Destruição de cavernas derruba direção da Rio Tinto
Segunda maior mineradora do mundo perdeu quatro dirigentes após destruir cavernas com artefatos de 46 mil anos
04/03/2021A Rio Tinto, segunda maior mineradora do mundo, anunciou que o presidente de seu conselho, Simon Thompson, renunciará ao cargo devido à destruição de duas antigas cavernas rochosas na Austrália no ano passado.
A empresa decidiu atender demandas de alguns investidores por uma maior responsabilização pela destruição das cavernas que continham uma coleção de artefatos indicando que foram ocupadas por humanos há mais de 46 mil anos.
Em comunicado, a empresa informou que Thompson não buscará a reeleição no ano que vem, vinculando a decisão à demolição, em maio, dos abrigos do desfiladeiro Juukan.
Presidente do conselho é o quarto a cair
Ele se tornará o quarto líder sênior a deixar a mineradora por causa do incidente, depois que Jean-Sébastien Jacques foi afastado do cargo de CEO e dois outros executivos foram demitidos.
A destruição das cavernas do desfiladeiro de Juukan ilustra como as questões ambientais e culturais ganharam importância em uma indústria que luta para mudar a percepção dos investidores de que a mineração é problemática.
Investidores exigem mudança de postura
Alguns investidores e legisladores exigiram que as empresas mudassem a forma como lidam com os proprietários tradicionais das terras onde suas operações estão localizadas e capacitem esses grupos para levantar questões e reclamações.
Thompson está no conselho desde 2014 e é presidente desde 2018. Ele permanecerá como presidente da Rio Tinto até as assembleias anuais de acionistas no próximo ano, mas pode deixar a função antes se um substituto for encontrado. (AE)