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Bolsa já tem mais de 5 milhões de investidores pessoa física

Dos mais de 5 milhões de investidores na bolsa hoje, 84% entraram a partir de 2019 e mais da metade (53%) entrou nos últimos dois anos

Investidora na B3

Produtos ligados ao agronegócio tiveram um salto em termos de número de investidores e volume aplicado em 2022, segundo a B3 | foto: Getty Images

Em 2022, o número de investidores pessoa física que aplicam em renda variável atingiu a marca de 5 milhões, 19% a mais do que em 2021. Dos mais de 5 milhões de investidores na bolsa hoje, 84% entraram a partir de 2019 e mais da metade (53%) entrou nos últimos dois anos, segundo um levantamento divulgado pela B3.

O valor sob custódia, que é o valor dos investimentos das pessoas físicas na bolsa, caiu 8%, passando de R$ 500 bilhões para R$ 459 bilhões. Todos os produtos – ações, fundos imobiliários, ETFs e BDRs – registraram aumento de investidores, mas apenas os fundos imobiliários cresceram também em valor sob custódia (+11%). Os demais produtos registraram queda de volume aplicado em relação à 2021. O número de contas alcançou 5,8 milhões em dezembro, já que um único investidor pode ter conta em mais de uma corretora.

Mesmo em um cenário de alta taxa de juros, houve um saldo positivo de mais de 408 mil novos investidores em dezembro, também considerando aqueles que ingressaram por meio de uma oferta de BDRs realizada em novembro de 2021 com grande adesão de pessoas físicas.

Valor aplicado pelos investidores diminuiu

Em relação aos valores aplicados, no entanto, os investidores que entraram a partir de 2019 possuem 27% do volume sob custódia. O volume maior está nas mãos de investidores que ingressaram na renda variável até 2015 e mantém seu investimento até hoje, beneficiando-se do efeito do longo prazo.

Dos 408 mil investidores que fizeram o primeiro aporte em dezembro de 2022, 92% aplicaram até R$ 200. “Os números ratificam e reforçam que a bolsa e o mercado de capitais são para todos e que as pessoas estão buscando experimentar e diversificar seu patrimônio. Que há uma consciência sobre a importância de ambos os movimentos e isso contribui para que o número de investidores continue crescendo, à luz do grande potencial do país”, analisa Paiva.

A diversificação pode ser constatada na composição das carteiras das pessoas físicas. Em 2016, 75% dos investidores de renda variável tinham apenas ações, parcela que hoje é de 30%. Os que combinam ações e FIIs representam 16%, e quem possui ações e BDRs representa 6%.

Região Norte se destaca em crescimento proporcional

A região Norte foi a que mais cresceu, em termos percentuais, em número de investidores de renda variável e do Tesouro Direto desde 2018. O aumento chegou a 1.363% e 253%, respectivamente. Em números absolutos, no entanto, essa é a região com menos investidores. A região Nordeste ficou em segundo lugar, entre as que mais cresceram, seguida pela região Sul. A região Sudeste segue concentrando o maior número de investidores, com 2,8 milhões em produtos de bolsa e 1,3 milhão no Tesouro Direto.

Tesouro Direto ganha 2 milhões de investidores em 10 anos

Os títulos do Tesouro Direto passaram de 100 mil para 2,1 milhões de investidores nos últimos 10 anos. O programa do Tesouro Nacional que possibilita a venda de títulos públicos federais para pessoas físicas foi lançado em 2002, em parceria com a B3.

No último ano, o saldo mediano aplicado por cada pessoa passou de R$ 2,1 mil para R$ 2,8 mil.

Dois títulos concentram a maior parte do saldo em custódia: o Tesouro IPCA +, com 39% do total, é seguido de perto pelo Tesouro Selic, com 35%.

Números mostram tendência de diversificação

A diversificação tem se mostrado um importante vetor de crescimento para do mercado de capitais brasileiro. Uma visão setorial dos dados de investimentos de pessoas físicas na B3 mostrou que os produtos ligados ao agronegócio tiveram um salto em termos de número de investidores e volume aplicado em 2022.

Os números cresceram 95% e 79%, respectivamente, atingindo 1,6 milhão de investidores e R$ 411 bilhões em recursos distribuídos em LCA (Letra de Crédito do Agronegócio), CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio) e Fiagro (Fundo de Investimento em Cadeias Agroindustriais).

Esse volume sob custódia já representa 19,5% do total investido em renda fixa (R$ 1,6 trilhão) e variável (R$ 459 bilhões) somados. A participação no fim de 2021 era de 14%. O saldo mediano no setor, por investidor, foi de R$ 51,7 mil.

Os Fiagros, que começaram a ser negociados na B3 em agosto de 2021, para ampliar a oferta de produtos relacionados ao agronegócio, já contavam, em dezembro, com mais de R$ 5,2 bilhões em estoque, considerando os 33 fundos negociados.

Na prática, os Fiagros funcionam de forma muito semelhante aos fundos imobiliários, mas com o foco no desenvolvimento da atividade agrícola nacional, e as cotas são negociadas a valores acessíveis, a partir de cerca de R$ 100.

Cresce o número de investidores em Fundos Imobiliários

No setor imobiliário, que já alcançou mais de 3,2 milhões de investidores, o volume aplicado chegou aos R$ 380 bilhões, total que representa um aumento de 46% quando comparado ao final de 2021. Os fundos imobiliários compreendem 51%. Os números somam também ETFs (Exchange Traded Funds) de FII, LCI (Letra de Crédito Imobiliário) e CRI (Certificados de Recebíveis Imobiliário).

Os FIIs aplicam o dinheiro dos cotistas em empreendimentos como imóveis ou em títulos de renda fixa lastreados em imóveis, como CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários) e LCI (Letra de Crédito Imobiliário). Ao adquirir cotas de um FII, por exemplo, o investidor passa a ser dono de uma fração do fundo que, por sua vez, detém imóveis (ou ativos com lastro imobiliário). Os imóveis adquiridos são alugados pelo fundo e o resultado financeiro é repartido entre todos os cotistas, com o pagamento de dividendos.

“Essa visão setorial é importante para mostrar que investimentos privados, de pequenos investidores, estão ajudando de forma significativa a impulsionar segmentos importantes da nossa economia, enquanto geram rendimentos para quem aplica. A lógica do mercado de capitais é justamente essa, trazer o capital privado para o setor produtivo, e vemos isso ganhando cada vez mais força no Brasil, dando chance de as pessoas físicas integrarem esse ciclo”, afirma Felipe Paiva, diretor de Relacionamento com Clientes e Pessoa Física da B3.

A visão setorial é uma novidade da mais recente edição do estudo que analisa a evolução dos investidores pessoas físicas na B3, divulgado nesta quarta-feira (15). O material completo, com dados do ano de 2022, está disponível para download. Confira a seguir outros destaques do estudo.

Renda fixa chega a R$ 1,6 trilhão

O valor sob custódia de pessoas físicas em renda fixa na B3 atingiu R$ 1,6 trilhão no final de 2022, 44% a mais do que há um ano. O número de investidores aumentou 34%, atingindo 14,8 milhões. Desses, 13,8 milhões estão em produtos de captação bancária, como CDB (Certificado de Depósito Bancário), RDB (Recibo de Depósito Bancário), LCA e LCI, que somam R$ 1,3 trilhão em investimentos.

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