Black Friday, Natal e Copa devem compensar 3º tri mais fraco no e-commerce

O comércio eletrônico está com um viés de crescimento este ano, mesmo que em menor ritmo se comparado aos dois últimos anos. Segundo dados da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (Abcomm), o primeiro semestre de 2022 registrou um faturamento de R$ 73,5 bilhões, o que representa um crescimento de 5% em relação ao mesmo período de 2021.

Para o ano, a expectativa é de um faturamento de R$ 165 bilhões, 9,5% acima do apurado no ano passado. Deste montante, a receita do segundo semestre deve chegar a R$ 91,5 bilhões, sendo o quarto trimestre do ano mais forte, justamente pela Copa do Mundo, Black Friday e Natal.

Saiba mais

• Small Caps: oito ações com potencial de longo prazo
• Invista com segurança e baixo valor de aplicação
• Como operar na bolsa de valores com a segurança da Safra Corretora

De acordo com a Abcomm, somente com a Black Friday as empresas do setor podem faturar R$ 6,05 bilhões, com o número de pedidos chegando a 8,3 milhões neste ano. O faturamento representa aumento de 3,5% em relação a 2021.

Diante desta estimativa, em que o terceiro trimestre deve ser mais fraco do ano, as empresas do setor devem apresentar resultados mais desafiadores no período. O Banco Safra divulgou prévias do setor em que aponta que a Americanas deve apresentar queda de 9% nas vendas. Já para a Magazine Luiza e Via Varejo, a estimativa é de ganhos de 1% e 3%, respectivamente.

“Magalu deve ser o destaque positivo com margens em contínua tendência de alta e capital de giro positivo apesar da pressão de estoque”, diz o Banco em relatório.

Segundo o banco, o fluxo de caixa, ou na verdade, a queima de caixa, deve ser monitorado de perto no terceiro trimestre devido à desaceleração das vendas no período e ao acúmulo de estoques para suportar a Black Friday e Natal.

“O terceiro trimestre reforça nossa preferência pela Magazine Luiza dentro de nossa cobertura de e-commerce”, afirmou o Safra.

Para o banco, o foco na rentabilidade deve permanecer na Magalu e por isso, a expectativa é de que a receita líquida alcance R$ 8,8 bilhões, um aumento de 3% no comparativo anual. “Esperamos uma melhora de 182 pontos base na Margem Ebitda, chegando a 5,9% no período, uma vez que a empresa ajustou preços, estoques e focou em rentabilidade no trimestre”, estima o Safra.

O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) deve alcançar R$ 521 milhões, alta de 49% em relação ao mesmo período de 2021.

Mesmo com a melhora nas vendas e Ebitda, a Magalu deve apresentar prejuízo no terceiro trimestre, segundo o Safra. A estimativa é de perda de R$ 156 milhões, uma vez que as despesas financeiras continuam pressionadas pela alta taxa de juros. A Selic está em 13,75% ao ano.

Para Via Varejo, o Safra estima também um crescimento de receita neste trimestre. A expectativa é de alta de 1% no comparativo com o mesmo período do ano passado, alcançando R$ 7,4 bilhões.

“Esperamos que a margem Ebitda caia 100bps ano contra ano, devido à alavancagem operacional”, afirmou o banco.

O Ebitda deve ficar em R$ 601 milhões, queda de 10% em relação ao mesmo período de 2021. A margem Ebitda deve chegar a 8,1%.

A Via Varejo também deve apresentar prejuízo no trimestre. Segundo a prévia do Safra, as perdas devem girar em R$ 150 milhões, também impactadas pelas despesas financeiras líquidas, que devem aumentar cerca de 131% no comparativo anual.

A Americanas deve apresentar o pior resultado financeiro do trimestre, de acordo com o Safra. A queda na receita nas vendas nos canais digitais (GMV) deve ser de 13% no comparativo anual, devido a uma demanda mais fraca por eletrodomésticos e eletrônicos.

A receita líquida deve totalizar R$5,7 bilhões, recuo de 9% no período, segundo a prévia. “Esperamos uma ligeira melhora na margem bruta como resultado de um melhor mix de canais, mas uma redução na margem Ebitda devido à alavancagem operacional”, estima o banco.

O Ebitda deve atingir R$ 622 milhões, queda de 16%, com margem Ebitda de 10,9%, 94bps menor que a apurada no ano anterior. O prejuízo líquido deverá ser de R$ 271 milhões, estima o Safra.