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O aumento dos gastos públicos e os rumos da economia

Joaquim Levy, Diretor de Estratégia Econômica e Relações com Mercados do Safra, analisa a conjuntura econômica nacional e internacional

Injeção de mais dinheiro no mercado pode ter como consequência uma maior pressão na inflação, comenta Levy

As perspectivas para a economia nos próximos meses são de um aumento dos juros maior que o previsto nos Estados Unidos, após as últimas sinalizações do Federal Reserve. Diante disso, o mercado passa por um reajuste de preços, segundo Joaquim Levy, Diretor de Estratégia Econômica e Relações com Mercados do Safra.

“O aperto é para valer, e por isso a Bolsa brasileira cai com muita volatilidade, enquando as commodities mais associadas ao crescimento econômico caem”, comenta Levy no programa ‘Conjuntura Safra‘, transmitido ao vivo no canal do Banco Safra no Youtube.

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Segundo Levy, a Europa sente cada vez mais o impacto da guerra na Ucrânia, a confiança dos empresários na Alemanha cai drasticamente enquanto cresce uma preocupação mundial sobre como a política monetária pode segurar a inflação sem complicar a situação das várias economias.

Ele explica que os bancos centrais precisam aumentar os juros para conter a inflação, mas ao mesmo tempo precisam segurar a dívida pública e evitar a recessão.

“Temos todos os indicadores de que o choque de oferta de energia deve provocar uma contração nos próximos meses”, comenta. A China, segundo Levy, está se recuperando da pandemia, mas o PIB de 2022 deve ficar muito abaixo do previsto, inferior a 4%, apesar dos esforços do governo.

Tudo isso, destaca Levy, provoca a valorização do dólar frente a outras moedas, e pela primeira vez em décadas o euro pode valer menos que o dólar.

Levy considera que a inflação tende a desacelerar, assim como a circulação de dinheiro na economia, o que vai ajudar o Federal Reserve na tarefa de conter a os preços. Mas ele considera que o processo será rápido, e a recuperação deve ocorrer a partir do fim de 2023 e início de 2024.

Em relação ao cenário para a economia brasileira, Joaquim Levy destaca que ainda é preciso confirmar se o crescimento do primeiro trimestre se manteve no segundo trimestre. Ele diz que a economia brasileira deve desacelerar no segundo semestre, mas que há notícias de crescimento do emprego formal e informal, aumento da massa salarial e abertura de vagas na construção civil. Além disso, o governo está injetando mais dinheiro na economia, com o aumento do gasto público.

O Brasil vem sendo beneficiado por um cenário internacional muito favorável, mas o aumento de gastos do governo e os cortes de impostos ainda precisam ser avaliados, segundo ele.

A injeção de mais dinheiro no mercado pode ter como consequência uma maior pressão na inflação. “As medidas ajudam a economia a crescer, mas pode haver um pequeno impacto na inflação, o que deve fazer com a que a taxa de juros continue mais alta por mais tempo”, comenta.

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