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IPCA acima do esperado pressiona preço dos ativos

Ibovespa apresentou queda de -1,33% ontem, cotado a 128.216,92 pontos; agenda de indicadores tem mais dados de atividade

cotações

O Dólar Futuro apresentou alta de +0,53% no último pregão, cotado a 5.004,00 pontos | Foto: Getty Images

IPCA de janeiro acima do esperado, impulsionado por serviços e alimentos, trouxe pressão para o preço dos ativos ontem. Agenda de indicadores tem divulgação de dado de atividade de serviços de dezembro e a expectativa de consenso de mercado aponta para uma alta de 0,8% na comparação mensal.

Análise Técnica:

O Ibovespa apresentou queda de -1,33% no último pregão, cotado a 128.216,92 pontos. O ativo está em tendência neutra no médio e no curto prazo. Na alta, o ativo possui primeira resistência em 130.500 pontos e a segunda em 135.000 pontos. Do lado da baixa, o primeiro suporte se encontra na região de 125.500. O próximo fica na faixa de 122.500 pontos.

O Dólar Futuro apresentou alta de +0,53% no último pregão, cotado a 5.004,00 pontos. O ativo se encontra em tendência neutra no médio e no curto prazo. Do lado da baixa, o primeiro suporte fica na região de 4.845 pontos. Se perder esse patamar, poderá alcançar o suporte seguinte em 4.705. Já do lado da alta, a primeira resistência do contrato fica na região de 5.020 e a segunda em 5.130.

Exterior:

Bolsas na Europa e futuros nos EUA apontam para dia levemente positivo. Revisão de dado de inflação ao consumidor anual nos EUA será divulgada. Presidente do Fede de Dallas falará na parte da tarde.

Commodities:

Petróleo opera próximo da estabilidade (USD81,6/t; -0,02%)
Minério de ferro registra queda (USD126,8/t; -1,32%)

Empresas:

Cielo: Minoritários da Cielo se organizam após proposta de OPA: Fontes
Bradesco: Ação rebaixada a manutenção por Jefferies, com preço-alvo de R$ 15
3R Petroleum: Acionista pede AGE para renovar conselho
Priner: Preço/ação em oferta sai a R$ 11,44

Agenda do Dia:

09:00 – Brasil – Volume de serviços/Dezembro
Balanços hoje: Usiminas, Banrisul

Fechamento dia anterior

Ibovespa: 128.217 (-1,33%)
S&P: 4.998 (+0,06%)
Dólar Futuro: R$5,00 (+0,53%)

Atualizações Safra:

Bradesco: Feedback da reunião com analistas e o novo CEO

Ontem, o Bradesco realizou reunião entre o novo CEO (Marcelo Noronha) e analistas sell-side para discutir mais profundamente o novo plano estratégico, divulgado inicialmente durante a teleconferência de resultados do 4T23. No geral, saímos da reunião com uma impressão positiva da disposição da nova administração em mudar e percebemos a energia e o perfil de liderança do Sr. Noronha. Para nós, ainda não está claro se o banco terá a capacidade de gerar ganhos de participação de mercado ao mesmo tempo que aborda todos os pontos problemáticos, para não mencionar a mudança sem precedentes na cultura. No entanto, no valuation atual de 0,85x P/VP, há um desconto significativo para o valor contábil, em nossa opinião, suficiente para apoiar nossa recomendação de Compra.
Reconhecemos os desafios substanciais que o banco tem pela frente, especialmente na utilização do atual capital intelectual para implementar mudanças generalizadas. Dessa forma, o Bradesco busca alavancar seus talentos internos e executivos de mercado.

Sanepar: Resultados do 4T23 – Volumes fortes compensados por alta pressão de custos*

A Sanepar reportou EBITDA de R$723 milhões (aumento de 18,4% ano a ano), 2,4% abaixo da nossa estimativa e 2,1% abaixo do consenso. O lucro líquido foi de R$365 milhões (aumento de 4,0% ano a ano), 3,2% abaixo da nossa estimativa e 6,1% acima do consenso. De modo geral, os resultados ficaram em linha com as estimativas devido a maiores volumes, mas também a maiores custos operacionais no trimestre. Em nossa opinião, o aumento dos custos pode causar uma percepção negativa dos resultados deste trimestre.
Nossa opinião: Baixo desempenho dos custos operacionais. Em nossa opinião, este foi um trimestre misto para a Sanepar, que apresentou um bom crescimento de receita, mas um controle de custos fraco. A empresa registrou custos mais elevados de serviços de terceiros e despesas com pessoal acima do esperado, que ficaram acima da inflação e de nossas estimativas. Acreditamos que os investidores prestariam atenção aos níveis recorrentes de custos operacionais no futuro, o que pode ser um destaque negativo se os níveis atuais se tornarem a nova linha de base. Além disso, a empresa está discutindo atualmente a metodologia de revisão tarifária para sua base de ativos, o que pode representar um risco para o próximo processo de revisão tarifária. Mantemos a recomendação de Venda para a Sanepar, principalmente devido ao seu valuation relativo e à falta de catalisadores de curto prazo para a ação.

Rumo: Volume mais forte em janeiro; divulgação de guidance melhorado para 2024

A Rumo divulgou seu desempenho operacional para janeiro de 2024, atingindo 4,8 bilhões de RTKs em volume total transportado, um aumento de 18,3% em relação ao ano anterior. Essa melhora foi impulsionada por maiores volumes transportados através de suas redes Norte e Central (+19% ano a ano), principalmente devido a uma base de comparação fraca após incidentes criminais que impactaram negativamente os volumes transportados na Baixada Santista no 1T23.
Mantemos nossa recomendação de Compra para as ações da Rumo com base em sua robusta tese de investimento, que é apoiada pelo desempenho resiliente do setor agrícola no Brasil. Com base em nossas estimativas, a empresa está sendo negociada atualmente a uma TIR real de 9,5%, +388 pontos-base acima dos títulos brasileiros indexados à inflação de 10 anos (NTN-Bs 2035).

Multiplan: Resultados do 4T23 – Desempenho sólido ligeiramente compensado por despesas gerais e administrativas mais altas do que o esperado
A Multiplan reportou outro conjunto de resultados sólidos no 4T23, ficando ligeiramente abaixo de nossas estimativas otimistas. O sólido desempenho das vendas de seus locatários se traduziu, mais uma vez, em um crescimento real do aluguel, compensando as maiores despesas gerais e administrativas relacionadas a provisões de bônus e convertendo-se em uma sólida expansão de 12% do FFO.
Em suma, mantemos nossa recomendação de Compra para a MULT3, uma vez que ela detém o melhor e mais equilibrado portfólio de shoppings do setor, permitindo que a empresa continue a impulsionar o crescimento real do aluguel no futuro. Enquanto isso, as ações da Multiplan estão sendo negociadas atualmente a um rendimento FFO de 1 ano de 7,6%, levando a um spread de 2,0pps para o rendimento da NTN-B 2035, em linha com sua média histórica de 5 anos de 2pps.

Banco do Brasil: resultados do 4T23 – Algumas partes complicadas no 4T… mas forte guidance para 2024

Opinião do Safra: Positivo para as ações, considerando um forte ROE de 21,4% (no ponto médio da orientação para 2024). Ainda assim, os resultados do Banco do Brasil no quarto trimestre foram mistos, em nossa opinião, com algumas partes importantes não essenciais ajudando. A taxa de execução dos lucros do BB parece estar atualmente em R$8,5 bilhões-R$9 bilhões e, para que atinja R$38,5 bilhões no ponto médio do guidance, o resultado final precisaria crescer 10% em relação ao ano anterior. Considerando o impacto de ~R$1,5 bilhão do Banco Patagônia nos lucros (desvalorização do ARS), os lucros ex-BPAT teriam que crescer a uma taxa de 15%, o que consideramos muito desafiador, considerando o impacto da taxa Selic mais baixa nos spreads de depósitos, levando-nos a acreditar que o guidance é exagerado. Dessa forma, preferimos manter inalterada nossa recomendação Neutra, destacando um carrego positivo a 4,5x P/L e rendimento de dividendos de 10%.
Guidance para 2024. O Banco do Brasil divulgou seu guidance para 2024, sugerindo um lucro líquido de R$38,5 bilhões no ponto médio (4% acima de nossas estimativas). O volume da carteira de crédito deve crescer de 8% a 12% (em linha com o Safra), com o rural crescendo de 11% a 15%, o corporativo de 7% a 11% e o de pessoas físicas de 6% a 10%. Além disso, o BB espera que o NII cresça entre 7%-11% (contra nossos 6,8%), enquanto a receita de tarifas deve crescer entre 4%-8% (temos 4,2%) e as despesas administrativas entre 6%-10% (Safra em 6,5%).

Raizen: Resultados do 3T24 – Forte desempenho em mobilidade dá o tom

A Raízen apresentou resultados robustos no 3T24, com destaque para o brilhante desempenho no segmento de Mobilidade, uma vez que a empresa conseguiu manter as margens no mesmo nível forte do trimestre anterior, apesar das reduções de preços no período. Os resultados positivos no segmento de Mobilidade, tanto no Brasil quanto na América Latina, foram a principal razão para a Raízen superar nossa estimativa de EBITDA. Em contrapartida, o segmento de Açúcar e Renováveis apresentou números pouco expressivos, uma vez que o desempenho mais fraco do que o esperado do etanol mais do que compensou os resultados mais fortes do que o esperado do açúcar. O EBITDA consolidado de R$3.929 milhões (+33% em relação ao ano anterior) foi 9% superior à nossa estimativa e 6% acima do consenso, enquanto o lucro líquido de R$754 milhões se compara a R$256 milhões no 3T23 e à nossa estimativa de R$480 milhões.

Petrobras: A atenção deve estar voltada para os dividendos

A produção total da Petrobras no 4T23 foi de 2.935 mil boed, 2,0% maior T/t. Esse aumento foi resultado do crescimento da produção no pré-sal (+3,5% no comparativo trimestral; 1.937 mil boed), suportado pelo ramp-up dos FPSOs Almirante Barroso, P-71 e Anita Garibaldi. Por outro lado, a produção no pós-sal foi 5,8% menor no trimestre, atingindo 388 mil boed, principalmente devido a perdas relacionadas a paradas e ao declínio natural da produção, parcialmente compensadas pelo ramp-up do FPSO Anna Nery e dois novos poços na bacia de Campos.
Previsão de resultados do 4T. A Petrobras deve reportar seus resultados do 4T23 em 7 de março, após o mercado. Esperamos um EBITDA de R$72.614 milhões no trimestre e um lucro líquido de R$31.908 milhões. A empresa também deve anunciar os dividendos relativos ao trimestre. Se ela pagar apenas o valor mínimo conforme sua política, estimamos dividendos de R$1,07/ação (equivalente a um yield de 3%). Em nossa opinião, há espaço para a Petrobras pagar mais R$ 2,6/ação em dividendos extraordinários, adicionando um rendimento potencial de 6%. No entanto, não há certeza se a empresa pagará ou não todo o valor extraordinário potencial, e os dividendos efetivos poderão ficar em algum lugar entre nossas estimativas do mínimo de R$ 1,07/ação e o potencial total de R$ 3,67/ação.

CCR: Bom desempenho no 4T23, em linha com nossas estimativas

A CCR divulgou bons resultados no 4T23, em sua maioria em linha com nossas estimativas. Os bons números de tráfego em todas as suas divisões, combinados com tarifas saudáveis e gestão eficiente de custos, resultaram em um aumento de 19,7% em relação ao ano anterior no EBITDA da empresa, que, juntamente com uma melhora em suas despesas financeiras (-1,9% em relação ao ano anterior), levou a um lucro líquido ajustado de R$394 milhões, um aumento de 184% em relação ao ano anterior e 8% acima de nossa estimativa.
Mantemos nossa recomendação de Compra para a empresa. Vemos a CCR como uma empresa defensiva, proprietária de ativos premium e bem localizados, com receitas previsíveis e fluxos de caixa sustentáveis. Com base em nossas estimativas, a CCR está sendo negociada atualmente a uma TIR real de 9,7%, ~411bps acima dos títulos vinculados à inflação do país (NTN-Bs 2035), atualmente em ~5,6%.

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