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Lucro das empresas cai 37,4% no trimestre; veja os destaques e novas projeções

Saldo dos balanços mostra impacto dos juros e queda das commodities; construção, óleo e gás, saúde e serviços públicos devem lucrar mais no 3º trimestre

Prédios em construção

O setor de construção civil está entre os que devem lucrar mais no 3º trimestre | Foto: Getty Images

A análise dos balanços das empresas brasileiras referentes ao segundo trimestre reflete que a atividade econômica doméstica continua fraca, enfrentando elevadas taxas de juros e pressão inflacionária. Além disso, a queda dos preços das commodities agrícolas e minerais contribuíram para uma contração de 37,4% no lucro das empresas, na comparação anual.

Segundo a análise dos especialistas do Banco Safra, apesar da forte queda nos lucros em relação ao ano anterior, o desempenho veio apenas um pouco abaixo das expectativas. O banco projetava queda de 4,9%, conforme anteciparam as análises prévias dos balanços, que levavam em conta os esses fatores.

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Há destaques positivos, como as empresas de telecomunicações, que continuaram se beneficiando do ambiente competitivo racional, após a consolidação dos ativos da Oi). O setor de serviços públicos (energia, água e gás) se beneficiaram da consolidação de novos ativos, bom desempenho em custos, inadimplência e perdas. No ramo de seguros, as empresas registraram maiores ganhos do lado operacional e financeiro. As concessionárias de rodovias lucraram com a melhoria do tráfego e reajustes de tarifas. A indústria registrou forte demanda e custos mais baixos de matérias-primas.

Entre os destaques negativos do trimestre estão os setores de tecnologia, com desaceleração da receita devido ao menor repasse da inflação para as tarifas e impactos nas margens, e varejo, com cenário econômico difícil, inverno atípico e alto nível de inadimplência no segmento de vestuário, maiores despesas financeiras para e-commerce e desaceleração da inflação de alimentos para varejistas. O setor de mineração foi prejudicado pela queda dos preços de minério de ferro e o volume de vendas não cresceu em relação ao ano anterior. Os brasileiros também beberam menos, e o setor de bebidas registrou volumes fracos de venda na maioria das regiões.

Em média, o trimestre apresentou contração de receita, EBITDA e lucro líquido na comparação anual (-4,4%, -23,1% e -37,4%, respectivamente). Excluindo a Petrobras e a Vale do cálculo, as receitas cresceram modestamente, embora o EBITDA e o lucro líquido ainda tenham diminuído (+3,8%, -1,5% e -14,7%, respectivamente).

Para o terceiro trimestre o relatório do Safra destaca boa dinâmica para construtoras (mantendo o bom desempenho do segmento de baixa renda e melhores resultados para média/alta renda), operadoras de saúde (melhores despesas de sinistralidade e despesas gerais indicando melhorias de margem nos próximos trimestres), óleo e gás (perspectiva positiva para os produtores independentes, com tendências positivas para produção e precificação) e serviços de energia, água e gás (revisões tarifárias, incorporação de ativos e continuidade nas estratégias de recuperação).

Balanço completo dos resultados financeiros das empresas brasileiras no segundo trimestre

Confira abaixo a íntegra da análise do Safra. O documento completo está neste link.

O que há de novo? Neste relatório, revisamos os resultados do 2T23 das empresas sob nossa cobertura, resumimos as principais variáveis ​​que impactam os resultados e apresentamos também a visão de nossos analistas a respeito de possíveis tendências para o 3T23. Em suma, concluímos que a atividade econômica doméstica ainda fraca, altas taxas de juros e pressão inflacionária, combinadas com a queda dos preços das commodities, levaram a uma contração de 37,4% no lucro das empresas na comparação anual. Apesar da forte queda nos lucros em relação ao ano anterior, o desempenho veio apenas um pouco abaixo das nossas expectativas (-4,9% estimativas do Safra), já que antecipamos parte desses fatores em nossas prévias.

Conclusão? Fraco, mas parcialmente antecipado. O trimestre apresentou contração de receita, EBITDA e lucro líquido a/a(-4,4%, -23,1% e -37,4%, respectivamente). Considerando que o preço médio do minério de ferro e do petróleo no trimestre caiu fortemente nos últimos 12 meses (-16% e -30%, respectivamente), e que esse fator impactou fortemente os resultados das principais empresas de commodities listadas no Ibovespa, excluímos a Petrobras e a Vale do cálculo. Como resultado, as receitas cresceram modestamente, embora o EBITDA e o lucro líquido ainda tenham diminuído (+3,8%, -1,5% e -14,7%, respectivamente). Comparando com as estimativas de nossos analistas, a surpresa foi ligeiramente negativa para o trimestre olhando para receita (-1,7% vs Safra), EBITDA (-4,9% vs Safra) e Lucro (-4,9% vs Safra).

Positivos? Os destaques setoriais positivos do trimestre foram Telecom (as empresas continuaram se beneficiando do ambiente competitivo racional, após a consolidação dos ativos da Oi), Utilities (empresas se beneficiaram da consolidação de novos ativos, bom desempenho em custos, inadimplência e perdas), Seguros ( maiores ganhos do lado operacional e financeiro), Farma (resiliência com crescimento de dois dígitos), Concessões (beneficiando da melhoria do tráfego e das tarifas, bem como a integração bem-sucedida de um novo ativo em seu portfólio) e Industrial (forte demanda no segmento resiliente pós-venda e preços mais baixos de matérias-primas).

Negativos? Os destaques negativos do trimestre foram Tecnologia (desaceleração da receita devido ao menor repasse da inflação sobre a dinâmica de preços com impactos nas margens), Varejo (impactado pelo cenário macroeconômico difícil, inverno atípico e alto nível de inadimplência no segmento de vestuário mainstream , maiores despesas financeiras para e-commerce e desaceleração da inflação de alimentos para varejistas de alimentos), Mineração (preços de minério de ferro mais baixos e volume de vendas estável em relação ao ano anterior) e Bebidas (com volumes fracos na maioria das regiões).

O que vem por aí para o 3T23? Olhando para as tendências potenciais para o 3T23, vemos uma boa dinâmica para Construtoras (mantendo o bom desempenho do segmento de baixa renda e melhores resultados para média/alta renda), Operadoras de Saúde (melhores despesas de Sinistralidade e SG&A, indicando melhorias de margem nos próximos trimestres), Oil & Gas (perspectiva positiva para os produtores independentes, pois esperamos tendências positivas para produção e precificação) e Utilities (revisões tarifárias, incorporação de ativos e continuidade nas estratégias de recuperação)

Balanço completo dos resultados financeiros das empresas brasileiras no segundo trimestre.

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