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Fed volta a elevar juros e sinaliza fim do ciclo de aperto monetário nos EUA

Taxa de juros sobe mais 0,25 ponto percentual e o intervalo passa a ser de 5% a 5,25% ao ano

Fachada do Fed

Comunicado destaca que Fed vai monitorar de perto as informações sobre a economia e implicações para a política monetária | Foto: Getty Images

O Federal Reserve (Fed, banco central americano) aumentou em 0,25 pontos percentuais o intervalo da taxa de juros nos Estados Unidos. Com isso, os juros americanos ficarão na banda de 5% a 5,25% ao ano. A decisão não surpreendeu o mercado, que já esperava por esta alta. O comunicado do Fed abre espaço para avaliações sobre o fim do ciclo de aperto dos juros nos Estados Unidos, ao informar que a autoridade monetária “levará em conta o aperto cumulativo da política monetária, os atrasos com que a política monetária afeta a atividade econômica e a inflação, além de fatores econômicos e financeiros”.

“Este deve ser o último ajuste de juros no mercado americano. Entretanto, a crise do setor bancário ainda é um ponto de atenção para as decisões da autoridade monetária”, disse Patrícia Krause, economista para América Latina da Coface.

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Para o Banco Safra, o que pode sustentar esta expectativa são os efeitos do rápido ciclo de aumento da taxa de juros pelo Fed e as incertezas no setor bancário americano, que geram necessidade de reforço de caixa por algumas instituições.

“Isso deve arrefecer as concessões de crédito e prejudicar o consumo das famílias e os investimentos das empresas no médio prazo”, informou o banco em relatório.

Segundo Alexandre Pierantoni, diretor da Kroll no Brasil, os índices divulgados apontam que a preocupação com a escalada da inflação é menor e isso pode fazer com que o Fed termine com o ciclo de alta dos juros nos Estados Unidos.

“A expectativa é de que no final deste ano, os juros americanos fiquem no intervalo de 5% e 5,25%”, disse Pierantoni.

Em abril foram divulgados dados de inflação nos EUA que indicaram desaceleração dos preços e isso corrobora as apostas de fim do ciclo de alta pelo Fed.

O índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) dos EUA avançou 0,1% em março ante fevereiro, segundo o Departamento do Comércio do país. Na comparação anual, a alta foi de 4,2%, desacelerando em relação ao aumento anual de 5% no mês anterior.

Já o núcleo do PCE, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, teve crescimento de 0,3% no mês passado ante o anterior, em linha com a projeção de analistas ouvidos pelo The Wall Street Journal. O crescimento anual se manteve em 4,6% no mesmo período, acima da projeção de 4,5%.

Dados de empregos também são acompanhados de perto pelo Fed. Nesta quarta-feira, foi divulgado que o setor privado dos Estados Unidos criou 296 mil empregos em abril, segundo pesquisa com ajustes sazonais da ADP. O resultado veio acima da expectativa de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam geração de 133 mil postos de trabalho no mês passado.

O número de criação de empregos de março foi revisado para baixo, de 145 mil para 142 mil. A pesquisa da ADP, que adotou nova metodologia no ano passado, também mostrou que os salários no setor privado tiveram expansão média anual de 6,7% em abril, uma desaceleração ante a alta de 6,9% de março, na comparação anual.

Íntegra do comunicado do Federal Reserve.

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