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Com importação de vacinas e gás, comércio com o EUA bate recorde

Tanto as importações como as exportações para os Estados Unidos apresentaram valores sem precedentes, por causa da pandemia e da crise hídrica

Importações

A corrente comercial dos entre Brasil e Estados Unidos chegou a US$ 70,5 bilhões no ano passado, perdendo apenas para a China | Foto: Getty Images

As trocas de produtos do Brasil com os Estados Unidos, segundo maior parceiro comercial brasileiro, alcançaram máxima histórica com as importações das vacinas e a valorização tanto de commodities quanto de insumos industriais embarcados ao mercado norte-americano.

A observação é feita pela Amcham Brasil, que aponta ainda um fluxo incomum na importação de gás natural americano – US$ 3,3 bilhões no ano passado – em razão do acionamento de usinas térmicas em meio à crise hídrica.

A corrente comercial dos dois países – ou seja, a soma de tudo o que o Brasil exporta e importa dos Estados Unidos – chegou a US$ 70,5 bilhões no ano passado, um volume financeiro que só fica atrás do comércio bilateral com a China, superior a US$ 135 bilhões.

A Amcham destaca que tanto as exportações brasileiras para os Estados Unidos (US$ 31,1 bilhões) quanto as importações (US$ 39,4 bilhões) representam valores sem precedente.

“O desempenho do comércio bilateral em 2021 foi inédito. Tivemos um ano de recordes nas exportações e importações entre Brasil e Estados Unidos, superando a forte queda de 23,5% que havia ocorrido no ano anterior”, comentou Abrão Neto, vice-presidente executivo da Amcham Brasil.

Importação de gás para termoelétricas e vacinas aumenta o comércio com Estados Unidos

As vendas aos Estados Unidos foram impulsionadas, segundo a câmara de comércio, pela combinação de aumento de demanda com alta dos preços em setores como siderurgia e petróleo. As exportações brasileiras de semiacabados de ferro e aço chegaram a US$ 4,5 bilhões, enquanto as compras de petróleo bruto pelos Estados Unidos somaram US$ 3,1 bilhões.

Também tiveram destaque as exportações de aeronaves e suas partes (US$ 1,5 bilhão), ferro gusa (US$ 1,2 bilhão), café não torrado (US$ 1,1 bilhão) e celulose (US$ 1,1 bilhão).

Já do lado das importações, além de gás natural, a compra no Brasil das vacinas produzidas pelas farmacêuticas americanas totalizou US$ 2,3 bilhões, mais de cinco vezes acima do ano anterior.

“O recorde nas importações foi fortemente determinado por questões conjunturais, em particular a crise hídrica e a pandemia. Houve aumento expressivo nas compras de gás natural dos Estados Unidos para abastecer as termelétricas, cuja produção energética se intensificou em razão da escassez de chuvas. Também ocorreram grandes volumes de aquisição de vacinas contra a covid-19”, explica Abrão Neto.

A expectativa da Amcham é de que o comércio entre os dois países continue aquecido neste ano, ainda que com menor impulso em função da desaceleração econômica tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. “Avaliamos que o comércio bilateral manterá uma trajetória crescente em 2022, com aumento moderado das trocas”, afirma Abrão Neto. (AE)

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