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Gripe fora da época pode favorecer Panvel e Hypera

Prévia de resultados do setor farmacêutico aponta alta de mais de 20% nas receitas das duas empresas; Blau pode ter trimestre mais desafiador

Setor farmacêutico

Os números do terceiro trimestre reforçam a visão positiva sobre o setor farmacêutico, informa o Safra | Foto: Getty Images

A rede de farmácias Panvel e a Hypera, dona da Neosaldina e Dorflex, devem ser os grandes destaques do setor farmacêutico no terceiro trimestre. Segundo um relatório do Banco Safra, a estimativa para a rede é de crescimento no faturamento de 25% no período, apesar da desaceleração da receita com testes de covid-19. Já a Hypera Pharma deve evoluir 22%.  

No caso da Panvel, a abertura de lojas e a alta demanda por antigripais e anti-inflamatórios devem ser responsáveis pela melhora da receita, segundo o relatório do Safra. “Além disso, o reajuste de preços em abril sustentou os contínuos ganhos de margem”, diz o relatório. Os preços dos medicamentos são controlados e foram reajustados em 10,89%, a partir do dia 1º de abril.

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A gripe fora de época também deve favorecer os resultados da Hypera, que tem marcas líderes de antigripais e analgésicos, segundo o Safra. “Os números do terceiro trimestre reforçam nossa visão positiva sobre o setor e principalmente para nossas principais escolhas, que são Panvel e Hypera”, diz o relatório.

Para a Panvel, o Safra projeta um lucro de R$ 25 milhões, um aumento de 33% no comparativo com o mesmo período do ano passado. Já o lucro antes juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) deve atingir R$ 48 milhões, alta de 37% no comparativo anual. A margem EBITDA deve atingir 4,5%, crescimento de 40 pontos base no período.

“Esperamos um aumento de 25% ano contra ano na receita devido ao forte desempenho em medicamentos, vendas online e fluxo de clientes, o que deve resultar em maior produtividade das lojas”, reportou o relatório.

Já na Hypera, a estimativa é de que a farmacêutica reporte um Ebitda de R$ 717 milhões, com alta de 23% no comparativo com o terceiro trimestre de 2021. Para o lucro, na projeção do Safra, deve atingir R$ 454 milhões, uma queda de 2% em relação ao ano passado, “pressionado por maiores despesas financeiras e margem líquida atingindo 22,8%”, diz o relatório.  

“Esperamos um crescimento anual da receita de 22% devido ao desempenho positivo em todas as unidades de negócios, mas principalmente medicamento isento de prescrição (OTC, na sigla em inglês) impactado positivamente pelos medicamentos contra a gripe”, informou o relatório.

No lado negativo, o Safra destaca a farmacêutica Blau, justamente pela queda do fornecimento de imunoglobulina ao governo federal. As apostas para a companhia estão no último trimestre do ano, que pode garantir um crescimento em sua receita anual de 22%, de acordo com o relatório.

Segundo o Safra, no terceiro trimestre, as vendas de produtos biológicos seguiram pressionadas por um ambiente mais competitivo, principalmente no mercado de imunoglobulina. As importações foram liberadas de produtos sem registro na Anvisa por tempo determinado para suprir a demanda interna por esse biológico. Essa compra, principalmente da China e Índia, foi suspensa em julho deste ano.

O presidente da Blau, Marcelo Hass, disse que até 2018 a companhia detinha 55% de participação no mercado de imonoglobulina. “A partir das importações, a participação caiu bastante. Se a suspensão de compras sem registro na Anvisa persistir, o produto voltará a ser um dos principais dentro da companhia”, disse Hass.

O executivo ressaltou que a imunoglobulina, de 2017 a 2019, representava 45% da receita da Blau. Com a liberação de produtos sem registro, o produto representa de 12% a 13% do faturamento da companhia. “Teremos um quarto trimestre mais tranquilo”, afirmou Hass.

Para o Safra, neste terceiro trimestre, os medicamentos de especialidades, que incluem itens de oncologia, devem apresentar queda de 22% nas vendas no comparativo com o mesmo período do ano passado, pois os números de 2021 tiveram o impacto positivo do chamado “kit Covid”.

“E no terceiro trimestre, o portfólio existente também enfrenta um ambiente competitivo difícil, que deve ser parcialmente compensado pelos novos produtos colocados no mercado”, disse o Safra.

A Blau tem planejado para este ano investimentos de R$ 1,2 bilhões, somente em novos produtos. Já foram gastos R$ 650 milhões desse total.

“Esperamos que a margem Ebitda permaneça praticamente estável em 33,7% no terceiro trimestre”, informou o relatório do Safra. O Ebitda deve ficar em R$ 126 milhões, um aumento de 17% no comparativo anual. O lucro deve atingir R$ 96 milhões, um aumento de 2%, devido principalmente a uma menor receita financeira, segundo a estimativa do Safra.  

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