close

‘Super quarta’ deve ter mais juros nos EUA e manutenção de 13,75% no Brasil

Mercado acredita em novo aperto dos juros nos Estados Unidos e manutenção da taxa de 13,75% ao ano no Brasil, nesta 'super quarta'

super quarta

No Brasil, a estimativa majoritária é de manutenção da taxa Selic em 13,75% ao ano, mas com espera do mercado por algum sinal de alívio nos próximos encontros | Foto: Getty Images

Investidores adotam certa prudência após a compra do First Republic pelo JPMorgan e novos sinais de arrefecimento da atividade na economia global. A expectativa é de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) poderá manter-se agressivo em suas decisões sobre juros nesta ‘super quarta’, quando haverá decisão sobre a política monetária também no Brasil.

“Com a crise bancária dando algum respiro pontual, o Fed pode ser mais duro e focar mais no combate à inflação, e isso pesa, indicando menos demanda. É uma aversão a risco que afeta principalmente os emergentes”, avalia Alan Dias Pimentel, especialista em renda variável da Blue3 Investimentos. “O Fed pode ficar mais flexível para apertar mais continuar apertando, deixando os juros altos por mais tempo”, completa.

Saiba mais

Porem, pondera Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença, o quadro com a situação dos bancos, especialmente nos EUA, ainda é de cautela, em meio a sinais de esfriamento do crédito. “Lá fora, a situação é ruim, com queda forte das bolsas e do petróleo. Segue a preocupação com os bancos médios e pequenos”, diz.

No Brasil, a estimativa majoritária é de manutenção da taxa Selic em 13,75% ao ano, mas com espera do mercado por algum sinal de alívio nos próximos encontros.

Na véspera da ‘super quarta’, Lula volta a atacar juros de 13,75% no Brasil

No Dia do Trabalho, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a atacar a política de juros. A pesquisa Focus divulgada hoje pelo banco Central mostrou aumento nas estimativas para o IPCA deste ano, enquanto as projeções para a taxa Selic até 2025 permaneceram inalteradas e para 2026 subiram de 8,75% para 8,88% ao ano.

Conforme o economista Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria, a cautela externa mantém os ativos sem espaço para avanços, em especial o Ibovespa, que permanece afetado pela fraqueza das bolsas globais e das commodities. O petróleo cai quase 3,60%, abaixo de US$ 80 o barril, e o minério de ferro recuou 0,97% em Dalian, na China.

“A situação fiscal segue no radar, com os mercados avaliando o anúncio de MP que tributa investimentos no exterior e a confirmação, pelo presidente Lula, da retomada da regra de reajustes do mínimo e da isenção de IR até dois salários mínimos. Uma visão defensiva pode predominar, de olho também no início da tramitação do novo arcabouço”, afirma em nota o economista da Tendências.

Na sexta-feira, o Ibovespa fechou em alta de 1,47%, aos 104.431,63 pontos, com valorização de 2,50% em abril. “Foi um mês difícil, de volatilidade com preocupações com inflação e juros globais altos, além de crise bancária”, avalia em comentário matinal o economista Álvaro Bandeira. Em sua avaliação, seria importante o Índice Bovespa retomar a marca dos 106 mil pontos, na tentativa de consolidar uma recuperação. (AE)

Abra sua conta

Assine o Safra Report, nossa newsletter mensal

Receba gratuitamente em seu email as informações mais relevantes para ajudar a construir seu patrimônio

Invista com os especialistas do Safra