição justa”, disse. “Cinquenta e cinco grandes corporações que ganharam US$ 40 bilhões de lucros no ano passado não pagaram impostos”, afirmou. (Com AE)

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