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Apesar da ausência de lançamentos, Mitre tem bom resultado no trimestre

As vendas líquidas da Mitre atingiram R$ 153 milhões, alta de 85% no comparativo anual e receita somou R$ 138 milhões

Construção civil

Apesar dos desafios que cercam o mercado imobiliário no curto prazo, o Safra reforça a recomendação de Compra para o Mitre | Foto: Getty Images

A Mitre (MTRE3) apresentou bons resultados no primeiro trimestre deste ano. Apesar da ausência de lançamentos, o trimestre foi caracterizado por vendas positivas, o que se traduziu em um sólido desempenho financeiro diante de um cenário macroeconômico desafiador de curto prazo.

As vendas líquidas atingiram R$ 153 milhões, uma alta de 85% no comparativo anual, e uma queda de 51% ante o trimestre imediatamente anterior que foi atribuída à ausência de lançamentos no período.

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Com isso, o índice de vendas sobre oferta (VSO) da Mitre atingiu 11,6%, registrando uma queda de 520bps ano contra ano e de 760bps ante o trimestre anterioe, principalmente
devido à falta de lançamentos e aumento de estoque em razão do forte volume lançado no último trimestre (R$ 1,1 bilhão). Segundo o Banco Safra, os produtos da Mitre estão mantendo um excelente padrão de vendas.

Apesar do forte aumento do volume lançado ao longo dos últimos trimestres, os empreendimentos estão, em média, 71,9% vendidos, enquanto 75,2% do estoque da Mitre é proveniente de produtos lançados em 2021.

A receita líquida da Mitre totalizou R$ 138 milhões um aumento de 63% no comparativo anual e uma queda de 19% ante o trimestre anterior, impulsionada pelo sólido desempenho operacional no período.

O sólido desempenho de receita se refletiu na margem bruta ajustada da empresa, que atingiu 35,9%, crescendo 270bps ano contra ano e 220bps no comparativo trimestral, mesmo após toda a revisão dos orçamentos de construção feita ao longo de 2021.

O Jardins cresceu substancialmente, atingindo 54,5% em valor geral de vendas (VGV) vendido, marcando a estreia positiva da Mitre no segmento de ultra-alta renda, o que contribuiu ainda mais para as altas margens alcançadas. Segundo o Safra, a margem diferida da Mitre ficou em saudáveis 38,7%, alta de 240bps ano contra ano e uma queda de 50bps no comparativo trimestral, refletindo as constantes melhorias implementadas na política de preços da empresa e sua cultura de eficiência de custos.

O EBITDA ajustado da Mitre foi de R$ 18,5 milhões, crescendo 43,5% no trimestre. No geral, as despesas gerais e administrativas da Mitre totalizaram R$ 22 milhões, ligeiramente abaixo do quarto trimestre, 6,7%, mas também com expansão de 28,7% no comparativo anual devido ao forte aumento no volume lançado realizado ao longo de 2021, refletindo a nova realidade operacional da Mitre.

Além disso, as despesas com vendas da empresacaíram 42,6% no trimestre, devido à ausência de lançamentos realizados no período. Assim, a margem EBITDA ajustada apresentou uma melhora significativa, atingindo 13,4% alta de 13 p.p ano contra ano e 5,8 p.p ante o trimestre anterior.

Por fim, seu lucro líquido ajustado foi de R$ 17,3 milhões, alta de 50,7% em relação ao trimestre anterior, o que se traduziu em uma margem líquida significativamente melhor de 12,5%, 5,7p.p maior que o quarto trimestre.

No entanto, segundo o Safra, a operação de swap Total Equity Return resultou em um prejuízo não caixa de R$ 9,1 milhões devido à variação da marcação a mercado das ações da empresa, que caíram aproximadamente 26% no primeiro trimestre.

Apesar dos desafios que cercam o mercado imobiliário no curto prazo, o Safra reforça a recomendação de Compra para o Mitre, principalmente considerando seu atrativo potencial de valorização.

O banco reforça que continua confiante na estratégia de longo prazo da Mitre, apoiada pelo desempenho único da velocidade de vendas da empresa e seu foco incansável na qualidade do produto.

Vale a pena investir em MTRE3?

  • Desempenho das vendas trimestrais pode ser um catalisador, ao ser visto como um termômetro para a demanda e potencialmente acelerar seus lançamentos; e
  • Empresa se beneficiaria de melhora nos indicadores que impactam o setor, como inflação, níveis de confiança dos consumidores e taxa de desemprego.

Quais são os principais riscos de MTRE3?

  • Taxas de juros mais altas e custos de produção crescentes, o que forçaria a empresa a aumentar os preços dos imóveis acima de sua capacidade de absorção de clientes, reduzindo a velocidade de vendas de seus projetos;
  • Aumento ou manutenção de taxas de desemprego elevadas, afetando a velocidade de vendas;
  • Novos anúncios da reforma tributária, impactando a distribuição de dividendos; e
  • Dificuldades de execução de seu plano de expansão sem deseconomias de escala devido ao curto histórico da empresa.

Sobre a Mitre Realty (MTRE3)

Com mais de 50 anos de experiência no mercado imobiliário da cidade de São Paulo, a Mitre Realty (MTRE3) hoje concentra sua atuação nos segmentos de média e média/alta renda, principalmente com estúdios e unidades de dois a três dormitórios, que são oferecidos através das marcas ‘Raízes’ e ‘Haus Mitre’.

Em 2008, Fabrício Mitre foi eleito CEO da Mitre Realty e, desde então, a empresa passou por diversas atualizações em sua governança corporativa e estratégia de negócios, o que a levou a um desempenho mais nítido e sustentável para o próximo ciclo da indústria.

Ao longo dos anos, a empresa tem demonstrado uma excelente capacidade para o desenvolvimento e comercialização de residências, tendo apresentado índices de vendas sobre oferta muito acima da média do mercado, o que tem resultado em níveis satisfatórios de rotação de ativos e rentabilidade, estabelecendo duas vantagens competitivas que podem ditar a perenidade da empresa no mercado imobiliário.

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