Brasil desenvolve testes rápidos de covid por saliva
Testados em pacientes com a doença, exames oferecem resultado quase imediato com sensibilidade considerada muito alta
23/06/2021Pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) desenvolveram novos testes de covid feitos por saliva. As novas tecnologias, de alta sensibilidade, dispensam a coleta nasal (o incômodo swap) e oferecem resultados mais rápidos que os testes em uso.
De acordo com a equipe desenvolvedora, os testes podem possibilitar a testagem em massa da população brasileira.
Um dos testes é produzido por sensor eletroquímico capaz de ler a quantidade de proteína spike (marcação da presença do novo coronavírus) na saliva do paciente. É portátil e traz o resultado em minutos, via aplicativo de celular.
O outro detecta na saliva o RNA do vírus com a mesma precisão do RT-PCR. Por usar menos reagentes é mais barato e permite analisar muitas amostras ao mesmo tempo. Trata-se de uma adaptação de testagem já usada em laboratórios para outras análises, mas modificada para a leitura do material genético do SARS-CoV-2.
Novos testes pulam etapas dos exames de covid-19 em uso
A pesquisa é coordenada por Ronaldo Censi Faria, do Centro de Ciências Exatas e de Tecnologia da UFSCar, que acaba de depositar a patente. À Agência Fapesp, o pesquisador disse que a tecnologia pode ser utilizada em qualquer laboratório de análises clínicas do país, trazendo “maior capilaridade e agilidade no diagnóstico da covid-19”.
A agilidade se deve ao fato de a análise eliminar algumas etapas do RT-PCR, que requer a extração do material genético para que se possa realizar um processo de transcrição do RNA em DNA e, por último, a multiplicação desse DNA.
O teste criado na UFSCar detecta o material genético por meio de partículas magnéticas atraídas por ímãs e, ao adicionar o reagente, gera cor que vai indicar se é positivo ou negativo.
Tanto o teste eletroquímico rápido quanto o modelo colorimétrico, que possui a precisão do RT-PCR, utilizam partículas magnéticas atraídas por ímã.
Os dois projetos tiveram apoio da Fapesp e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Ambos foram validados em amostras de saliva de pacientes atendidos em hospitais de São Carlos, interior paulista, e São Paulo, capital, testando uma sensibilidade superior a 90%, considerada muito alta.
Fonte: Fapesp