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Bolsa cai 1,58% na semana com temor de crise financeira; confira as maiores quedas

O temor de contágio da crise financeira derrubou a Bolsa aos 101.981 pontos, com grande expectativa em torno das decisões sobre juros nos EUA e no Brasil na semana que vem

Investidor analisa gráfico do mercado financeiro

Bolsa foi afetada pelas turbulências nos bancos americanos esta semana | Foto: Getty Images

O temor de que a crise bancária nos Estados Unidos se espalhe pelo mundo derrubou o Ibovespa esta semana. A Bolsa perdeu 1,58%, aos 101.981 pontos. Na quinta-feira, após um fim de semana de estresse nos EUA com a quebra de bancos médios, o Credit Suisse anunciou que havia obtido uma ajuda de US$ 54 bilhões do banco central da Suíça. O Credit Suisse foi atingido por anos de erros e controvérsias que lhe custaram dois executivos-chefes em três anos. As ações do banco suíço de 166 anos caíram para uma mínima recorde antes de se recuperar um pouco.

Também na quinta-feira, o First Republic Bank, cujo preço das ações despencam este mês, anunciou um pacote de resgate de US$ 30 bilhões. O banco também suspendeu seus dividendos e disse que tomaria medidas para reduzir sua dívida.

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Quatro nomes célebres nas finanças americanas – JPMorgan Chase, Bank of America, Citigroup e Wells Fargo – concordaram em cada um colocar US$ 5 bilhões em depósitos não segurados com a First Republic. O Goldman Sachs e o Morgan Stanley, pilares de Wall Street, lançaram US$ 2,5 bilhões cada, e cinco bancos regionais menores acrescentaram US$ 1 bilhão cada.

“Os investidores estão temerosos de que a crise, que começou nos EUA, possa escalar e atingir outros países. Com isso, procuram ativos mais seguros, reduzem posição em risco e retiram dinheiro do Brasil”, afirmou, Cauê Pinheiro, estrategista do Banco Safra.

Além da aversão ao risco, o Ibovespa também sofreu com a queda dos papéis da Petrobras, que têm grande influência no índice. A estatal perdeu 7.71% (PETR3) e 6,85% (PETR4).

Segundo Pinheiro, o desempenho ruim destes papéis aconteceu por causa do tombo dos preços do petróleo na semana. O barril do Brent, o referência mundial, caiu 9,8%, sendo negociado a US$ 72,9. 

“São Martinho e Petrobras sofreram com a forte queda do petróleo nos últimos dias. Após a falência dos bancos nos EUA e o risco de recessão”, acrescentou Pinheiro. São Martinho perdeu 4,14%.

Completam a lista dos piores desempenhos semanais Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), com queda de 5,14%, e Qualicorp, que perdeu 15,26%.

Já as ações que mais ganharam, mesmo com este momento turbulento no mundo, foram os papéis mais ligados ao cenário interno.

EcoRodovias avançou 14,67% e, de acordo com Pinheiro, esta alta aconteceu em razão dos resultados financeiros do quarto trimestre que vieram fortes.

“EcoRodovias divulgou o resultado e mostrou um bom crescimento de receita, por conta de maior tráfego de veículos. E conseguiu um bom controle de custos, o que impulsionou fortemente o lucro. Com isso, a alavancagem caiu bastante”, afirmou.

A companhia reportou lucro líquido recorrente de R$ 194,5 milhões no quarto trimestre de 2022, alta de 180,6% em relação a igual intervalo de 2021.

O lucro líquido atribuído aos acionistas controladores alcançou R$ 108,6 milhões de outubro a dezembro, superando os R$ 13 milhões do mesmo período de 2021.

No quarto trimestre de 2022, a EcoRodovias registrou Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 719,2 milhões, alta de 36,8% em relação ao igual período de 2021.

A receita líquida ajustada da EcoRodovias atingiu R$ 1,152 bilhão de outubro a dezembro, alta de 32,1% sobre um ano antes.

A dívida líquida chegou a R$ 9,878 bilhões no quarto trimestre de 2022, crescimento de 29,2% com relação ao mesmo período de 2021.

Ao fim de 2022, a relação da dívida líquida com o Ebitda ajustado estava em 4,3 vezes, ante um múltiplo de 3,3 registrado no mesmo período de 2021.

Outra ação que teve uma performance positiva esta semana foi a Locaweb, que se valorizou 8,30%. “Locaweb sobe com aumento de participação da General Atlantic na empresa, que subiu para 15%. Um acionista que poderá agregar bastante na história de médio e longo prazo da companhia”, disse Pinheiro.

A MRV também figurou na lista dos melhores desempenhos da semana. Segundo Pinheiro, a companhia ainda colhe os frustos do resultado que foi divulgado na semana passada, que sinaliza que o pior já passou. “Margens ainda seguem pressionadas, mas a tendência é de melhoria.” A construtora ganhou 12,91%.

Completam o ranking de melhores desempenhos a Magazine Luiza, que ganhou 11,18%, e a Via Varejo, com alta de 12,64%.

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