Com cenário conturbado, Ministério da Economia reduz estimativa de PIB
A projeção atual da Pasta é de que expansão da atividade neste ano será de 1,5%, ante estimativa de 2,10% de novembro
17/03/2022
Entre os fatores positivos que ajudam o crescimento está o avanço do setor de serviços | Foto: Getty Images
Enquanto o ministro da Economia, Paulo Guedes, avalia que os economistas do mercado precisam rever para cima suas expectativas para o crescimento da economia neste ano, o próprio ministério reduziu seu otimismo para a alta do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022. De acordo com a grade de parâmetros divulgada nesta quinta-feira, 17, pela Secretaria de Política Econômica (SPE), a estimativa para a expansão da atividade neste ano passou de 2,10% para 1,5%. A projeção anterior havia sido divulgada em novembro do ano passado.
De acordo com o Boletim Macrofiscal, entre os fatores positivos que ajudam o crescimento em 2022 estão a taxa de poupança elevada, a recuperação do setor de serviços, a contínua melhora do mercado de trabalho e o robusto investimento, tanto privado como em parceria com o setor público.
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“Ao mesmo tempo, existem riscos neste ano a serem monitorados, notadamente a guerra na Ucrânia e seus impactos nas cadeias globais de valor, que já apresentam gargalos devido à pandemia. Adicionalmente, o risco da pandemia sobre o crescimento econômico e a inflação continuam sendo avaliados”, informou o documento.
O ministério manteve as projeções de crescimento da economia de 2023, 2024 e 2025: todas em 2,50%. Para 2026, a previsão, divulgada nesta quinta pela primeira vez, também é de 2,50%.
“Com a volta da taxa de participação e do nível de ocupação aos seus níveis históricos, estima-se crescimento do produto à taxa projetada de longo prazo (2,5%) no ano de 2023 e posteriores”, completou a SPE.
No último relatório Focus, os analistas de mercado consultados pelo Banco Central estimaram uma alta de apenas 0,49% para o PIB de 2022. Para 2023, a estimativa no Focus é de alta de 1,43%. As estimativas de mercado para os anos de 2024 e 2025 estão em 2,00%.
Para Economia, inflação deve ser maior este ano
O ministério também aumentou as projeções de inflação para este ano. Segundo o boletim, o IPCA deve ser de 6,55%, o que representa uma alta de 1,85 pontos percentuais em relação à estimativa anterior, que era de 4,7%.
De acordo com o ministério, a expectativa atual encontra-se acima da meta de inflação para 2022, que é de 3,5% e do limite superior do intervalo de tolerância para o ano, que é de 5,0%.
O IPCA de fevereiro foi de 1,01%, acima 0,47 pp da taxa aferida em janeiro. Em 12 meses, o índice está em 10,54%.
IBC-Br
Além das projeções do ministério, foi divulgado nesta quinta-feira, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma prévia do PIB.
O indicador caiu 0,99%, considerando a série livre de efeitos sazonais. Em dezembro, o aumento havia sido de 0,32% (dado revisado hoje).
De dezembro para janeiro, o índice de atividade calculado pelo BC passou de 139,86 pontos para 138,48 pontos na série dessazonalizada. Este é o menor patamar desde dezembro de 2020 (138,18 pontos).
Na comparação entre os meses de janeiro de 2022 e de 2021, houve praticamente estabilidade, com alta de 0,01% na série sem ajustes sazonais. (AE)

