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Brasil está no radar dos investimentos estrangeiros

Mas a concretização dos aportes depende da sinalização do fim do ciclo de alta dos juros nos Estados Unidos, diz Joaquim Levy, diretor do Safra

Vista aérea de Brasília

Enquanto os juros nos EUA estiverem subindo é “difícil o investimento vir para cá”, diz Levy | Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O Brasil está no radar dos investidores estrangeiros, mas a concretização dos aportes depende da sinalização do Federal Reserve (Fed, banco central americano) sobre o fim do ciclo de alta dos juros nos Estados Unidos.

Segundo o diretor de Estratégia Econômica e Relações com o Mercado do Banco Safra, Joaquim Levy, o país tem energia, produz alimentos e tem condições de continuar avançando e crescer em situação em que traga benefícios para todas as rendas.

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“Esta é a expectativa dos investidores estrangeiros, pois com os riscos crescentes no mundo, o Brasil se tornou um potencial destino dos aportes”, disse Levy, durante o Safra Conjuntura. “Quando o Fed sinalizar que está chegando o seu limite, esses recursos podem vir para o Brasil.”

Segundo ele, enquanto os juros nos Estados Unidos estiverem subindo é “difícil o investimento vir para cá”.  Esta desaceleração da taxa de juros deve ocorrer no primeiro trimestre do ano que vem, de acordo com Levy.

“Há um grande desejo dos investidores que se potencializa em um cenário com um câmbio que ajuda uma inflação em nível mais baixo e dá mais conforto para o Banco Central começar o processo de relaxamento da economia”, disse o executivo.

A expectativa para o próximo ano é de que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça entre 1% a 1,5%, a inflação fique em 5%, com possibilidade de ser mais baixa, e uma Selic que deve começar a baixar a partir de maio ou junho e talvez até de uma maneira relativamente acelerada, ressalta Levy.

“Para este cenário se materializar temos que ter uma orientação fiscal que os agentes econômicos tenham confiança”, afirmou Levy. “Tendo isso, o Brasil pode avançar sem grandes sobressaltos em relação a dívida/PIB e em outras coisas que caracterizem uma robustez econômica.”

Além disso, o que atrai as atenções dos investidores para o país é a situação da economia nos grandes países. A Europa, por exemplo, segundo Levy, está enfrentado enorme desafio com a guerra entre Rússia e Ucrânia e o corte da energia barata.

“Isso muda a equação econômica da região e a competividade para as empresas e a atuação dos governos deve ser considerada. A Alemanha, por exemplo, resolveu proteger as companhias com incentivos no preço da energia e os outros países não receberam bem porque isso poderá criar uma desigualdade de competição entre as empresas.”

O Banco Central Europeu (BCE) para controlar a inflação recorde na região começou o aumento de juros. Nesta semana, o órgão decidiu elevar seus juros básicos em 75 pontos-base, após concluir reunião de política monetária, em mais uma tentativa de conter a persistente inflação recorde na zona do euro.

Segundo comunicado, o BCE aumentou sua taxa de refinanciamento de 1,25% para 2,00%, a de depósitos de 0,75% para 1,50% e a de empréstimos de 1,50% a 2,25%. 

“É provável que o BCE continue essa política pois, se o euro se desvaloriza realimenta a inflação. Além disso, enquanto o Fed continuar com essa política, a autoridade europeia tem que manter essa estratégia para não criar um desalinhamento entre euro e dólar.”

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