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Quem é Caio Paes de Andrade, novo indicado para presidir a Petrobras

Substituto de José Mauro Coelho, que ficou 40 dias no comando da Petrobras, é formado em comunicação e mestre em administração

caio Paes de Andrade

Caio Paes de Andrade deixa a função de secretário especial de desburocratização do Ministério da Economia para substitu José Mauro Coelho | Foto: Divulgação

Caio Paes de Andrade, o novo indicado para ocupar a presidência da Petrobras, deixa a função de secretário especial de desburocratização do Ministério da Economia para substitu José Mauro Coelho, que ficou apenas 40 dias no cargo. Ele tem formação em comunicação social pela Universidade Paulista, pós-graduação em administração e gestão pela Universidade de Harvard e é mestre em administração de empresas pela Universidade Duke, nos Estados Unidos.

Andrade já foi diretor-presidente do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), empresa pública de tecnologia de informação responsável, por exemplo, pela triagem dos cadastros do auxílio emergencial. Também liderou mais de 20 processos de fusões e aquisições e é fundador e conselheiro do Instituto Fazer Acontecer, com foco na transformação social de crianças e adolescentes do semiárido baiano com base no esporte. Andrade passou da iniciativa privada para a área pública em 2019.

Saiba mais

O nome de Paes de Andrade já foi cogitado anteriormente para o comando da Petrobras, quando o general Joaquim Silva e Luna foi demitido. Na ocasião, o então ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque preferiu o nome do economista Adriano Pires sob a alegação de que o secretário não tinha experiência na área.

Dias depois, Pires desistiu de assumir a presidência da estatal e o nome de Paes de Andrade voltou a ser cotado pelo governo.

Indicação de Caio Paes de Andrade para presidir a Petrobras decorre de mudança de ministro

A mudança na Petrobras decorre da troca de comando do Ministério de Minas e Energia, com a escolha de Adolfo Sachsida para substituir Bento Albuquerque. Bento foi demitido após a Petrobras ter aumentado o preço do diesel dias depois de o presidente pedir ao ex-ministro e a Coelho que não aumentassem o preço durante uma transmissão nas redes sociais.

Ao escolher Sachsida, ex-secretário do ministro da Economia, Paulo Guedes, Bolsonaro cobrou mudanças na postura da empresa. O presidente não se conforma que a petroleira tenha um lucro bilionário e não possa dar uma “trégua” nos reajustes durante a guerra da Rússia com a Ucrânia, período de alta volatilidade dos preços internacionais. Bolsonaro quer que as movimentações sejam feitas em espaço de tempo maior.

Coelho é o terceiro presidente da Petrobras a ser demitido no governo Bolsonaro e foi escolha de Bento depois que dois nomes foram descartados – Adriano Pires e Rodolfo Landim – por conflitos de interesse com a indústria de óleo e gás. Foi Bento que fez a negociação e bancou o nome de Coelho depois de barrar a indicação de Caio Paes de Andrade.

Com o preço alto dos combustíveis e de energia elétrica ameaçando sua reeleição, Bolsonaro vem demonstrando insatisfação em relação à gestão de Coelho à frente da Petrobras. Neste mês, disse que que a petroleira está “gordíssima, obesa”, em referência ao lucro da estatal de R$ 44,56 bilhões no primeiro trimestre do ano.

A União é o maior acionista da empresa, ou seja, recebe a maior parte dos dividendos da estatal, que vão direto para o caixa do governo. A governança da estatal tem sido uma barreira a impedir uma mudança na política de reajustes de paridade internacional.

Todos os membros do conselho serão destituídos para nova eleição na estatal

A Petrobras informou que, se a demissão de José Mauro Coelho da presidência da companhia for aprovada em Assembleia Geral Extraordinária (AGE), ocorrerá a destituição de todos os membros do Conselho eleitos como ele, por meio do voto múltiplo. A estatal terá, assim, de realizar uma nova eleição para esses cargos.

Em fato relevante, a Petrobras informou que o Ministério de Minas e Energia enviou ofício à empresa solicitando a convocação de uma AGE para destituir Coelho e eleger Caio Paes de Andrade como membro do Conselho de Administração da companhia.

Segundo a Petrobras, o ministério solicitou que a avaliação do nome de Andrade pelo Conselho ocorra após a realização da AGE.

O ministério anunciou nesta segunda-feira a terceira demissão de um presidente da Petrobras em menos de quatro anos. O nome de Andrade já vinha sendo especulado há algumas semanas e ganhou força após a substituição do ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque por Adolfo Sachsida, fiel escudeiro do ministro da Economia, Paulo Guedes. (Com AE)

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