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Ibovespa encerra a semana em queda de 0,57%, mesmo após corte da taxa Selic

Com perdas ao longo das quatro primeiras sessões de agosto, Bolsa recua pressionada por cautela externa; dólar fecha cotado a R$ 4,87

Cotações da bolsa

Incertezas sobre o ritmo de redução dos juros nos próximos meses ainda dificultam recuperação da Bolsa | Foto: Getty Images

O Ibovespa chegou a ensaiar reação nesta quarta sessão de agosto, mas não conseguiu evitar o sinal que prevaleceu nas três anteriores, negativo, pressionado nesta sexta-feira, em especial, pela má recepção aos balanços trimestrais de dois pesos-pesados do índice, Petrobras (ON -4,20%, PN -2,98%) e Bradesco (ON -4,77%, PN -6,65%). Ao final, a Bolsa mostrava perda de 0,89%, a 119.507,68 pontos, tendo chegado no melhor momento, no começo da tarde, a 121.442,02 pontos, então em alta moderada na sessão.

O dia foi misto e ao final também negativo em Nova York, onde os índices acumularam perdas entre 1,11% (Dow Jones) e 2,85% (Nasdaq) na semana, com cautela reforçada desde o rebaixamento da nota de crédito dos Estados Unidos pela Fitch.

O Ibovespa encerrou o intervalo de cinco sessões da semana em baixa de 0,57%, após ter fechado a semana anterior bem perto da estabilidade (-0,02%).

Com perdas ao longo das quatro primeiras sessões de agosto, o índice recua 2,00% nesta abertura de mês, limitando o avanço do ano a 8,91%. Reforçado como na quinta-feira, o giro financeiro foi a R$ 30,3 bilhões nesta sexta-feira, em que o Ibovespa saiu de abertura aos 120.585,58 e tocou, na mínima do dia, 119.215,02 pontos. Pouco acima disso, aos 119,5 mil pontos, teve nesta sexta o menor nível de fechamento desde 20 de julho, então aos 118 mil.

Cautela externa afeta negócios na Bolsa

Além da cautela externa, que dificulta o apetite por risco em ativos domésticos, algumas nuances não passaram despercebidas desde a noite da última quarta-feira – o que alimenta, em parte, incerteza sobre a trajetória de queda dos juros à frente.

No caso dos bancos, há a questão ainda em aberto quanto ao fim da distribuição de JCP (juros sobre capital próprio), sinal que tem sido reiterado pelo governo recentemente. Mas também pesa sobre o setor o efeito das incertezas sobre o ritmo de redução dos juros, quando ainda pendem dúvidas sobre quanto o governo conseguirá arrecadar, de fato, para fazer frente ao compromisso de equilíbrio fiscal.

Petrobras e Bradesco seguraram a ponta negativa do Ibovespa, nesta sexta, ao lado de Carrefour Brasil (-6,76%). No lado oposto, destaque para Dexco (+6,37%), BRF (+6,10%), Lojas Renner (+5,77%) e Marfrig (+5,66%).

Um leilão de 49,065 milhões de ações do Carrefour movimentou R$ 600 milhões na B3 na manhã desta sexta. O vendedor dos papéis, de acordo com fontes, foi o fundo americano Advent. A ação saiu ao preço inicial de R$ 12,16, em um leilão que durou uma hora, feito pela corretora do Itaú.

Dólar recua e fecha cotado a R$ 4,87

Após três pregões consecutivos de valorização, em que ameaçou fechar acima de R$ 4,90, o dólar à vista recuou na sessão desta sexta-feira, 4. Segundo operadores, houve um movimento natural de ajuste de posições e realização de lucros em meio ao enfraquecimento da moeda norte-americana no exterior, em especial na comparação com divisas emergentes pares do real como pesos mexicano e colombiano.

Dados mistos do relatório de empregos (payroll) nos EUA, mas com geração de vagas abaixo do esperado em julho, deram força a apostas de que não haverá nova alta dos juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) em setembro. As taxas dos Treasuries recuaram após a escalada dos últimos dias.

Saiba mais

Com mínima a R$ 4,8471 na primeira etapa de negócios, o dólar diminui o ritmo de perdas ao longo da tarde em sintonia com seu comportamento lá fora e a piora das bolsas em Nova York. No fim do dia, a divisa era cotada a R$ 4,8753, em baixa de 0,48%. Termômetro do apetite por negócios, o contrato de dólar futuro para setembro teve giro razoável, acima de US$ 12 bilhões. Apesar do refresco nesta sexta, o dólar à vista encerra a semana com valorização de 3,05%. (AE)

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