Banco Central Europeu aumenta taxas de juros para o intervalo de 3% a 3,25%
Segundo o BCE, a inflação na zona do euro desacelerou nos últimos meses, mas as "pressões de preços subjacentes continuam fortes"
04/05/2023O Banco Central Europeu (BCE) decidiu elevar suas principais taxas de juros em 25 pontos-base, após concluir reunião de política monetária nesta quinta-feira, 4, à medida que a inflação na zona do euro segue persistente e bem acima da meta oficial de 2%. Com a decisão, a taxa de refinanciamento do BCE passará de 3,50% a 3,75%, a de depósitos, de 3% a 3,25%, e a de empréstimos, de 3,75% a 4%.
Analistas estavam divididos entre uma alta de 25 pontos-base e um aumento mais agressivo, de 50 pontos-base, que seria igual ao da reunião anterior do BCE, em março. Segundo o BCE, a inflação na zona do euro desacelerou nos últimos meses, mas as “pressões de preços subjacentes continuam fortes”.
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“Futuras decisões vão garantir que as taxas de juros sejam levadas a níveis suficientemente restritivos para garantir o retorno oportuno da inflação à meta de médio prazo de 2%”, disse o BCE em comunicado.
Banco Central Europeu eleva juros um dia após decisão do Federal Reserve
O Banco Central Europeu também afirmou que reinvestimentos feitos sob o programa APP de compra de ativos serão encerrados em julho.
A decisão do BCE ocorre um dia após o Federal Reserve (Fed, banco central americano) aumentar em 0,25 pontos percentuais o intervalo da taxa de juros nos Estados Unidos. Com isso, os juros americanos ficarão na banda de 5% a 5,25% ao ano.
Este deve ser o último ajuste de juros no mercado americano. Entretanto, a crise do setor bancário ainda é um ponto de atenção para as decisões da autoridade monetária. Em abril foram divulgados dados de inflação nos EUA que indicaram desaceleração dos preços e isso corrobora as apostas de fim do ciclo de alta pelo Fed.
No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve ontem os juros em 13,75% ao ano. Diante das expectativas de inflação ainda elevadas no mercado financeiro, a autoridade monetária decidiu manter inalterada a taxa básica de juros (taxa Selic). O comunicado divulgado pelo Banco Central adverte que os juros podem subir ainda mais: “O Copom enfatiza que, apesar de ser um cenário menos provável, não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado”. (AE)