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Ata do Fed alerta que inflação segue elevada, atividade cresce e desemprego continua baixo

Ata da reunião do Federal Reserve justifica motivos que levaram à retomada do aperto dos juros e reafirma atenção à inflação

Wall Street

Para 2024, a expectativa é que a taxa de inflação encerre o ano abaixo de 3%, e volte à meta de 2% em 2025 | Foto: Getty Images

A inflação permaneceu elevada, a atividade econômica continuou se expandindo em ritmo moderado e a taxa de desemprego seguiu baixa, destacaram os membros do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) na reunião de julho de política monetária ao comentarem as condições econômicas dos Estados Unidos. As informações fazem parte da ata do encontro, publicada nesta quarta-feira, 16.

Os dirigentes observaram que condições de crédito mais apertadas para as famílias provavelmente pesariam na atividade, nas contratações e no nível de preços – mas fizeram a ressalva de que a extensão desses efeitos ainda era incerta. “Sobre esse pano de fundo, o Comitê continuou altamente atento a riscos de inflação”, diz trecho da ata. Os membros também concordaram que o sistema bancário norte-americano continuava resiliente.

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Alguns dirigentes destacaram na reunião que era importante que as suas decisões equilibrassem o risco de “sobreaperto” da política monetária contra o de aperto insuficiente. Alguns membros observaram que os riscos para o atingimento das metas do Fed pendiam para os dois lados, de acordo com a ata da reunião divulgada nesta quarta-feira, 16.

Na visão de alguns participantes, continua havendo riscos negativos para a atividade econômica dos EUA e para o mercado de trabalho dos EUA, apesar da resiliência que os setores demonstraram.

Por outro lado, a maioria dos integrantes continuara vendo risco significativo para a inflação, que exigiriam um aperto maior de política monetária.

Na semana passada, o presidente do Fed da Filadélfia, Patrick Harker, declarou que o Fed pode manter as taxas de juros na próxima reunião de política monetária, em setembro. Com direito a voto nas decisões de política monetária deste ano, ele ponderou que, caso não haja novos dados alarmantes, a autoridade monetária pode optar por uma pausa e “deixar o aperto monetário trabalhar”.

Inflação alta deve levar Fed a manter juros estáveis por mais tempo

Em discurso no fórum State of the Economy, do Philadelphia Business Journal, ele afirmou que, quando a pausa no aperto chegar, os juros devem ficar estáveis por muito tempo, e dificilmente haverá um cenário para flexibilização da taxa em 2023. Segundo Harker, o atual cenário possibilita o tão almejado “pouso suave”, que permitirá que os EUA escapem de uma recessão, mesmo que apenas com crescimento baixo.

Para 2024, a expectativa é que a taxa de inflação encerre o ano abaixo de 3%, e volte à meta de 2% em 2025. Para o restante do ano atual, Harker prevê um aumento leve nas taxas de desemprego.

No dia 26 de julho, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve (Fed) decidiu elevar a taxa dos Fed Funds em 25 pontos-base, para a faixa entre 5,25% e 5,50% ao ano. A decisão não foi unânime e ficou em linha com as expectativas do mercado. O Fed também elevou taxa de juros paga sobre saldo de reserva para 5,4%, decisão que entra em vigor a partir de amanhã, e a taxa de desconto em 25 pontos-base, para 5,50% ao ano. (AE)

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