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Inadimplência cai e crédito deve ter crescimento moderado em 2024

Relatório do Banco Safra revê projeções para as ações do Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e Banco do Brasil e destaca queda em provisões

Atendimento em banco

Relatório do Safra analisa as tendências e perspectivas para as ações do setor bancário | Foto: Getty images

O Banco Safra informou em relatório sobre o setor bancário que espera uma redução na inadimplência no varejo e uma retomada moderada da oferta de crédito de maior risco ao longo de 2024. Embora acredite em uma queda na margem financeira do crédito em comparação com o crescimento da carteira, o Safra informa que um provisionamento mais baixo deverá gerar melhores resultados ajustados ao risco.

“As taxas deverão continuar sujeitas a uma pressão intensa, ao passo que a implementação de uma abordagem mais eficiente em termos de custos deverá ajudar a compensar este efeito. Em suma, esperamos uma recuperação do ROE da indústria, em grande parte impulsionada pelo varejo”, diz o relatório, que analisa as tendências e perspectivas para o setor bancário.

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Segundo o Safra, o ciclo anterior testemunhou um aumento na atividade das fintechs, expandindo a inclusão financeira e a acessibilidade ao crédito. Isto coincidiu com um cenário de forte inflação, que levou a políticas de aperto monetário e a uma subsequente queda na qualidade dos ativos. “Embora este efeito tenha repercutido em todos os segmentos da indústria, os novos bancos bem-sucedidos demonstraram não só como o principado é fundamental para um desempenho superior, mas também como um operador digital pode ser rentável”, analisa o Safra.

Safra revê projeções para os resultados dos bancos

Atualizando preferências: O Itaú Unibanco permanece como top pick do Safra e com classificação de Compra, devido a uma gestão diligente de custos sem comprometer os investimentos em tecnologia, reforçando sua abordagem centrada no cliente e impulsionando o foco do cliente. Com expectativas de + de 21% de ROE nos próximos anos, seu valuation de 1,51x P/VP parece desconectado e novo preço-alvo de R$ 37 implica um potencial de alta de 24% em relação aos níveis atuais.

O Safra elevou Bradesco para Compra com uma percepção mais clara da assimetria de valuation. Embora os resultados de curto prazo apresentem um certo grau de incerteza, espera-se que uma adoção posterior de uma orientação de crédito restritiva gere impactos positivos em 2024. Nos modelos próprios, o Safra assume um ROE conservador de longo prazo de 15,5% (em linha com Ke), a alcançar até meados de 2025. O novo preço-alvo de R$ 18 implica uma valorização potencial de 20% em relação ao atual valuation barato de 0,93x P/VP.

O Safra rebaixou Banco do Brasil para Neutro devido ao crescimento limitado dos lucros. O principal risco ascendente para os grandes bancos de nossa cobertura reside no menor custo do risco, à medida que os empréstimos inadimplentes são amortizados. Tendo tido impactos menores devido a uma carteira mais defensiva e à maior correlação dos resultados do Tesouro com a taxa Selic, o crescimento dos lucros do BB nos próximos dois anos deverá ser mais contido em relação aos pares. Embora continue a apresentar um bom carrego com 11% de dividendos para 2024 e alta de 17% para o novo preço-alvo de R$ 59, o upside se alinha melhor com um rating Neutro, reforçando a preferência do Safra por bancos privados, que não assumem riscos adicionais em relação a ruídos políticos.

O Safra reitera a recomendação neutra para Santander Brasil por sua menor valorização potencial em relação aos pares. Com a melhoria do custo do crédito e os ganhos de ALM, esperamos que o banco aumente a sua rentabilidade ao longo dos próximos dois anos. Ainda assim, o preço-alvo inalterado de R$35 traz uma alta limitada de +13%, o que não é suficiente para um upgrade, especialmente considerando um prêmio de P/L de +26% em 2024e vs. Itaú Unibanco, ou +16% em 2025, que o Safra considera injustificado, considerando o ROE estruturalmente mais elevado do Itaú e a maior resiliência dos lucros dentro dos ciclos.
Principais riscos: Forte deterioração das condições macroeconómicas, qualidade dos ativos pior do que o esperado, alterações regulamentares, concorrência irracional e interferência política (BB).

Íntegra da análise do Safra sobre o setor bancário.

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